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“Nosso objetivo será realizar uma gestão eficiente, inovadora e ética”, diz Zonin

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Pré-candidato a reitor da Unioeste, professor doutor Wilson Zonin: “O nosso principal objetivo será organizar e reorganizar o foco acadêmico, o ensino, a pesquisa e a extensão e realizar uma gestão pública eficiente, inovadora e ética. A Universidade deve dar o melhor exemplo” (Foto: Joni Lang/OP)

O professor rondonense Wilson Zonin, coordenador do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Rural Sustentável do campus de Marechal Cândido Rondon da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), confirmou nesta semana que, passados quatro anos, pretende disputar novamente a Reitoria da instituição.

Desta vez, ele escolheu a agente técnica universitária Gracy Kelly Bourscheidt Pereira, que é mestre em Filosofia e atua no campus de Cascavel, para ser sua pré-candidata a vice-reitora.

Em entrevista ao O Presente, Zonin explicou por que decidiu colocar o nome novamente à disposição, mesmo com as tratativas que haviam para que fosse candidato a diretor do campus rondonense, e mencionou qual foco pretende direcionar a sua campanha, caso a candidatura seja homologada. Confira.

 

O Presente (OP): O senhor já concorreu uma vez à Reitoria da Unioeste. O que lhe motivou novamente em disputar a eleição como pré-candidato ao cargo de reitor?

Wilson Zonin (WZ): Desde 2015 assumi um compromisso com as pessoas que me apoiaram de que não abandonaria a luta em defesa dessa universidade, seu caráter público, e por ter sido bem votado, com praticamente 3,5 mil votos, somando toda a comunidade. As pessoas sempre pediam para eu continuar à disposição trabalhando em Marechal Cândido Rondon. Continuei participando do Conselho Universitário (COU) no trabalho de oposição, de fiscalização, de cobrança daquilo que estava errado na gestão do reitor que foi eleito. Percebi que as pessoas querem que eu continue por representar uma mudança na questão do perfil de gestão. A nossa Universidade precisa focar mais em investimentos, nos seus objetivos acadêmicos, na melhoria do ensino, da extensão, da pesquisa e da infraestrutura, porque hoje temos grandes dificuldades com o atual reitor, que é cobrado por ter feito muito pouco nesse sentido.

 

OP: A experiência por já ter disputado uma eleição favorece em algum aspecto?

WZ: Com certeza. O nome fica mais conhecido e as nossas propostas também. Muitas pessoas disseram: “Olha, estou arrependido, errei no voto”. Fiz mais de 40% dos votos na proporcional e 46% na avaliação geral contra 49% do atual reitor. Então no geral foi uma eleição muito parelha, muito disputada, e hoje o meu trabalho se tornou mais conhecido diante de toda a comunidade eleitoral da Unioeste.

 

OP: Qual a sua expectativa para esta eleição?

WZ: A minha expectativa para essa eleição é uma disputa diferente. Há uma tendência de que haja três candidaturas ao invés de duas, com dois candidatos que trabalham no campus de Cascavel. Então o campus de Cascavel se dividiu em duas candidaturas fortes, formando um cenário diferente, porque da outra vez nós tínhamos uma unidade muito grande em Cascavel e eu não tinha penetração lá. O cenário desta eleição é diferente pelo desgaste dos oito anos da gestão do Cascá e porque os outros dois concorrentes são da base de apoio e sustentação dele, enquanto eu continuo sendo o pré-candidato que se opõe, critica, cobra e, ao mesmo tempo, contribuiu muito para construir o ensino, a pesquisa e a extensão da Unioeste.

 

OP: Por que da escolha em fazer dobradinha com uma servidora técnica da Universidade?

WZ: Entendemos que é preciso unir os docentes e os agentes universitários. É preciso unificar e hoje, com um déficit de agentes universitários e técnicos, necessitamos da incorporação, da inclusão do técnico no poder dentro da Universidade. Compartilhar o poder da Reitoria com um técnico é o diferencial, é o novo desta eleição, e vai além dessa simbologia que a gente quer fazer uma gestão mais próxima do nosso docente, do nosso agente e do estudante.

 

OP: Qual será o foco da sua campanha?

