“Saúde e geração de emprego serão nossas prioridades em 2019”, enaltece Zado

 Em junho de 2018, o agora prefeito Evandro Grade (Zado) (PDT) assumiu a Prefeitura de Santa Helena em consequência da cassação do mandato do então gestor Airton Copatti (MDB). Passados aproximadamente sete meses, houve mudanças na equipe de governo e um trabalho de redirecionamento de projetos e planejamentos.

Em entrevista concedida ao Jornal O Presente, Zado fez uma avaliação do período em que está à frente do Poder Executivo, enalteceu que as contas de 2018 fecharam com um superávit de R$ 34 milhões e adiantou que neste ano duas áreas devem receber uma atenção especial por parte do Poder Público: a saúde e a geração de empregos.

O prefeito também enalteceu a boa relação com o Poder Legislativo, sendo que atualmente, segundo ele, a base do governo conta com seis vereadores, mas está havendo conversas no sentido de que mais um vereador venha a aderir ao grupo. Confira.

O Presente (OP): O senhor assumiu a prefeitura em junho de 2018. Qual avaliação faz dos primeiros meses de mandato como prefeito?

Evandro Grade (EG): A avaliação que fizemos de 2018 é extremamente positiva. Assumimos a prefeitura em junho, ou seja, estamos há pouco mais de seis meses no comando do município. Conseguimos reformular a nossa equipe e estamos com um grupo muito competente. Quero agradecer todos os servidores públicos pelo apoio. Também contamos com uma relação muito boa com o Poder Legislativo. Todos os projetos enviados pelo Executivo foram aprovados pelos vereadores. Também tivemos uma relação muito boa com todas as entidades. Queremos fazer um governo participativo.

OP: Já houve fechamento das contas de 2018? Qual foi o superávit do ano passado?

EG: Houve um superávit de R$ 34 milhões. Durante três meses não recebemos os royalties, ou seja, muitas obras e programas não puderam ser iniciados por falta de recursos. Mas agora, a partir de janeiro, vamos conseguir fazer essas licitações e poder atender a nossa população.

 

 

 

OP: Já existe alguma destinação para esse superávit?

 

EG: Há várias obras que estão com os projetos prontos, autorizados pelo jurídico e no departamento de licitação para iniciar o processo, mas estava faltando o depósito dos royalties. De janeiro em diante essas licitações serão iniciadas para que aconteçam essas obras e os programas para atender a nossa população.

OP: Em termos de planejamento de 2019, quais os principais investimentos que a Prefeitura de Santa Helena pretende fazer neste ano?

EG: Iniciando pelo setor agrícola do nosso interior, já concedemos a ordem de serviço para executar 23 quilômetros de calçamento – mais de R$ 4 milhões. Na próxima semana haverá licitação de asfalto para 58 quilômetros, mais de R$ 9 milhões. Além disso, vamos investir bastante em pátios. No final do ano conseguimos aprovação do Poder Legislativo para um grande projeto visando atender o setor agrícola, um deles para correção do solo. O município vai, em 2019, fazer um trabalho forte neste sentido e ajudar nossos produtores com análise do solo, vai subsidiar calcário e cama aviária. No setor das empresas assinamos o projeto do frigorífico da Friella, que agora foi enviado para o Ministério da Agricultura para ter aprovação. Acreditamos que ainda neste ano conseguiremos fazer a terraplanagem e iniciar a construção. Além disso, vamos colocar em prática um grande programa para oferecer atividade no contraturno para as crianças do pré ao quinto ano. O objetivo é melhorar ainda mais o ensino em nosso município. Na parte da assistência social, estamos indo a Curitiba para tratar da questão de casas populares. Vamos fazer uma parceria com a Cohapar (Companhia de Habitação do Paraná) e também com a Caixa Econômica. E pretendemos fazer um programa próprio de habitação para que no início de 2020 possamos entregar casas para as famílias que precisam em Santa Helena.

OP: O Governo do Estado anunciou um contingenciamento, ao menos momentâneo, de 20% do Orçamento para 2019. O senhor teme que algum projeto que foi encaminhado ou estava previsto seja adiado ou paralisado?

EG: Acredito que não. Estamos indo a Curitiba para tratar sobre a construção de casas, sendo que já existe um recurso próprio do Estado na Cohapar para que sejam edificadas. Vamos também pedir agilidade na recuperação das rodovias, de Santa Helena sentido a Pato Bragado, e de Santa Helena até Missal. Também devemos conversar com a presidência da Copel sobre alguns problemas envolvendo a queda de energia no município. A Copel não está com a quantidade suficiente de servidores efetivos e nem contratos terceirizados para fazer esse trabalho de emergência quando precisa. Com isso, consequentemente, estão ocorrendo vários prejuízos para os produtores do município, como exemplo na piscicultura e na produção de aves.

OP: Santa Helena conta com duas estruturas que especialmente se destacam regionalmente: o balneário e o porto internacional. Historicamente, os governos investiram muito nestes dois locais. O que eles representam, especificamente para o município, hoje?

