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Praça da Bíblia de Nova Santa Rosa é um marco da união entre religiões

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(Foto: O Presente)

Em Nova Santa Rosa, há um espaço na região central da cidade que chama a atenção. Com uma bela estrutura, a Praça da Bíblia se tornou um cartão-postal do município, além de um ponto de encontro para famílias e amigos, que se utilizam do espaço nos fins de semana ensolarados para momentos de lazer e descontração.

Antigamente conhecida como Praça da Sé, a Praça da Bíblia ganhou esse nome através da lei nº 025/1977, na gestão do prefeito Armindo Fischer.

Atualmente, Armindo é proprietário do Cartório Fischer, que fica localizado em frente à Praça da Bíblia. Procurado pelo O Presente, o ex-prefeito contou um pouco sobre a história da praça e sua representatividade para a cultura de Nova Santa Rosa.

Armindo Fischer, ex-prefeito de Nova Santa Rosa: “No começo se chamava Praça da Sé, que era um espaço usado como campo de futebol durante a semana e nos sábados e domingos servia para recreações entre os jovens” (Foto: Divulgação)

 

HISTÓRICO

No ano de 1954, a Industrial Madeireira Colonizadora Rio Paraná, mais conhecida como Companhia Maripá, iniciou a colonização das áreas de Nova Santa Rosa, dividindo as terras entre distritos e vilas. O espaço que hoje é a Praça da Bíblia foi destinado pela colonizadora e denominado como Praça da Sé.

“A colonizadora foi quem cuidou dos detalhes e ninguém mexeu nisso. No início limparam, tiraram os tocos e tudo mais, então o espaço ficou como uma área de concentração, onde era um campo de futebol. Chamavam de Praça da Sé, que na verdade era um campo de futebol. Era usada como campo de futebol durante a semana e aos sábados e domingos servia de palco para recreações entre os jovens. Os jovens se reuniam ali para conversar, porque na época não existiam bares e lanchonetes para se encontrar. Então eles se reuniam nessa praça, faziam as brincadeiras de roda, e pessoas de todas as religiões estavam ali. Não havia essa ou aquela religião”, relembra Fischer.

Antes de se tornar município, Nova Santa Rosa era distrito de Toledo e, quando o processo de emancipação iniciou, a população se questionava sobre o aspirante a município não possuir uma praça.

Fischer conta que no ano de 1965 foi criado “um livro de ouro”, onde o grupo então denominado como “Amigos de Nova Santa Rosa” se uniu em prol da praça, fazendo doações em dinheiro para sua idealização.

 

POR QUE PRAÇA DA BÍBLIA?

Nova Santa Rosa é conhecida por suas diversas denominações religiosas. Essas igrejas, ainda na época em que a Colonizadora Maripá distribuía as terras no município, ganharam seus terrenos específicos para que cada uma tivesse seu espaço. Esses espaços foram distribuídos em torno da praça, onde pode-se observar que as comunidades religiosas se situam umas próximas às outras.

Nessa época, os templos do município se uniram e junto com suas autoridades criaram o Conselho de Ministros, do qual faziam parte autoridades da Igreja Católica e das Igrejas Evangélicas. Tal conselho se mantém vivo até hoje no município. Por se tratar de um monumento que marcava a união entre as religiões, o Conselho de Ministros decidiu, então, nomear a praça de Praça da Bíblia, símbolo esse que abrange todas as denominações religiosas.

 

ARQUITETURA

A Praça da Bíblia já passou por processos de revitalização, mas seu traçado original permanece até hoje. “Esse desenho foi feito por um senhor chamado Ernesto Schaidner, hoje falecido. A praça foi revitalizada, foi criado espaço para as crianças brincarem e é um local agradável para as famílias. Hoje a praça é usada pelas famílias que se reúnem para tomar chimarrão, virou um ponto de encontro em Nova Santa Rosa”, relata Fischer.

 

FORÇA ECUMÊNICA

Coordenador da 1ª Igreja Batista, Milton Tehlen reforça que “o objetivo da criação da Praça da Bíblia é de que fosse um marco de união das igrejas, cada uma dentro da sua liturgia, dos seus princípios, dos seus valores, mas que isso trouxesse uma força ecumênica”.

“Foram criados eventos no município. No início tínhamos grandes eventos, como a noite dos corais, e isso foi se perdendo porque muitas igrejas não possuem mais coral. Então, esse trabalho culminava sempre com esse encontro ecumênico que era um ponto alto do município. A ideia da Praça da Bíblia foi essa, uma vez que Nova Santa Rosa é uma cidade que tem muitas denominações religiosas, hoje muito mais do que naquela época. E toda a estrutura do município se deu pautada nas denominações religiosas. Ter como referência a bíblia, que é a nossa doutrina de fé, independente se é católico ou evangélico, foi um marco extremamente importante. Faz sentido, fez sentido”, enaltece Tehlen.

Coordenador da 1ª Igreja Batista, Milton Tehlen. “O objetivo da criação da Praça da Bíblia é que fosse um marco de união das igrejas, cada uma dentro da sua liturgia, dos seus princípios, dos seus valores, mas que isso trouxesse uma força ecumênica” (Foto: Divulgação)

Palco utilizado para apresentações culturais. Antigamente, eram realizadas apresentações de corais (Foto: O Presente)

Parquinho para as crianças: local de lazer e recreação (Foto: O Presente)

Chafariz de rosa, flor essa que leva o nome da cidade (Foto: O Presente)

Espaço conta com uma academia da terceira idade (Foto: O Presente)

Praça conta com gramado e bancos, onde as famílias se encontram para tomar chimarrão (Foto: O Presente)

 

O Presente

 

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