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Consumidor será o maior penalizado com as perdas da safrinha, afirma Vanzella

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Presidente da Frimesa, Valter Vanzella: “Um suíno vai custar o mesmo para todas as empresas e assim será colocado no mercado. Quem vai ser o grande penalizado? O consumidor. Se a carne vermelha já está cara, as outras tendem a ficar também” (Foto: Divulgação)

Consenso entre todos os setores, o crash do milho, gerado pela quebra da safrinha 2021 em virtude de intempéries climáticas, deve lançar estilhaços para todos os lados. Na opinião do líder cooperativista Valter Vanzella, o elo mais penalizado pelas perdas de produção deve ser o consumidor. À frente da Frimesa, central formada por Copagril, Lar, Coopacol, C.Vale e Primato, Vanzella coordena o esquema oestino que industrializa a matéria-prima proveniente das cadeias filiadas.

“O milho vive um momento totalmente atípico”, avalia, relembrando os fatores que corroboraram para que a safrinha fosse tão abatida, começando com o plantio tardio da safra de soja 2020/2021. “Primeiro, tivemos uma quebra significativa em função da estiagem, e isso aconteceu em várias regiões do país”, pontua.

A falta de chuvas, ressalta Vanzella, foi tão dimensional que os preços do milho desde já anunciavam um aumento, mesmo já estando com valores exorbitantes.

Na fase crítica da planta, o líder cooperativista considera o prejuízo gerado pelas geadas ainda maior. “Esse fenômeno atingiu uma grande região do Brasil e não se restringiu a áreas historicamente de risco, como também afetou regiões onde tradicionalmente não ocorre geada”, lamenta.

 

IMPACTO GENERALIZADO

O presidente da Frimesa reconhece como verdadeiras as especulações sobre perda que sondam o ramo agro, porém enfatiza que o momento é de análise e planejamento. “Em reuniões com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), todas as indústrias que consomem milho estão fazendo uma análise preliminar do que pode acontecer, porque temos consciência de que teremos um custo de produção elevadíssimo para suíno, frango e ovo”, menciona, acrescentando que a cadeia leiteira também deve ser afetada, mesmo com alternativas para alimentação do gado, como pastagens de inverno.

Segundo ele, a situação anormal de preços fará com que haja repasse às gôndolas de supermercado. “O custo do milho vai ser alto para todas as indústrias. Então, não tem como um fazer de um jeito e outra empresa fazer de outro. Vamos ter que repassar aos consumidores esse custo”, salienta, exemplificando: “Um suíno vai custar o mesmo para todas as empresas e assim será colocado no mercado. Quem vai ser o grande penalizado? O consumidor”.

O prejuízo, afirma o dirigente corporativista, será “extremamente grande para quem produz proteína animal”. “Se a carne vermelha já está cara, as outras tendem a ficar também”, prevê.

 

PROBLEMAS NA EXPORTAÇÃO

As negociações com os mercados internacionais, afirma Vanzella, serão intensificadas para garantir a cobertura ao preço do milho. “Podemos ter problema na exportação, porque existia uma demanda muito grande por parte da China com preços bons e o dólar estava na casa de R$ 5,5 a R$ 5,6. Hoje, a moeda caiu para cerca de R$ 5, o que dá uma diferença significativa”, comenta.

 

ANO DE DIFICULDADES

O presidente da Frimesa estima que as consequências da quebra da safrinha devem perdurar por até um ano no setor. “Vai até julho de 2022, quando vem a próxima safrinha. Temos perspectiva de que o milho volte a um preço normal a partir daí”, opina.

Segundo ele, o período se estende em virtude da “impopularidade” da safra de verão de milho. “O produtor não vai deixar de plantar soja, porque ele comprou semente, adubo e tudo para essa ccultura; além do mais, o agricultor tem esse costume”, considera.

Nesse meio tempo, Vanzella diz ser necessário explorar outros produtos para a alimentação animal. “Sorgo, triticale, aveia, trigo e tudo o que é possível. Podemos importar milho também, mas dentre todas as alternativas consideradas nenhuma consegue abaixar o custo de produção. Essa é uma realidade que nós vamos ter de enfrentar”, finaliza.

 

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