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Municípios "Queremos entendimento"

Prefeitos do Oeste devem se reunir hoje com o governador por videoconferência

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Presidente da Amop e prefeito de Matelândia, Rineu Menoncin (Texeirinha): “Absorvemos o entendimento da Justiça, mas estamos buscando nosso direito. Se houver medida para prorrogar este decreto nós vamos entrar forte não só na Amop, mas junto com a AMP” (Foto: Divulgação)

O presidente da Associação dos Municípios do Oeste do Paraná (Amop) e prefeito de Matelândia, Rineu Menoncin (Texeirinha), destacou em entrevista ao O Presente, ontem (09), que uma reunião entre os prefeitos do Oeste do Paraná e o governador do Estado, Ratinho Junior, por videoconferência, pode acontecer hoje (10) para tratar sobre a flexibilização do decreto 4.942, em vigor desde o dia 1º, que determinou o fechamento das atividades tidas pelo Estado como não essenciais nos 54 municípios do Oeste e cidades de outras regiões do Paraná.

“Vamos buscar uma reunião direto com o governador porque cancelamos as conversas com o Beto Preto, pois ele não nos respeitou em momento algum. Fizemos pedido de revisão para que cada município tivesse seu decreto. Foram 29 municípios que se manifestaram com um decreto diferente ao Estado, porém recebemos a resposta na qual devemos atender o decreto na íntegra. Até aí tudo bem, contudo não pediram auxílio para nós na fiscalização, impuseram que todos os casos e óbitos seriam de responsabilidade dos municípios e que nós (prefeitos) responderíamos penalmente, seríamos conduzidos coercitivamente e poderíamos até ser presos”, lamentou.

Conforme Texeirinha, a Amop encaminhou pedido de reunião por videoconferência entre os prefeitos da entidade e o governador. “Queremos entendimento, diálogo, até porque neste momento qualquer enfrentamento só vai trazer mais problemas. Queremos trazer medidas melhores à população e a união é a melhor força que existe neste momento; não podemos dividir, devemos somar. Exigimos respeito, pois nosso secretário não nos respeitou e nós somos prefeitos. Qualquer pessoa deve ser respeitada. Nós estamos na linha de frente, cuidando das pessoas e ele (Beto Preto) lá de Curitiba deu uma canetada que até agora estamos tontos”, critica.

 

DECISÕES DESFAVORÁVEIS

O presidente da Amop enaltece que todas as decisões foram desfavoráveis aos municípios, tanto ações de inconstitucionalidade como mandados de segurança movidos pelas prefeituras contra o Estado. “Nos manifestamos para não haver prorrogação porque a economia não consegue sobreviver. Agora que estaria aquecendo veio o fechamento parcial prejudicando principalmente as empresas menores, que se quebrarem não têm como voltar, as maiores ainda têm fluxo de caixa”, analisa.

Na opinião de Texeirinha, o governador deve estar arrependido desse decreto. “Se tivesse falado com os municípios seria melhor, pois nós faríamos um planejamento sugerindo algo do dia 10 para frente”, comenta.

 

RECONHECIMENTO

Ele ressalta que os dez leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) entregues quarta-feira (08) pelo Governo do Estado no Hospital Universitário (HU) em Cascavel são insuficientes. “O Oeste precisa de atendimento melhor na saúde, mais leitos de UTI e insumos. Nossa região é a menos atendida na saúde no Estado, então falta atenção. Por outro lado, é a região mais importante na economia. Queremos este reconhecimento, este respeito. A mão forte do governador deve estar presente neste momento”, enfatiza, emendando: “São dez leitos a mais de UTI no HU, mas precisamos da ordem de 60 leitos. Depois da pandemia (do coronavírus) vamos usar leitos com mais respaldo. Sabemos que a cada 100 casos (de Covid-19) um precisa de UTI. Com 60 leitos poderíamos ter seis mil novos casos. O MP (Ministério Público) quer atendimento, e nós não podemos deixar pacientes morrerem em casa, nos hospitais ou corredores”.

 

DIÁLOGO

O presidente da Amop reitera que é a intenção é buscar o entendimento. “Estamos buscando nosso direito como representantes municipais. Entendimento da Justiça a gente absorve e respeita. Se houver medida para prorrogar este decreto, nós vamos entrar forte não só na Amop, mas junto com a AMP (Associação dos Municípios do Paraná)”, assegura.

Por outro lado, Texeirinha considera difícil o decreto ser estendido por mais sete dias. “Os prefeitos estão afinados se o decreto for prorrogado. Por que o governador vai ter desgaste se está sendo exemplo no Brasil na transparência do dinheiro público e nos gastos da Saúde?”, questiona. “Este é o momento do governador estender a mão amiga, conversar com prefeitos, MP, e de serem adotadas medidas sanitárias para salvarmos a população e reabrirmos o comércio. O diálogo é a melhor porta para se construir um castelo”, finaliza.

 

O Presente

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