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“O reitor e o vice-reitor vão trabalhar com os cinco diretores”, garante Alexandre Webber

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Reitor eleito da Unioeste, professor Alexandre Webber: “Eu tenho certeza que se dependesse do Davi, ele estaria conosco. Foi uma decisão, na minha visão, equivocada da outra parte que estava no processo e houve uma pressão” (Foto: Arquivo/OP)

Com 50,83% dos votos, o diretor do campus de Cascavel da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), professor Alexandre Webber, foi eleito reitor da instituição para os próximos quatro anos. O vice-reitor eleito é Gilmar Riberito de Mello, diretor do campus de Francisco Beltrão. Os dois formaram a chapa “É hora de união: Unioeste em primeiro lugar”.

Uma das curiosidades desta eleição é que o candidato cascavelense disputou a eleição contra outros dois rondonenses: o professor Wilson Zonin, que atua no campus da Unioeste de Marechal Cândido Rondon e obteve 33,5% dos votos, e o professor Edison Leismann, que se licenciou da direção do Hospital Universitário (HU) para o pleito e somou 10% dos sufrágios.

Agora, os candidatos eleitos têm até 1º de novembro para prestar contas e na sequência será oficializado o resultado ao Conselho Universitário (COU) para sua homologação. Após, a lista tríplice será encaminhada ao governador do Estado, Ratinho Junior. Os novos dirigentes eleitos devem assumir seus cargos a partir de 1º de janeiro de 2020.

Em entrevista concedida ao Jornal O Presente, o reitor eleito reafirmou o compromisso de que pretende buscar a união entre os cinco campi e declarou que não pretende ficar preso à Reitoria em Cascavel, mas se fazer presente em toda a Unioeste. Confira.

 

O Presente (OP): Como o senhor avaliou o resultado final da eleição? Considerando que havia três candidatos na disputa pela Reitoria, os números ficaram dentro do esperado?

Alexandre Webber (AW): Eram três candidatos e é difícil fazer uma votação dessa. Então é um resultado que me coloca uma responsabilidade bem grande, qualquer um colocaria, mas é fruto da conversa e de todo mundo perceber o que eu vivia insistindo: eu não estava disposto a mentir para ganhar a eleição. Nós fizemos propostas com seriedade, sem aquela velha lógica de prometer, que as pessoas enxergam que não vai ser cumprido. A conversa com a comunidade acadêmica demonstrou que a experiência administrativa seria essencial. As pessoas entenderam e acreditaram.

 

OP: Quantos aliados o senhor conseguiu nas direções dos campi?

AW: Tínhamos candidatos em quatro campi, mas não elegemos em Foz do Iguaçu. Nós sabíamos que era difícil, pois o Fernando (José Martins, candidato eleito) tem um trabalho já consolidado. Nós tínhamos um ótimo candidato em Foz e ele veio para levar nossa proposta. Em Marechal Rondon não tínhamos candidato, mas nós temos um diálogo franco e aberto com o professor Davi (Schreiner). Há quatro anos eu trabalho junto com ele e junto com o Fernando também, então tenho certeza que o reitor e o vice-reitor vão trabalhar com os cinco diretores.

 

OP: O senhor contava com o apoio do diretor do campus de Marechal Rondon, mas antes da campanha ele anunciou que estaria com o Wilson Zonin. Essa decisão do professor Davi afeta em alguma coisa a relação entre vocês?

AW: Em nada. Infelizmente não foi uma decisão. O Davi é uma pessoa de grupo e não foi uma decisão dele. Eu tenho certeza que se dependesse do Davi, ele estaria conosco. Foi uma decisão, na minha visão, equivocada da outra parte que estava no processo e houve uma pressão para aquele (Davi), naquela velha história de que não dividisse o campus. E nisso Marechal Rondon perdeu a possibilidade de ter o vice-reitor.

 

OP: O senhor acha que Marechal Rondon perdeu com isso então?

AW: Acho que não. Acho que ninguém perde no processo democrático, mas o resultado da eleição demonstra que não adianta forçar ninguém a ir para lado algum, pois essas coisas acontecem. Aqui em Cascavel tiveram coisas parecidas também, então quando você pressiona para ter alguém que lhe apoie o resultado nem sempre é o que você espera.

