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Da Caixa Econômica para caixa de abelha: conheça a história da ex-executiva que encontrou nas abelhas sem ferrão a cura para depressão

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Rosa e Nelson diante das caixas de abelhas sem ferrão: atividade terapêutica (Foto: Jairo Eduardo)

Ela construiu uma carreira fulminante na Caixa Econômica Federal, degrau por degrau, chegou à gerência regional de Cascavel, liderando 40 agências.

Rosa Angela Rotter vem de uma geração em que os pais não se cansavam de dizer: estude para concurso de banco público. Era o passaporte para ascender à classe média e garantia de estabilidade.

Aposentada após três décadas de “vem pra Caixa você também”, Rosa passou a dedicar-se a algo que remete para seu nome: jardins.

Tudo começou em um pós-traumático: ela perdeu o irmão mais velho, dez anos atrás. Então reservou um cantinho no quintal de sua residência na Rua Curitiba, pertinho da Avenida Tancredo Neves, para homenageá-lo com um jardim.

Dali a pouco aquilo se expandiu e mais recentemente o cantinho encantado da Rosa ganhou a companhia de minúsculos insetos polimizadores: abelhinhas sem ferrão, a nova paixão da ex-executiva da Caixa.

Nesta breve entrevista, ela conta como as abelhas permitiram superar um início de depressão e até o vício no cigarro.

Acompanhe a trajetória inspiradora desta mamãe apaixonada pelos filhos, plantas e abelhas.

 

Os filhos

Tenho duas filhas, a Laila e Laura. E também o André, graduado em mecatrônica, atuou na Mascarello e acaba de se transferir para a engenharia de criação da Volvo na Austrália. Tenho o maior orgulho dos três.

 

Milagre do fax

Tínhamos uma casinha no Parque Verde. Meu marido na época trabalhava com informática. Dava um duro danado. Quando surgiu o fax ganhou um bom dinheiro com a novidade e pudemos comprar esses terrenos aqui na Rua Curitiba.

 

O jardim

Sempre gostei de mexer na terra. Venho de uma família de sitiante. Voltei muito triste do Rio de Janeiro após o falecimento de meu irmão. Pensei: como superar isso? Fiz um cantinho para ele aqui no jardim.

 

O início

O cantinho do mano ficou lindo. Então me casei novamente, com o Nelson. Ele também veio do sítio e gosta de jardinagem. Começamos plantar ervinhas, bromélias e a ganhar flor dos amigos. O jardim é cheio de histórias e significados, tanto assim que inspirou minha filha a se tornar arquiteta paisagista.

 

Abelhas

Parei de fumar em outubro de 2020. Era fumante inveterada. Foi um grande desafio. Comecei me ocupar ainda mais, trabalhando com artesanato. Vi uma entrevista do vereador Dal Molin, na RPC, falando sobre o projeto Jardins de Mel. Pensei: vai ser legal ter abelhinhas no meu jardim.

 

As fotos

Mandei mensagem para o vereador. Ele disse que tinha uma demanda imensa pelas abelhas, e não sabia quando poderia atender. Ansiosa, fiz fotos do meu jardim e mandei para ele com o seguinte recado: “acho que as abelinhas vão amar isso aqui”. No dia seguinte ele estava aqui com a caixa de abelhas.

 

Colaboradora

Essa atividade com as abelhas foi determinante para levar adiante a determinação de parar de fumar. Fiquei muito grata e falei para o vereador: que faço para ajudar? Então passei a doar mensalmente uma caixa de madeira para os enxames. Invisto R$ 100 todos os meses para caixinhas em madeira especial, que protege os insetos no inverno.

 

Asas empreendedoras

Um enxame de Jataí, pronto na caixinha, pode ser vendido por 250.  Uma caixa de abelha bugia por R$ 600. Tem um criador em Toledo que vive disso. Tem mais de 150 enxames. Não é meu caso, não quero ganhar dinheiro com isso, mas pode ser fonte de renda para as pessoas.

 

Dia das Mães

De algum tempo para cá, quando meus filhos pedem o que prefiro ganhar no Dia das Mães, digo logo: uma caixinha de abelhas. Me apaixonei. Tem caixa transparente, em que é possível vê-las produzindo mel e acompanhar o desenvolvimento dos “bebês” abelhinhas.

 

Alimentos

Tenho nove espécies aqui, iraí, borá, jataí, tubuna… Enfim, é bastante abelha, mas isso não gera competição por alimentos. Tenho muitas flores e água para todas. Elas buscam fora também, em um raio de 800 metros. A vizinhança ajuda. Tem muitas plantas aqui na quadra.

 

Plantas

As plantas mais indicadas para gerar flores e alimentos para as abelhinhas são o amor agarradinho, érica, begônias, manjericão e ora-pro-nóbis. Tenho aqui também o manacá da serra com centenas de botões. Vai ser uma festa.

 

Rotina suave

Observar as pequenas é nosso hobby. Fumava muito, andava meio depressiva. As abelhas me salvaram. A primeira atividade do dia é descer, tomar um café e vir inspecionar e dar um bom dia para as pequenas. Estamos muito felizes!

 

Rosa e Nelson diante das caixas de abelhas sem ferrão: atividade terapêutica (Foto: Jairo Eduardo)

 

 

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