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Municípios Desafio na Saúde

Nova Santa Rosa vive expectativa para que partos voltem a ser feitos no município

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Foto: Maria Cristina Kunzler

Não é de hoje que a saúde pública enfrenta muitos desafios e problemas no Brasil. A tabela defasada de procedimentos do Sistema Único de Saúde (SUS) tem feito com que cada vez mais hospitais peçam o descredenciamento e fechem leitos. Recente levantamento realizado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) mostra que, nos últimos oito anos, mais de 34,2 mil leitos de internação da rede pública foram desativados. Isso representa uma média de 12 leitos fechados por dia ao longo do período analisado. As especialidades com a maior quantidade de leitos fechados, em nível nacional, são psiquiatria, pediatria cirúrgica, obstetrícia e cirurgia geral.

A realidade brasileira não está tão distante do Oeste do Paraná. Marechal Cândido Rondon, por exemplo, já viu três instituições de saúde deixar de atender pelo SUS nos últimos anos e duas, inclusive, fecharam as portas. Outras cidades da região já enfrentaram o mesmo problema, como é o caso de Quatro Pontes. Mais recentemente, o Hospital Lar Belém, de Nova Santa Rosa, ameaçou seguir o mesmo caminho diante das dificuldades financeiras.

Neste caso, porém, ao menos momentaneamente a situação foi resolvida. É o que indica o prefeito Norberto Pinz, segundo o qual, no último dia 13 foi assinado um novo convênio com a instituição. Ele comenta que no início de sua gestão, ano passado, a prefeitura ampliou o recurso repassado mensalmente à unidade, que chegou a R$ 85 mil.
Mesmo assim, o montante não era suficiente para atender as demandas visando manter a estrutura. Por isso, o município decidiu investir ainda mais. “Sempre estivemos muito preocupados com o atendimento, especialmente das pessoas mais idosas, e com a possibilidade de não ter hospital em Nova Santa Rosa. Fizemos um esforço enorme. Não havia gerador de energia, compramos; o hospital perdeu a filantropia em 2014, fomos a Brasília e conseguimos reconquistá-la em 14 dias, a qual tem vigência agora até 2021. Fizemos um esforço grande com o Hospital Lar Belém para renovar o contrato por mais um ano. Esse contrato foi assinado no último dia 13 e prevê principalmente o atendimento aos munícipes no plantão”, detalha o gestor.
Conforme o prefeito, dos R$ 85 mil que eram repassados mensalmente agora o novo contrato prevê R$ 125 mil, mas com a possibilidade de alcançar até R$ 150 mil, desde que alguns serviços sejam disponibilizados aos munícipes. “O município está sempre preocupado com a melhoria do atendimento. Conforme conseguirmos ajudar o hospital a melhorar o atendimento para a nossa população, existe a possibilidade de melhorar também a questão do repasse de recursos, como é o caso de uma expectativa muito grande em relação aos partos”, revela o secretário municipal de Finanças, Ari Schmidt.
Pinz comenta que desde 2013 os partos não são mais realizados em Nova Santa Rosa. Atualmente, as gestantes são encaminhadas para outras cidades, como Marechal Cândido Rondon, Toledo e Nova Aurora. “Foram feitos em torno de 15 partos neste ano em Nova Santa Rosa, mas são aquelas situações em que não dá tempo da gestante ser encaminhada para outros municípios”, explica o mandatário. “É nosso grande sonho que os partos voltem a ser feitos em Nova Santa Rosa e que haja a contratação de mais médicos”, complementa.

Recursos
Além da filantropia restabelecida e do novo convênio que prevê um repasse adicional de R$ 40 mil por mês ao Hospital Lar Belém, o prefeito adianta que paralelo a isso também haverá um esforço para buscar recursos junto aos governos estadual e federal. “Quase todos os pequenos hospitais recebem uma ajuda financeira. Esses recursos foram perdidos quando o hospital deixou de ser filantrópico. Então vamos buscar agora a retomada do repasse destes recursos para que o hospital possa ter a sua sobrevivência e possa atender melhor a população de Nova Santa Rosa”, comenta.

Fechamento
Com este novo convênio firmado com o município, Pinz acredita estar descartada a possibilidade de fechamento do hospital. “Vamos ter o nosso hospital aberto, com certeza”, garante.

Além disso, de acordo com ele, a população não deixará de ser assistida. “Vamos dar o suporte. Se o hospital fechasse, poderíamos implantar o PA (Pronto Atendimento) ou abrir um hospital municipal. Tudo isso requer tempo, mas não deixaríamos a população desassistida. Daríamos um jeito”, salienta.

Investimentos
Segundo o gestor municipal, a área da saúde de Nova Santa Rosa foi bastante contemplada nos últimos meses com recursos oriundos de emendas parlamentares, tanto para custeio como para aquisição de equipamentos. “Acho que somos um município muito bem contemplado. Vamos contar com mais três vans para o deslocamento de pacientes, sendo uma com 21 lugares, além de mais três ambulâncias. Estamos ainda para conseguir ambulância adaptada para deficientes. Então estaremos com oito veículos na saúde. Acho que a área em que mais fomos contemplados pelo governo federal foi na saúde”, conclui.

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