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Produtores rurais utilizam biofertilizante para aliviar as perdas causadas pela estiagem na região Oeste do Paraná

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(Foto: Divulgação)

Os dias de volume intenso de chuva pareciam não ter fim neste início de ano, mas há poucas semanas o cenário era totalmente o oposto: o tempo excessivamente seco é que era a dor cabeça para quem depende das condições climáticas. Giovani Denardi Daros, produtor de gado de cria, conta o sufoco que passou. A grama para alimentar o gado sentiu muito a falta de água, e o produtor já previa prejuízos. As perdas puderam ser evitadas com algo que ele classifica como “fantástico”: o biofertilizante produzido pela EnerDinBo, usina híbrida de biogás e energia fotovoltaica, localizada em Ouro Verde do Oeste.

A usina, que entrou em funcionamento em outubro do ano passado, tem dois produtos resultantes do trabalho no biodigestor: o biogás e o biofertilizante. “O biodigestor é abastecido com matéria orgânica, no nosso caso dejetos de suínos. Ali dentro ocorre a digestão anaeróbia, sem a presença de oxigênio e aí surge o biogás e o biofertilizante ou digestato. Por mais que o digestato não substitua a chuva, ele ajuda a manter a umidade do solo com a matéria orgânica que ele ainda tem e com as outras características que são inerentes à aplicação com alguns nutrientes como nitrogênio, fósforo e potássio, levando-os para dentro do solo”, explica o diretor técnico da EnerDinBo, Thiago González.

Enquanto o biogás cumpre seu papel na produção de energia, o biofertilizante tem feito a diferença para produtores como Giovani. Ele aproveitou a doação do produto e aplicou em parte dos 70 hectares de sua propriedade e ficou boquiaberto com o que viu. “É impressionante a resposta da grama em apenas uma aplicação – foi algo inacreditável. Eu calculo que um metro quadrado que sem o produto da EnerDinBo produziria um quilo de massa no período de 30 dias, após a aplicação do produto vai produzir cinco vezes mais. Na minha propriedade, onde hoje eu tenho de cinco a sete vacas por alqueire, vou poder colocar 15 por alqueire”, relata Giovani.

O produto já está sendo usado em áreas que somam aproximadamente 150 alqueires. Um dos benefícios é a longa atuação dos nutrientes no solo. “A adubação química aporta uma grande quantidade de nutrientes de uma só vez. Já com o nosso biofertilizante, a ação tem longa duração”, comenta Thiago.

O biofertilizante é líquido e a produção é de 380 metros cúbicos por dia. O produto é disponibilizado prioritariamente aos produtores que são fornecedores de matéria-prima para a usina, porém, quem não participa do projeto também pode solicitar. “Hoje o produtor que precisa desse biofertilizante precisa só ir na usina e pegar. O raio logístico para viabilizar a aplicação é de 15 km (a partir da usina). O resultado tem sido muito gratificante, já que, em pouco tempo de funcionamento da usina e de produção do digestato, já conseguimos ajudar de forma significativa alguns produtores da região”, comemora Thiago. “Eu pretendo continuar usando o produto enquanto for possível, é muito bom”, enfatiza Giovani.

 

A USINA

A EnerDinBo é a primeira usina híbrida de biogás e energia fotovoltaica em grande escala do país. O triunfo do projeto é o uso de dois tipos de captação de energia: por placas solares durante o dia e por biogás durante a noite. O biogás é gerado a partir de dejetos de suínos de 40 propriedades da região e que, até então, não tinham destinação adequada. Assim, a usina cumpre uma importante missão, transformando o problema em energia.

Tanto a luz do sol quanto o biogás produzem energia que é injetada na rede de distribuição da Copel, Companhia Paranaense de Energia, e distribuída para usuários de todo estado que têm alto consumo energético. Só os dejetos de suínos são capazes de gerar hoje um megawatt/hora, o que é suficiente para abastecer cerca de 2,5 mil residências.

A distribuição é feita pela Energia das Américas (EDA). CNPJ’s que têm mais de R$ 1 mil de custo mensal com energia estão sendo atendidos de forma prioritária.

 

Com assessoria

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