EG: Tanto o balneário como o porto são um orgulho para Santa Helena. Todo santa-helenense gosta destes dois locais. No nosso balneário estamos fazendo um grande trabalho para trazer de volta o turista e também a população do município, que possam usufruir mais deste espaço. Estamos trabalhando com nossa equipe, melhoramos a parte de infraestrutura e limpeza, colocamos algumas normas para que as famílias também possam voltar a ocupar o nosso balneário. Estamos realizando eventos, como a abertura da temporada de verão, que foi muito bem aceita, realizada em parceria com o 5º Santa Helena Motorcycle. No final do ano as festividades, juntamente com o réveillon, tiveram uma grande aceitação e uma grande movimentação em nosso município. Nesta semana tivemos uma reunião com os líderes dos blocos de Carnaval. Vamos fazer um grande Carnaval em Santa Helena e com várias inovações para consolidar o nosso balneário e trazer de volta aquele público que vinha no passado. Com relação ao porto, já licitamos a pedido da Receita Federal um barracão com rampas para que seja feito um trabalho de fiscalização. Estamos fazendo um projeto de pátio, com calçamento, asfalto e outras infraestruturas, para poder oferecer aos motoristas e às pessoas que trabalham uma boa estada no porto.

OP: Nos próximos dias haverá eleição do Conselho de Desenvolvimento dos Municípios Lindeiros ao Lago de Itaipu. O senhor já definiu o seu posicionamento ou se será candidato?

EG: Candidato não vou ser. Estou esperando conversar com os outros prefeitos, de preferência que haja consenso para que tenha união dos municípios lindeiros e possamos trabalhar em conjunto.

OP: Alguns prefeitos lindeiros têm se manifestado em defesa da continuidade dos atuais dirigentes da Itaipu. O senhor compartilha deste pensamento?

EG: Nos últimos dois anos, especialmente, a Itaipu melhorou bastante os investimentos nos municípios da região. Com relação a isso estamos muito contentes com a atual diretoria, em especial quero citar a pessoa do Newton Kaminski, que é o diretor de Coordenação, que vem fazendo um grande trabalho e ajudando muito os municípios da nossa região. Estamos na luta para que ele permaneça no cargo e possa continuar esse trabalho em prol do Oeste do Paraná.

OP: Quais são os deputados que representam Santa Helena na Assembleia Legislativa e na Câmara Federal após o resultado da última eleição?

EG: No governo federal, os representantes de Santa Helena são os deputados Fernando Giacobo (PR), Vermelho (Nelsi Coguetto Maria, PSD), José Carlos Schiavinato (PP), Sérgio Souza (MDB), Evandro Roman (PSD) e Zeca Dirceu (PT). Na Assembleia Legislativa, por sua vez, são os deputados Nelson Luersen (PDT), Marcel Micheletto (PR), Coronel Lee (PSL), Marcio Pacheco (PPL) e Fernando Francischini (PSL).

OP: Qual relação o senhor espera ter com o Governo do Estado?

EG: Acreditamos ter uma relação muito próxima. Temos uma afinidade boa também com o governador Ratinho Junior (PSD). Ele tem o compromisso de ajudar o município. Tenho convicção de que o governo fará grandes investimentos no município e também no Oeste do Paraná, visto que a região é muito produtiva e contribui bastante na parte econômica com o governo estadual.

OP: Em cada município se observa que existe uma demanda em algum setor que necessita de uma atenção especial por parte do governo local. Em Santa Helena, qual é esta principal demanda?

EG: Eu vou mencionar duas: emprego e a saúde. Na parte de emprego, além do frigorífico da Friella, estamos fazendo um projeto para beneficiar as empresas do município e ofertar mais empregos para nossa população. Na saúde, tivemos alguns avanços e estamos construindo o Pronto Atendimento, conseguimos mais médicos para repor os cubanos que saíram, mas ainda estamos com dificuldades. Temos um credenciamento de especialidades que boa parte já foi preenchido no início do ano e começaremos a fazer a prestação de serviço aqui em Santa Helena. Então acredito que a saúde e geração de empregos serão as nossas prioridades em 2019.

OP: O senhor planeja mudanças na equipe de governo?

EG: Estamos realizando algumas reuniões com vereadores, com alguns partidos, e possivelmente terá mais algumas mudanças em janeiro ou fevereiro. O objetivo, principalmente, será dar governabilidade para o Poder Executivo.

OP: Algum nome já definido? Ou alguma secretaria que pode mudar…

EG: Ainda não.

OP: O senhor iniciou a entrevista enaltecendo a boa relação com o Poder Legislativo. Com quantos vereadores o governo conta hoje na Câmara?

EG: É difícil falar de forma exata, mas temos uma ótima relação com o Poder Legislativo. Temos seis vereadores que hoje são base  e existe uma conversa com um 7º para que venha para o governo. Queremos também deixar as portas abertas para o 8º e o 9º vereador para trabalharmos em conjunto em prol da população.

OP: O senhor pensa hoje em reeleição?

EG: O meu objetivo hoje é fazer um bom governo e atender os anseios da população. Com relação à reeleição, temos que discutir com os partidos políticos e vereadores quem será o candidato em 2020.