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Municípios Nova diretoria eleita

Heraldo Trento é eleito presidente do Conselho dos Municípios Lindeiros

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Presidente eleito, Heraldo Trento: “Vamos convencer as autoridades e a diretoria da Itaipu de que os royalties são imprescindíveis, visto que fazem parte de um orçamento. Se retirar essa receita, aniquila-se praticamente todos esses municípios” (Foto: Divulgação)

Durante a Assembleia Geral Ordinária (AGO) realizada na tarde de ontem (06), no Centro Cultural Arte e Encanto, em Pato Bragado, o prefeito de Guaíra, Heraldo Trento, foi eleito e empossado presidente do Conselho de Desenvolvimento dos Municípios Lindeiros ao Lago de Itaipu para o biênio 2021/2022. A AGO contou com a presença de prefeitos, presidentes de Câmaras de Vereadores, presidentes de associações comerciais e empresariais dos municípios lindeiros entre outras lideranças e convidados.

Com apenas uma chapa inscrita à eleição, Trento se consolidou na presidência, tendo como vice o prefeito de Santa Helena, Evandro Grade (Zado). Além deles, a chapa conta com o presidente da Associação Comercial de Entre Rios do Oeste (Acier), Giovani Malavazi Fim, que assumiu como secretário; o presidente da Associação Comercial de Medianeira, Ademir Pereira da Silva, como vice-secretário; o representante da Câmara de Vereadores de Guaíra, Givanildo José Tirolti, como tesoureiro; o representante da Câmara de Vereadores de Marechal Cândido Rondon, vereador Vanderlei Caetano Sauer, como vice-tesoureiro; e, por fim, o prefeito de Marechal Rondon, Marcio Rauber, como fiscal de mesa.

Prefeito de Pato Bragado, Leomar Rohden (Mano), fez o balanço de sua gestão frente ao Conselho dos Lindeiros (Foto: Divulgação)

 

DESENVOLVIMENTO REGIONAL

Em entrevista ao O Presente, Trento afirma que a denominação da chapa, “Desenvolvimento regional”, resume a linha de trabalho a ser seguida em sua gestão. Segundo ele, um dos principais desafios vislumbrados é o vencimento do Tratado de Itaipu, após 50 anos de vigência. “Foi assinado em 1973 e vence em 2023. A atual gestão já está preocupada e pensando seriamente nesse assunto. Vamos abrir essa discussão com a Itaipu para, minimamente, garantir a continuidade de repasse dos royalties”, ressalta, acrescentando que a suspensão desses recursos inviabilizaria orçamentariamente os municípios lindeiros.

 

TRATADO DE ITAIPU

Um novo Tratado de Itaipu deve ser, na avaliação do presidente, a primeira questão a ser discutida. “Conheço profundamente o que diz o Anexo C e os critérios utilizados talvez precisem ser remodelados”, expõe.

Trento diz que outra modificação nas finanças da estatal, também prevista para 2023, deve contribuir positivamente à discussão. “Praticamente 70% das receitas da Itaipu Binacional hoje se prestam para a quitação do financiamento da construção da usina. Coincidentemente, ele se finda exatamente em 2023. O que será feito com essa sobra? Porque atualmente o que se aplica no custeio e em investimentos é apenas 30%. Com 100% do orçamento temos certeza de que a Itaipu poderá beneficiar muitas outras atividades”, opina.

A nova disposição de recursos, considera ele, deve priorizar investimentos na região. “Outros entes, como os governos estadual e federal, não voltam os olhos adequadamente a essa região, que produz e contribui tanto ao desenvolvimento”, lamenta.

 

RECURSOS IMPRENSCINDÍVEIS

Questionado sobre a possibilidade dos royalties destinados aos municípios serem extintos com o fim do tratado, o presidente do Conselho dos Lindeiros diz que que não vê riscos. “Essa é a primeira luta. Vamos convencer as autoridades e a diretoria da Itaipu de que esses recursos são imprescindíveis, visto que fazem parte de um orçamento. Se retirar essa receita, aniquila-se praticamente todos esses municípios. Embora não possa ser gasto com pessoal, se perdêssemos essas receitas, certamente o índice de gasto de pessoal em função da estruturação feita ao longo desses últimos anos fica simplesmente inviável. Os municípios não teriam como honrar sequer compromissos de folha de pagamento”, enfatiza.

 

PROXIMIDADE COM A BINACIONAL

As mudanças na direção do lado brasileiro da Itaipu são, na opinião de Trento, positivas e seguem aparentemente as diretrizes deixadas por seus antecessores. “Parece que o general (João Francisco) Ferreira tem o mesmo pensamento sobre fazer investimentos estruturantes na nossa região e isso significa que a nossa infraestrutura está sendo melhor vista. Essa visão é fundamental para a nossa região se transformar em polo de desenvolvimento. Vamos discutir isso amplamente com a nova direção da Itaipu, juntamente com os lindeiros, com o Governo do Estado e também com a União. Temos condições e direito, inclusive, de reivindicar e reforçar ainda mais essas questões que podem transformar efetivamente a região”, destaca.

 

SAÚDE, UMA BANDEIRA DO CONSELHO

Para o presidente do Conselho dos Lindeiros, sempre é preciso “ouvir para depois tomar as decisões” e, nesse sentido, a nova composição planeja realizar reuniões periódicas a fim de organizar ações e reivindicações. “Além das obras estruturantes, aqui falo de duplicação de rodovias, temos vez e voz em relação à Ferroeste. Também reivindicaremos uma melhor estruturação no sistema de saúde, dos hospitais, especialmente no que tange à implantação de UTIs (Unidades de Terapia Intensiva), o que necessariamente envolve o Estado do Paraná”, expõe.

Segundo Trento, o sistema de saúde se mostrou ainda mais defasado com o advento da pandemia e refletiu “o quanto em governos anteriores deixou-se de investir numa área tão vital para a população”. “Em memórias não muito distantes, dez a 20 anos atrás, já havia superlotação de hospitais. Com o coronavírus, isso aflorou muito mais”, considera, emendando que é preciso reestruturar o setor: “Estamos vinculados à macrorregional Oeste, à regional de Foz do Iguaçu, de Cascavel e de Toledo. Na nossa visão, tem sido e sempre foi insuficiente historicamente, embora ampliada agora por conta da pandemia”.

As cirurgias eletivas foram represadas, menciona ele como exemplo, e hoje contam com uma grande fila a ser atendida. “Precisamos efetivamente dar respostas para a comunidade e desafogar essas regionais, implementando, quem sabe, UTIs em Santa Helena, em Mundo Novo (Mato Grosso do Sul), em Guaíra ou, quem sabe, nas três cidades. Precisamos fazer esse estudo de maneira séria e responsável para efetivamente darmos um salto em qualidade na questão de saúde na região”, finaliza.

Membros da nova diretoria eleita para comandar a entidade no biênio 2021/2022 (Foto: Divulgação)

 

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