WZ: O nosso principal objetivo será organizar e reorganizar o foco acadêmico, o ensino, a pesquisa e a extensão e realizar uma gestão pública eficiente, inovadora e ética. A Universidade deve dar o melhor exemplo. A Universidade tem graduações, pós-graduações, mestrados e doutorados nas áreas de Administração Pública, Direito, da Contabilidade, da Economia. Algumas universidades têm sido cobradas pela imprensa constantemente devido a equívocos, erros de gestão que prejudicam a imagem da instituição. Pretendo recuperar esta imagem com um bom trabalho, aumentar as parcerias com a região. Quero que a Unioeste assuma seu papel no desenvolvimento econômico, social e ambiental da região Oeste do Paraná, desenvolvendo as suas atividades. E ir além disso, sabendo que estamos com uma tríplice fronteira e com a América Latina, e já temos feito um trabalho ativo com os programas de pós-graduação, como eventos internacionais. Há poucos dias realizamos um evento em Foz do Iguaçu com representantes de 14 países. A Universidade precisa debater problemas e contribuir nas questões sociais e humanitárias, mas também no desenvolvimento da nossa economia, junto às empresas, cooperativas, microempresas, na economia solidária, gestão pública, educação e na agricultura.

 

OP: Quais as principais propostas de Zonin e Gracy Kelly?

WZ: As propostas ainda estão em construção, na fase do debate, pois estamos ouvindo os anseios, mas elas passam por dar uma resposta aos graves problemas que temos no ensino, por melhorar a infraestrutura dos cursos de graduação, combater a evasão de alguns cursos. Devemos melhorar muito no ensino, na pesquisa e na extensão e na busca por recursos, por estrutura necessária para a Universidade poder se ampliar, modernizar e renovar.

 

OP: Apesar da pré-candidatura ter sido recém-lançada, como o senhor sentiu a receptividade diante da comunidade acadêmica?

WZ: Muito boa, fantástica. A gente está no meio do cenário e eu fiquei muito surpreso. Foi muito positiva, a comunidade viu como uma grande inovação, como uma decisão inteligente. Claro, ainda é uma pré-candidatura.

 

OP: Em termos de pré-candidaturas, já estão postas as do atual diretor do Hospital Universitário, rondonense Edison Leismann, e do professor Alexandre Almeida Webber, do campus de Cascavel. O senhor acredita que a eleição para reitor contará com quantos candidatos? Devem ser oficializadas essas três candidaturas ou que haverá mais uma?

WZ: Acredito que se consolide essas três candidaturas. O professor Edison Leismann é uma boa pessoa, trabalhou em Marechal Rondon, nós temos uma amizade, e há 14 anos trabalha no campus de Cascavel, está lotado lá. Então hoje ele é um candidato do campus de Cascavel. Nós temos duas candidaturas de lá. Acredito que o cenário é esse e que a Universidade vai ter uma boa opção de escolha e que vai ter que vir e debater. É importante que tenhamos o debate das propostas, propostas diferentes, porque a Universidade avança debatendo.

 

OP: Na sua opinião, o fato de Leismann concorrer à Reitoria pode prejudicar a sua campanha de alguma forma, por ele ser de Marechal Rondon e possivelmente conquistar votos no campus?

WZ: Não vejo nenhum prejuízo de nenhuma candidatura. Eu vejo ao contrário, que a candidatura do professor Leismann, por ter sido muito forte em Cascavel, tem, inclusive, beneficiado a nossa candidatura. Lá há muitas divergências que a gente está começando a perceber e ele no campus de Cascavel é extremamente importante, inclusive para o Hospital Universitário. Hoje há um descontentamento muito grande no interior da comunidade acadêmica, principalmente dos agentes técnicos, e a nossa tendência é de crescimento no campus de Cascavel, da nossa candidatura enquanto tem uma divisão lá.

 

OP: Haviam tratativas para que o senhor concorresse como diretor do campus de Marechal Rondon e não como reitor, em busca de uma possível união e indicação de um nome do campus rondonense para ser vice na chapa do professor Alexandre. Por que o senhor não quis concorrer à direção de campus e sim como reitor?

