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Vazio sanitário da soja começa na próxima semana

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(Foto: Divulgação)

Uma medida de prevenção à ferrugem asiática e já institucionalizada nas principais regiões produtoras de soja no Brasil é o vazio sanitário. Uma importante ação que beneficia a todos os produtores com o objetivo de reduzir o inoculo do fungo Phakopsora pachyrhizi causador da ferrugem-asiática durante a entressafra e assim atrasar a ocorrência da mesma nos cultivos subsequentes.

O vazio sanitário da soja no Paraná inicia no dia 10 de junho e encerra no dia 10 de setembro, no estado do Mato Grosso do Sul, o período inicia em 15 de junho a 15 de setembro. Dentro deste período é proibido cultivar, manter ou permitir a existência de plantas vivas de soja, emergidas, e em qualquer estádio vegetativo. No Paraná outra exigência é a data de 15 de maio do ano agrícola, o prazo final para a colheita ou interrupção do ciclo da cultura da soja.

 

FERRUGEM

A Ferrugem Asiática da soja foi constatada pela primeira vez, no continente americano, em março de 2001, no Paraguai, e no Brasil no Estado do Paraná em maio do mesmo ano. Atualmente, está presente em todas as regiões produtoras de soja do Brasil.

A doença é causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi e sua disseminação é feita, principalmente, através da dispersão pelo vento. A doença é favorecida por chuvas bem distribuídas e longo período de molhamento, em condições favoráveis pode ocorrer perda na produtividade de até 70% além do aumento no custo de produção, tendo em vista os elevados custos para a efetivação de seu manejo.

O fiscal da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Anderson Lemiska, explica que a ferrugem asiática é a principal doença que afeta a cultura da soja e que pode causar danos significativos na produtividade quando não adotadas medidas de controle. “As ações mais comuns de controle são: aplicação de fungicida, utilização de cultivares de ciclo precoce, época ideal de semeadura, controle de soja “guacha” ao meio da cultura do milho safrinha, entre outras”, descreve.

A ferrugem asiática necessita de plantas vivas para sua sobrevivência e o vazio sanitário é uma medida legislativa de controle que busca quebrar o ciclo da doença por meio da ausência do hospedeiro, que são as plantas vivas de soja, retardando as primeiras infecções e danos na safra de soja principal.

Fiscal da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Anderson Lemiska (Foto: Divulgação)

 

CALENDARIZAÇÃO

A calendarização da semeadura da soja era uma medida legislativa que foi instituída no Paraná em 2017 a qual limitava a semeadura até a data de 31 de dezembro. “O objetivo desta medida era preservar moléculas de fungicidas tendo em vista que elas estavam perdendo eficiência de controle da ferrugem asiática devido à resistência pelo fungo conforme apontado pela pesquisa oficial, bem como, não há moléculas novas de fungicidas a serem lançadas em um curto espaço de tempo”, esclarece Lemiska.

No entanto, a Portaria ADAPAR nº342/2019 revogou a obrigatoriedade da calendarização e nesta safra de 2020 já foi possível verificar algumas áreas semeadas após 31 de dezembro, a chamada soja safrinha. “Do ponto de vista produtivo, historicamente na região oeste do Paraná a soja safrinha tem produtividade menor quando comparada a safra normal. Do ponto de vista fitossanitário, a pesquisa oficial reconhece que o cultivo da soja safrinha oferece grande risco para elevar a resistência da ferrugem e reduzir a eficiência de controle dos fungicidas”, alerta.

Para o Estado do Mato Grosso do Sul a data para semeadura da soja mante-se limitada até 31/12 de cada ano.

 

FISCALIZAÇÃO

Quem fiscaliza o cumprimento do vazio no estado do Paraná é a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) e no Mato grosso do Sul a Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro). Com visitas de rotina ou por meio de denúncias, os fiscais das agências averíguam a existência de soja e, se for o caso, geram processos administrativos, que podem resultar em multas.

“Em relação a fiscalização do vazio sanitário da soja na ADAPAR regional Toledo, nos últimos anos tivemos descumprimento do período do vazio sanitário da soja principalmente em áreas cultivadas com soja safrinha, portanto, em 2021 espera-se aumento nos trabalhos de fiscalização no cumprimento do vazio sanitário da soja”, completa o fiscal.

 

RESPONSABILIDADE

A responsabilidade de cumprir a legislação e respeitar o vazio sanitário é de todos: proprietários, arrendatários, parceiros ou possuidores de qualquer área ou instalação nas quais houver cultivo, colheita, armazenagem, beneficiamento, comércio, industrialização, movimento ou transporte de soja.

 

SOJA SOBRE SOJA

No Paraná e Mato Grosso do Sul, Estados onde a Copagril tem sua área de ação é proibido a semeadura e cultivo de soja em sucessão à soja, na mesma área e no mesmo ano agrícola.

Com assessoria

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