O valor do produtor do Oeste

O Paraná possui 371.051 estabelecimentos agropecuários, sendo que 80% são familiares. O Oeste não foge à regra. Além das incontáveis plantas de soja, que ocupam os alqueires férteis que ultrapassam até onde a vista alcança, existem as inúmeras famílias de pequenos produtores que trabalham para a subsistência e, ainda que não tenham em seus nomes grandes glebas de terra e maquinários de ponta, contribuem para que os números da produção agropecuária desta região paranaense sejam enaltecidos.

Com base na publicação do Programa Oeste em Desenvolvimento (POD), que aponta o número da população que vive no meio rural e consequentemente pratica atividades relacionadas ao campo, é possível chegar à média produzida por cada um dos 175.467 produtores que vivem nos municípios oestinos.

Com base nestas informações, foram relacionadas as atividades de rebanho de suínos, produção de aves, produção de leite, produção de tilápias, produção agrícola de milho e soja, bem como a participação e importância das cooperativas do Oeste para o fomento destas atividades.

Especialmente pela presença marcante de agricultores familiares, que praticam a diversificação de culturas em suas propriedades e contam com mais de uma atividade em suas terras, é importante ressaltar que nem todos os oeste-paranaenses praticam tais atividades, sendo possível encontrar aqueles que fazem a monocultura de grãos ou produzem soja e milho junto a aves, suínos ou bovinocultura leiteira e de corte.

Além disso, no Oeste do Paraná também são encontradas áreas ocupadas por culturas com menor expressão, mas que não deixam de gerar renda aos produtores, como mandioca, feijão, fumo, olericultura e fruticultura, por exemplo.

Rebanho de Suínos

 

 

 

De acordo com o levantamento do Observatório Territorial, que levou em consideração dados de 2016, o Oeste do Paraná produz 4,5 milhões de suínos ao ano. O número representa 63,5% do rebanho de todo o Estado, sendo que o Paraná tem o maior rebanho de suínos de todo o Brasil.

 

Na prática, os 175.467 moradores das áreas rurais do Oeste do Estado produzem, em média, 26 suínos cada por ano. O braço forte na produção de suínos na região está representado principalmente pelos municípios de Toledo, que ocupa o lugar mais alto do pódio em termos de rebanho, seguido por Marechal Rondon, que está em 4º lugar.

Na microrregião, o destaque também está para a pequena Entre Rios do Oeste, que com apenas 4.406 habitantes produz um rebanho que passa dos 165 mil suínos em 204 propriedades cadastradas na Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar).

Produção de leite

O Oeste do Paraná detém 22,5% de todo o leite produzido no Estado. Isso signifi ca que somente nas terras oestinas são produzidos ao ano 616,5 milhões de litros de leite – uma média de 3,5 mil litros por cada um dos 175 mil produtores.

Além disso, o Oeste ocupa o 2º lugar no ranking de regiões com efetivo de vacas ordenhadas, perdendo apenas para a região Sudoeste. São 284 mil animais – 17,6% das vacas produtoras de leite de todo o Estado.

Conforme o relatório do Programa Oeste em Desenvolvimento, a produção e comércio de laticínios foi a atividade que mais empregou trabalhadores na região em relação ao Paraná, gerando 2.478 postos de trabalho – 28,1% do total.

O destaque está relacionado especialmente à atuação da Frimesa em Marechal Cândido Rondon e Matelândia, uma central de cinco cooperativas filiadas (Copagril, Lar, C.Vale, Copacol e Primato) que possui cerca de 4,9 mil produtores que atuam como parceiros e fornecedores de matéria-prima utilizada na industrialização dos produtos.

No município rondonense, a organização possui uma Unidade Industrial de Laticínios, que iniciou com uma indústria de queijos com foco na sustentação da cadeia produtiva do leite. Atualmente, no entanto, a unidade industrial tem capacidade de operação de 750 mil litros de leite ao dia, processando produtos como requeijão, manteigas, linha longa vida, leite condensado, entre outros produtos que somam 60 itens.

Já em Matelândia, onde está localizada a Unidade de Refrigerados, o foco está no processo de industrialização de iogurtes e sobremesas, com capacidade de operação de 230 mil litros ao dia.

Grãos dourados

As 53 cidades que compõe a mesorregião do Oeste paranaense são responsáveis por concentrar 35% da produção de milho e 21,3% da produção de soja de todo o Estado.

A microrregião de Toledo, na qual estão incluídos municípios como Marechal Rondon, Guaíra, Entre Rios do Oeste, Mercedes, Pato Bragado, Quatro Pontes, Palotina, Santa Helena, Maripá e Nova Santa Rosa, detém 19% de produção de milho e 9% da soja de todo do Paraná, sendo um dos principais polos produtivos dos grãos dourados no Estado.

O Paraná é o segundo maior produtor brasileiro de soja e milho, perdendo apenas para o Mato Grosso. Em 2017, o Estado colheu 4.035.106 milhões de toneladas de soja, 304.424 mil toneladas de milho na primeira safra e 4.562.864 milhões de toneladas de milho na segunda safra.

De cada uma das 175 mil propriedades rurais do Oeste, saíram das terras férteis, em média, 23 mil quilos de soja e 27 mil quilos de milho. No ano passado, o Estado fechou a temporada de colheita de verão com uma safra recorde, com 24,8 milhões de toneladas colhidas – 23% a mais do que em 2016.

Na região Oeste, o aumento no comparativo entre as safras de 2016 e 2017 foi de 471.117 mil toneladas para a soja (13,22%) e 62.044 mil toneladas para o milho de segunda safra.

Produção avícola

Com presença marcante em diversos municípios do Oeste, a produção de frango de corte tem grande importância para o crescimento da economia oestina, geração de empregos na cidade, indústrias e no campo. Conforme o anuário 2018 do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar), em 2017 a produção chegou a 1,79 bilhão de aves no Paraná, o que representa 34,17% do que é produzido em todo Brasil.

Somente no Oeste, estão localizadas 8.695 granjas de corte, que representam 33,88% das granjas de todo o país. O Estado foi responsável por exportar em 2017 US$ 2,5 bilhões de frango (1,5 bilhão de quilos), sendo os principais destinos da carne de frango paranaense a Arábia Saudita, China, Japão, Emirados Árabes e África do Sul. Entretanto, a maior parte da produção local fica em terras brasileiras (64,76%).

Segundo o relatório do Programa Oeste em Desenvolvimento, 31,9% do efetivo animal de galináceos do Paraná está na região Oeste, ou seja, cada um dos 175.467 agricultores produz, anualmente, 3,2 mil aves.

Essa matéria na íntegra você confere em nossa edição impressa desta terça-feira (27).