WZ: Eu sempre vi com muito bons olhos a possibilidade de ser candidato à direção do campus. Até o início dessa semana eu não quis dar entrevista porque estava analisando as duas hipóteses, pois tenho uma responsabilidade sobre o trabalho que desenvolvi na Universidade como um todo. Fui pró-reitor durante quatro anos, as pessoas me conhecem. Depois fui candidato e em Marechal Rondon as pessoas me conhecem há 20 anos. E eu levo o trabalho da Unioeste para fora. A comunidade gosta do trabalho que a Unioeste faz, do trabalho que o professor Zonin faz. Então, para mim, obviamente, seria um prazer, uma honra, mas tenho um compromisso com as pessoas dentro da Universidade e um grupo muito forte que apela, que não me abandona e implora para que eu seja candidato a reitor, para que a Unioeste tenha uma opção diferente do que essa mesmice que é a Reitoria em Cascavel. Estou cedendo, me doando, porque trabalho de gestão pública é um trabalho de doação. A gente tem que se doar por causas e essa causa da Universidade é uma que me agrada. Eu faço tudo por ela.

 

OP: O senhor acredita que a sua decisão pode dividir o grupo local?

WZ: Estou trabalhando para unificar. Meu pensamento sempre foi de unificação. Não sou eu que estou dividindo, o que eu estou fazendo é construindo. Quem está nos dividindo, tentando nos dividir, são as pessoas de fora, é a própria Reitoria que está fazendo isso. Eu vou trabalhar até o fim pela unidade do campus de Marechal Rondon.

 

OP: O senhor acredita que terá o apoio de todos os candidatos às direções de centro e direção do campus em Marechal Rondon, ou ao menos da maioria deles?

WZ: Estou em busca desse apoio. Acho que hoje a direção geral e as direções de centro do campus são ocupadas por pessoas sérias, dedicadas e vou batalhar para que eles continuem nos postos em que estão e que possamos, como reitor, aperfeiçoar e ajudar muito Marechal Rondon. Quero ajudar toda a Unioeste, quero ajudar o Hospital Universitário, mas poderei contribuir muito mais para Marechal Rondon como reitor do que sendo diretor de campus. Tenho clareza disso e acho que tem ótimos nomes aqui de diretores, como o professor Marcelo, das Ciências Agrárias, faz um extraordinário trabalho; o professor Valnir, das Ciências Sociais Aplicadas, faz um excelente trabalho; o professor Edilson, do Centro de Ciências Humanas e Letras, faz um excelente trabalho; o professor Davi, que é uma pessoa séria e tem se dedicado e se empenhado aqui no campus de Marechal Rondon. Eu vou lutar para ter o apoio deles e vou apoiar aqueles que me apoiam. Portanto, a nossa luta aqui por unificar, de minha parte, será total.

 

OP: O senhor já tem um nome que vai apoiar para a direção do campus rondonense?

WZ: Ainda estamos debatendo esse assunto, ouvindo a comunidade, e ouvindo os que estão atualmente comandando o campus. Temos o interesse de ter o apoio dos atuais diretores de centro e de campus.

 

OP: Qual campus o senhor fez menos votos na última eleição? Trabalhará alguma estratégia em especial para conquistar naquele lugar mais votos neste pleito?

WZ: O campus em que fiz menos votos foi o de Cascavel, do ponto de vista proporcional. Eu não tinha um vice de Cascavel. Hoje eu tenho uma agente universitária técnica que é pré-candidata a vice comigo lá do campus de Cascavel, que vai trazer uma boa perspectiva de votação. Eu não vou divulgar os nomes agora, mas eu tenho candidatos a centro lá, tenho parcerias com praticamente todos os centros de Cascavel. Então mudou muito o quadro eleitoral para nós no sentido de se fortalecer com o apoio de possíveis pré-candidatos a campus e a centro. Teremos, em sua grande maioria, grandes candidaturas que serão parceiros nossos à medida que isso tudo for confirmado.

 

O Presente

 

Pré-candidato a reitor Wilson Zonin: “Eu vou lutar para ter o apoio deles (candidatos a diretores de centro e do campus rondonense) e vou apoiar aqueles que me apoiam. Portanto, a nossa luta aqui por unificar, de minha parte, será total” (Foto: Joni Lang/OP)

 

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