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Municípios Perda nas lavouras

“Situação devastadora”, diz diretor do Ministério da Agricultura sobre lavouras no Oeste do Paraná

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Foto: Canal Rural/Divulgação

As perdas verificadas em lavouras no oeste do Paraná por uma comitiva do Ministério da Agricultura atingem, na maioria dos casos, mais de 70% das plantações, disse o diretor de Gestão de Risco da Secretaria de Política Agrícola da pasta, Pedro Loyola, que integra o grupo.

“Aqui na região oeste a situação está devastadora. Fomos a campo em propriedades, cooperativas, em Palotina, Marechal Cândido Rondon, Toledo, Cascavel, Medianeira, e realmente toda essa região está com perdas, geralmente acima de 70%. Tem produtor que perdeu tudo, outros que perderam de 70% a 80% (da produção estimada)”, revelou Loyola, citando que algumas propriedades registram de 40 a 50 dias de seca.

“A situação está complicada também na região noroeste do Paraná, que pega Campo Mourão, Maringá… Quanto mais perto da fronteira de Foz do Iguaçu, maior a perda”, disse o diretor da pasta.

No noroeste paranaense, as perdas abrangem de 60% a 65% das lavouras, segundo ele. Há preocupação, ainda, de importantes cadeias produtivas que atuam no Paraná e dependem dos grãos para alimentação animal, como pecuária leiteira e de corte, suinocultura, avicultura, que já manifestam preocupação com mais aumento dos custos de produção – condição vivida em 2021 em razão da quebra da safrinha.

“Há poucas regiões no Paraná que quase não tiveram problema, e a situação pode se agravar com a continuidade da seca”, relatou. Loyola comentou, ainda, que os grãos que têm sido colhidos, principalmente na região oeste, estão com impurezas, problemas de qualidade e pequenos, “o que deve trazer uma grande dificuldade” para os produtores.

A missão técnica formada por integrantes do Ministério e da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) começou na segunda-feira (10) partindo de Curitiba (PR) e deve percorrer cerca de 2 mil quilômetros e 12 municípios até amanhã, sexta-feira. Até agora, já passou por Guarapuava, Pitanga, Campo Mourão, Maringá, Umuarama, além dos municípios citados do oeste paranaense. Hoje (13) de manhã, a equipe deve visitar, junto com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, a região de Cascavel, segundo Loyola, e depois seguirá para Pato Branco – à tarde, a ministra irá a Mato Grosso do Sul.

 

Próximos passos

O diretor comentou que o Ministério da Agricultura já fez reuniões com o Ministério da Economia e o Banco Central sobre a situação das lavouras com perdas no País, bem como instituições financeiras e seguradoras solicitando agilidade nas avaliações dos sinistros em campo.

“Pedimos uma força tarefa para que seguradoras consigam atender os pedidos de avaliação de perdas a tempo, para liberar a área e o produtor poder, por exemplo, plantar o milho safrinha”, destacou. A pasta vem orientando secretarias de Agricultura dos municípios afetados a decretarem situação de emergência, para que possam, futuramente, ser contemplados por medidas de socorro do governo.

Loyola informou que o acionamento do seguro rural e do Proagro (programa se seguro para pequenos e médios produtores) está “muito alto”. Em uma cooperativa paranaense, até 2 de janeiro, produtores tinham acionado cerca de 30% das cerca de 6 mil apólices realizadas. Agora já passou de 50% dos contratos, informou, lembrando que produtores familiares que tenham tomado recursos do Pronaf têm cobertura de 100% das perdas com o Proagro Mais.

Ele também ressaltou que produtores com parcelas de custeio ou investimento vencendo e que não contam com seguro rural ou Proagro podem solicitar prorrogação do pagamento aos agentes financeiros, apresentando laudo técnico com seus custos de produção, volume colhido, receita, perdas e outros dados.

O governo terá de fazer um balanço de qual é a parcela de produtores com perdas que terão cobertura de seguros para seus prejuízos, incluindo os que recorrem ao Proagro e ao seguro rural convencional, em que a cobertura é parcial, além dos produtores que não contrataram seguro nesta safra. Novas reuniões do Ministério da Agricultura, envolvendo os governos estaduais, deverão se realizadas após a conclusão da missão no Paraná e das visitas da ministra a regiões afetadas.

“É uma situação complexa, envolverá conversas com outros ministérios, porque afetará a economia no interior do País. Vamos fazer uma análise do que vimos e considerar as propostas dos Estados (com medidas de apoio)”, concluiu.

 

Com Canal Rural

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