Municípios Capacitação aos empresários
Pandemia impulsiona transformação digital
Em tempos de crise, algumas tendências que não possuíam força aos primeiros olhares acabam se solidificando e se tornam parte do entendimento comum. Prova disso é o movimento de consumir produtos e comprar em empresas da região em detrimento de grandes companhias de fora, algo pouco pensado no passado. Com a atual pandemia do coronavírus, muitos consumidores perceberam a importância de valorizar o meio local e, principalmente, as micro e pequenas empresas (MPES) e os micro empreendedores individuais (MEIs), os setores mais vulneráveis e, ainda assim, os mais participativos na geração de empregos.
“As MEIs e as MPES empregam mais de 70% das pessoas, em uma média nacional. Quando se fala de uma média ou grande empresa, a automatização dos processos é muito grande e a mão de obra empregada é menor se comparado, proporcionalmente, às micro e pequenas empresas. Se as MPES tiverem dificuldades durante a pandemia, serão as primeiras a padecer e acabar sofrendo com demissões, reduções de contratos, podendo até fechar. Esse setor faz a economia girar, tem um impacto muito grande localmente e é preciso que continue suportando a crise, inovando e se reinventando para continuar ativo no mercado”, expôs a consultora de Empreendedorismo do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) do Paraná, Mariana Carvalho, ao O Presente.
Para apoiar o setor, ela menciona que o Sebrae conta com campanhas em nível nacional para que esses empreendimentos ganhem força entremeio à crise. “Temos o ‘Sebrae ao seu lado’, com uma divulgação de todas as frentes de atuação que temos, e há a campanha ‘MEI. Reinvente, Repense. Recrie’, que reúne em um portal todas as ações voltadas para o MEI. Nele contamos com vários títulos, desde ações comportamentais até financeiras, com questões sobre linhas de crédito específicas”, comenta, informando que as campanhas e frentes de atuações podem ser vistas no portal www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/mei2020.
Além dessas, Mariana diz que a campanha “Compre do pequeno” também atua diretamente com foco nos hábitos de consumo. “Serve como um incentivo para que comerciantes locais e clientes possam se encontrar, favorecendo os pequenos negócios”, resume.
Segundo ela, a atenção é essencial, pois grande parte da força econômica dos municípios vem do setor. “Todo mundo tem um amigo, conhecido ou parente que trabalha ou é dono de um pequeno negócio. Se essas empresas falirem, atinge toda a economia local. É uma cadeia, e se o comércio não vai bem, os colaboradores são atingidos e os serviços por eles utilizados são também afetados”, avalia.
ECONOMIA MUNICIPAL
A consultora enaltece que o Sebrae orienta as cidades a tentarem fazer a roda econômica girar internamente para que o cenário se favoreça. “Por exemplo, se eu tiver um fornecedor de uma cidade vizinha, seria uma boa medida procurar um fornecedor local; mesmo que o preço final seja diferente, eu economizaria em logística”, exemplifica.
Outra questão destacada por Mariana é a transformação digital. “É preciso comercializar o produto exteriormente, trazer dinheiro de fora para dentro, e o meio digital permite essa venda. O Sebrae oferta, nesse período de pandemia, atendimento gratuito para as empresas nesse assunto”, frisa.
O Presente