 

OP: O senhor obteve no campus rondonense a maioria dos votos entre os funcionários e fez uma boa votação entre os professores. Foi um resultado expressivo, considerando que havia outros dois adversários de Marechal Rondon. Isso lhe surpreendeu?

AW: Fiquei feliz e estava percebendo que íamos fazer uma boa votação. Eu tive uma conversa muito boa com os funcionários, o professor Gilmar andou pelos campi e conversou com mais pessoas até do que eu, pois tive pouco tempo, infelizmente. O debate foi muito bom e esclarecedor. Então eu esperava uma votação, mas não esperava ganhar em uma categoria. Isso eu não esperava. É muito bom porque dá mais força para aquilo que a gente quer, que é acabar com essa briga.

 

OP: Represálias então nem pensar?

AW: Ao contrário. Vou buscar que as pessoas entendam que a universidade é uma e tanto eu quanto o Gilmar estaremos presentes em todos os campi. Queremos que as pessoas entendam que reitor não é algo sobrenatural que fica em um prédio aqui em Cascavel.

 

OP: O senhor assume em 1º de janeiro, certo?

AW: Depende do governo agora, mas normalmente a partir do início de janeiro.

 

OP: O senhor acha que pode haver algum problema na homologação do resultado por parte do governo?

AW: Todas as conversas e indicativos são de que não.

 

OP: O senhor já definiu quais são as primeiras ações que pretende colocar em prática?

AW: O que foi definido desde o início da campanha é a implantação do Conselho Estudantil. Pretendo ter de imediato uma conversa com os cinco diretores para analisarmos a questão orçamentária, se já começamos o ano com furo orçamentário, para rapidamente buscar recuperação. E, a partir daí, vamos ter ações em todas as áreas, será formada a equipe e cada um terá uma tarefa nos primeiros 90 dias.

 

OP: Já existem nomes escolhidos para a sua equipe?

AW: Não, ainda bem. Fico feliz de ter mostrado para todo mundo que é possível ganhar uma eleição sem lotear a Reitoria antes, sem ter que se comprometer em nomeações dentro do HU que não são da Universidade. A partir de agora vamos, dentro do grupo que nos apoiou, procurar as melhores pessoas para levar a Universidade adiante.

 

OP: A disputa interna na Unioeste muitas vezes não colabora em nada quando pleitos são apresentados ao Governo do Estado. O senhor espera que isso mude a partir da união entre a Reitoria e os campi?

AW: Acredito que vamos conseguir abrir um diálogo melhor, trabalhar em cima de números e dados. Ontem (quarta-feira, 23) já conversei com o chefe da Casa Civil (Guto Silva), com o secretário de Saúde do Estado (Beto Preto), e recebi os cumprimentos. Portanto, junto com os cinco diretores e em cima de dados e números tenho certeza que vamos convencer a classe política local a nos ajudar neste diálogo com o governo. Acredito que vamos reverter algumas questões pontuais e trabalhar para voltar a avançar a Universidade.

 

QUEM SÃO

REITOR ELEITO

Alexandre Almeida Webber é graduado em Odontologia e especialista em Saúde da Família pela Unioeste. Na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UFRJ) tornou-se mestre em Saúde Coletiva e realizou seu doutorado em Estomatopatologia na FOP/Unicamp. Ele tem experiência na área de Odontologia, com ênfase em Saúde Coletiva e Oclusão e Escultura Dental. É docente da Unioeste no curso de Odontologia desde 2002 e foi coordenador de 2006 a 2010. Está no seu segundo mandato como diretor do Campus de Cascavel.

 

VICE-REITOR ELEITO

O professor Gilmar Ribeiro de Mello é doutor e mestre em Ciências Contábeis pela Universidade de São Paulo (FEA/USP). Professor associado da Unioeste, atuando no mestrado em Gestão e Desenvolvimento Regional, mestrado em Contabilidade e no curso de Administração. É diretor do campus de Francisco Beltrão. Além de ser líder do Grupo de Pesquisa em Gestão, Estratégia, Inovação e Contabilidade (GEIC), editor-científico da revista Gestão e Desenvolvimento em Revista – G&D em revista. E presidente da Agência de Desenvolvimento Regional do Sudoeste do Paraná (mandato 2019-2022).

 

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