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Pesquisa mostra as preocupações dos jovens durante a pandemia

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(Foto: Divulgação)

A pesquisa on-line “E aí, como está a sua vida neste período de isolamento social?”, aplicada de 3 e 27 de abril, mostra que as maiores preocupações dos jovens residentes no Oeste do Paraná, com idades de 15 a 18 anos, são a saúde de sua família (80%), o futuro (61%) e as violências dentro e fora de casa (19%). O sentimento de medo relacionado à pandemia de covid-19 também foi indicado por 37%.

A consulta foi organizada dentro do projeto Prevenção e Redução da Gravidez Não Intencional na Adolescência nos Municípios do Oeste do Paraná, uma ação do Unfpa Brasil em parceria com a Itaipu Binacional. No total, foram ouvidos 455 jovens com faixas etárias de 10 a 14 anos; 15 a 18; 19 a 24; e 25 anos ou mais. A intenção foi avaliar como a pandemia tem afetado os jovens e quais as necessidades e acessos que essa população tem neste período de distanciamento social.

“A partir de resultados como dessa pesquisa, devemos sensibilizar nossos gestores sobre a importância de falar sobre violências. Além de falar dos serviços, de como se dá o acesso à garantia de direitos”, afirmou a psicóloga Ronise Schiavoni Basaglia, que participou dos módulos de capacitação do programa, que abrangeram mais de 300 profissionais da rede pública da região.

Para Basaglia, que atua com equipes multidisciplinares em Unidades Básicas de Saúde, as preocupações dos jovens podem se transformar em sofrimento ou adoecimento no passar dos dias, devido ao impulso e desejo característicos dessa faixa etária. Ela defende que é necessário buscar o equilíbrio entre o querer e o que é possível, para que o jovem mantenha a saúde mental durante a pandemia.

 

DADOS REFLETEM REALIDADE CULTURAL

A enquete on-line revelou que 37% das/dos adolescentes do Oeste do Paraná estão com medo em relação à covid-19. Mas para as meninas esse percentual é mais elevado, chegando a 40%. Além do medo, entre elas também aparecem emoções como ansiedade e tristeza. Já para os meninos a emoção que representa o momento é a tranquilidade, com 43% das respostas.

“Quando a gente pensa na questão de gênero, nós temos uma segregação dos sentimentos na nossa cultura. As meninas precisam ser sensíveis, e precisam também manifestar esses sentimentos. Os meninos, ao contrário, são educados a não sentir, ou pelo menos não demonstrar” avalia Rosine.

Para a psicóloga, que atua no município de Ubiratã, esses dados refletem uma “adaptação cultural” pela sociedade, em que uma forma de “blindagem” entre os adolescentes dão a falsa sensação de confiança e tranquilidade.

A mesma relação cultural também se reflete na maneira de encarar o distanciamento social frente às formas de violências que os jovens e adolescentes estão expostos. Para 17,6% das/dos adolescentes do Oeste paranaense, a grande preocupação são as violências dentro e fora de casa.

O Unfpa Brasil tem reforçado o posicionamento sobre o enfrentamento à violência baseada em gênero. Em resumo técnico, o Unfpa reafirma a importância em garantir que os sistemas e medidas de proteção social implementados pelos governos estejam assegurados durante a pandemia.

 

Com assessoria

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