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Municípios Freddy, o mito

Papagaio cascavelense vira notícia em jornais da Europa e Estados Unidos

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Foto: Divulgação

 

O Zoo de Cascavel e suas imediações já frequentaram as manchetes em casos pitorescos. Foi o caso da onça que fazia cooper no lago, do jacaré que virou churrasco e do menino atacado por um felino.

Mas nada parece superar a capacidade midiática infinita do papagaio Freddy Krueger. O nome vem do personagem fictício de uma série de filmes de terror ambientada em Ohio (Estados Unidos).

Nosso papagaio também tem projeção internacional. Se digitar no Google as palavras Freddy e Zoo, surgem notícias da ave cascavelense em alguns dos principais jornais do planeta, como The Guardian (Londres) e Usa Today, distribuídos em 50 Estados norte-americanos.

Freddy é um “vida louca”, na tradução descontraída que o veterinário Ilair Detoni ouve da boca de estagiários que frequentam o Zoo. Ele veio para o noticiário originalmente quatro anos atrás, quando saiu ferido de uma troca de tiros entre a Polícia Militar e traficantes na periferia de Cascavel.

“Ele tinha um ferimento grave na cabeça, um tiro de revólver 38. Deve ter sido à queima-roupa, pois havia queimadura, lesões no bico, afundamento da órbita ocular e da parte direita do cérebro. Estava em carne viva e queimado. Eu não acreditava que ele iria sobreviver”, relata Detoni.

Mas Freddy sobreviveu. Havia outras aventuras ainda pela frente. Em 13 de abril último, uma cobra invadiu o viveiro e mordeu a perna esquerda do papagaio. “As marcas dos dentes não deixam dúvidas que foi uma serpente”, diz o veterinário.

A ave foi encaminhada outra vez para um atendimento de emergência. Medicado, Freddy contrariou as previsões novamente, e sobreviveu.

Três dias depois, bandidos invadem o Zoo. Assalto à mão armada, vigilante rendido. Freddy e outro papagaio foram sequestrados. Seria o fim do mito? Não. Quarenta e oito horas depois, a ave aparecia sobre o viveiro do Zoo, quando foi capturada por um funcionário usando um puçá.

Freddy não deixou barato, como conta Detoni: havia um rastro de sangue no local do roubo, possivelmente um dos bandidos recebeu uma mordida do bico pontudo do “mito”.

“O Freddy é agressivo mesmo. Pessoal brinca aqui: não mexam com o papagaio de traficante. Não colocamos ele no mesmo viveiro de outra ave. Ele é bem malvado”, comenta Detoni.

Em uma ampla “solitária” isolada do público, com mutum, araras, pavões e corujas de vizinhos de “cela”, Freddy é muito bem tratado. Se alimenta com verduras, frutas, amêndoas e suplementos especiais.

Mas seu período sabático está com os dias contados. Cogita-se levá-lo para a área de exposição, onde o mito poderá ser observado pelos milhares de visitantes do Zoo. Freddy, o imortal, tem tudo para se tornar a grande atração do pedaço.

 

Em tempo: o “mito” é da espécie papagaio-verdadeiro, considerada uma das aves mais inteligentes do planeta, capaz de viver 80 anos. A espécie inspirou personagens famosos, como o Zé Carioca (da Disney) e o Louro José, personagem global.

E o Freddy por ser “Vilma”. É que não foi feita a sexagem, e visualmente é quase impossível cravar se o papagaio é macho ou fêmea. Sua origem mais provável é o Mato Grosso do Sul, de onde deve ter sido contrabandeado ainda filhote por organizações criminosas que atuam também no tráfico de drogas.

 

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