Campus de Toledo realiza oficina de grafite

O Núcleo Maria da Penha de Toledo – NUMAPE realizou oficina de grafite na Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), Campus de Toledo, com a temática de debate sobre identidades e a construção de imagens. A atividade aconteceu em parceria com o projeto Cores da Resistência. O convite para a oficina foi oferecido para estudantes das licenciaturas de Filosofia, Ciências Sociais e bacharelado em Serviço Social.

O primeiro dia de atividades contou com a apresentação do Núcleo Maria da Penha e o desenvolvimento de discussões sobre ações educativas, de modo a compreender os diferentes contextos de situação de violência nos quais a mulher está inserida. Dentre as principais questões, entraram em debate os papeis de gênero e a interferência dos marcadores sociais nas situações de violência cotidiana.

A atividade contou com a colaboração do artista Isaac Souza de Jesus, Coordenador da Central Única das Favelas – CUFA/Toledo, que mediou o processo de criação de imagens a partir das discussões evidenciadas durante o debate. Como conclusão, os participantes da oficina construíram de forma coletiva a proposta de representar a imagem de três mulheres importantes no combate às violências e desigualdades e em defesa dos Direitos Humanos: A vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco, assassinada em março de 2018 por defender os direitos humanos e combater a violência policial no RJ. A ativista camponesa Dorcelina Folador, assassinada em 1999, após assumir a prefeitura da cidade de Mundo Novo – MS e combater as elites locais em defesa das pessoas mais pobres. A terceira imagem foi de Maria da Penha, mulher que luta em defesa dos direitos das mulheres em situação de violência e que empresta seu nome ao NUMAPE, considerada um símbolo do enfrentamento à violência doméstica no Brasil.

O segundo dia de oficina compreendeu a realização de pintura em grafite de uma parede cedida pelo Campus de Toledo, situada no bloco A, onde está sediado o escritório do NUMAPE, ao lado do estacionamento. Para a acadêmica do 3° ano de Serviço Social, Katiane Freytag a atividade possibilitou uma experiência extremamente satisfatória onde “todo processo de construção teórica que resultou no painel e a experiência de expressar uma luta por meio da arte marca a importância da discussão sobre o papel da mulher na sociedade. Quando a gente olha naquele painel uma mulher camponesa envolvida no mundo político, uma mulher que sofreu violência e não se calou, se tornando exemplo de luta por direitos e ainda uma mulher negra, lésbica, periférica e representante política, a gente percebe a importância da mulher na sociedade, o quão é necessária essa representatividade e quanto isto é importante dentro de uma universidade que acolhe mulheres de todos os espaços, sejam professoras, alunas ou servidoras. E o mais importante é que todos os dias é necessário lutar pela conquista de espaços e de direitos”.

Com assessoria