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Supersalários da Unioeste e despesas 31% maiores voltam a causar polêmica

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Reitor da Unioeste, Paulo Sérgio Wolff: “A Unioeste precisa equiparar-se a grandes centros em vários aspectos para melhor atender a juventude da região, que têm o direito de encontrar no interior do Estado uma educação de excelente qualidade, assim como nas Capitais” (Foto: Divulgação/Unioeste)

O reitor da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), Paulo Sérgio Wolff, em entrevista à imprensa, falou sobre os avanços que a instituição tem alcançado nos últimos anos e explicou a questão do aumento da folha de pagamento da Universidade.

“Esse aumento se deu em função da expansão da Unioeste. Nós tínhamos, há quatro anos, 21 programas de pós-graduação, agora temos mais de 50, mestrados e doutorados”, declarou.

Wolf afirmou que o aumento da pós-graduação e a implantação dos cursos de Medicina, Nutrição e Serviço Social na Unioeste, campus de Francisco Beltrão, resultam em novas contratações. Segundo ele, nos últimos quatro anos, foram contratados 185 professores e também 67 funcionários que assumiram suas vagas na Universidade.

Durante a entrevista, o reitor também defendeu o extinto Programa de Desenvolvimento do Agente Universitário (PDA), uma vez que os agentes universitários desenvolviam projetos que beneficiavam a população. “Com o fim do programa, foi necessário voltar a pagar horas-extras, que antes eram supridas por meio do desenvolvimento dos projetos e, agora, muitos desses ficaram sem continuidade, precisando urgentemente de reposição dos recursos humanos, pois muitos funcionários se aposentaram desestimulados pelo fim do programa”, destacou, enaltecendo que vai lutar pela retomada do PDA.

 

Salários de professores

Sobre valores salariais recebidos por professores e funcionários, o reitor ressaltou que muitos dos questionamentos sobre os valores se deram porque o Portal da Transparência até então postava os valores brutos recebidos pelos servidores, sem os descontos ou eventuais benefícios. Atualmente, segundo ele, os valores têm sido melhor detalhados no site do portal da transparência.

Wolf também mencionou que os salários são referentes ao serviço efetivamente prestado à instituição e que, às vezes, por exemplo, o valor dos professores que trabalham no Hospital Universitário aumenta pois cumprem mais plantões, em função da demanda. Na ocasião, o reitor explicou também como funciona a contratação de agentes universitários: “hoje, é padronizado em todas as universidades, nós temos agentes universitários de nível fundamental, médio e superior”. O reitor relata que tal padronização facilitou o funcionamento da Unioeste, uma vez que possibilita o realojamento desses funcionários em setores de maior necessidade. Ele também defendeu que os salários recebidos pelos funcionários da Universidade são justos, visto que a Instituição preza pela qualificação de seus docentes e servidores. “A Unioeste precisa equiparar-se a grandes centros em vários aspectos, como a qualificação dos professores, os programas de assistência estudantil e a questão salarial para melhor atender a juventude da região Oeste e Sudoeste do Paraná, que têm o direito de encontrar no interior do Estado uma educação de excelente qualidade, assim como nas Capitais”, defende.

 

Valores chamam atenção

Conforme matéria da TV Tarobá, alguns os salários da Unioeste se assemelham aos de ministros do Supremo Tribunal Federal: R$ 24 mil, R$ 31 mil, R$ 39 mil de remuneração bruta por mês.

Em dezembro do ano passado, com a soma do décimo terceiro, o salário bruto de uma das professora de Cascavel chegou a R$ 86.932,50, aponta a reportagem da Tarobá. Eliminados os descontos, o pagamento limpo passou de R$ 57 mil. Já outra professora recebe um salário médio de R$ 34 mil. O décimo terceiro chegou a R$ 74,545 mil.

No ano passado, as despesas da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, incluindo os vencimentos e salários, adicionais, férias e décimo terceiro somaram R$ 389 milhões. Essa despesa foi 31% maior do que um ano antes, em 2016. A título de comparação, na Universidade Estadual de Maringá (UEM), o aumento nas despesas com pessoal foi de apenas 2% de um ano para o outro.

Ainda em junho do ano passado, o Tribunal de Contas do Estado já apurava processos de irregularidades em folhas de pagamento nas seis universidades estaduais do Paraná. Uma auditoria foi realizada, e o resultado ficou pronto agora em abril.

Se os salários já chamam atenção do Tribunal de Contas, o próprio Portal da Transparência do Governo do Estado gera questionamentos. Se pesquisados cargos comuns na Unioeste, como o de zelador, nenhum servidor aparece nos resultados. No cargo de motorista, também, nenhum nome. O que é possível observar é que há centenas de funcionários com o cargo de agente universitário, nome genérico que não especifica a função dos servidores. Os agentes universitários de nível médio ganham R$ 8 mil, R$ 10 mil por mês, já os de nível superior, em alguns casos, recebem em torno de R$ 20 mil.

 

Com assessoria Unioeste/TV Tarobá

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