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Municípios Entrevista ao O Presente

“Vejo o cenário político de Entre Rios do Oeste aberto hoje”, avalia Alessandra

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Vereadora entrerriense Alessandra Caetano Lupges (PDT): “Por mais que algumas pessoas tentam dizer que isso não vai acontecer e procuram implantar algumas situações de picuinhas, é muito grande a possibilidade de que essa coligação (PL com MDB) ocorra” (Foto: Maria Cristina Kunzler/OP)

Em seu segundo mandato na Câmara de Entre Rios do Oeste, a vereadora Alessandra Caetano Lupges (PDT) se tornou uma das principais vozes do grupo de oposição no município e, até diante disso, é hoje pré-candidata à majoritária.

Ela foi eleita na coligação do prefeito Jones Heiden (PSD), mas no decorrer da legislatura mudou de lado político e, na janela partidária de março, muda também de partido.

Em entrevista ao Jornal O Presente, a vereadora adiantou que migrará para o PL, sigla que mantém diálogo com o MDB visando formar um grupo para a eleição de outubro. Para ela, o fim da coligação na proporcional deve fazer com que alguns partidos sejam extintos no município.

Alessandra citou ainda que outros nomes fortes podem compor a majoritária da oposição, ressaltando que o cenário político está aberto em Entre Rios, atualmente. Confira.

 

O Presente (OP): O seu nome tem sido um dos cotados para compor a majoritária pela oposição em Entre Rios do Oeste. A senhora está à disposição? O grupo já iniciou as conversas sobre a eleição?

Alessandra Lupges (AL): É até natural que aconteça (o nome ser cotado) pelo envolvimento político, pelo trabalho e por tudo o que vem ocorrendo em Entre Rios do Oeste. Diria que o meu interesse real nisso tudo é trabalhar pelo município, terminar o meu mandato, fazer desta legislatura o meu melhor mandato, e fazer jus ao que a população já me concedeu. Quanto a vir a disputar a eleição, é uma questão que está sendo trabalhada em grupo. Meu nome está à disposição de Entre Rios do Oeste, sempre esteve. No meu entendimento e já em conversas com o grupo serão trabalhados nomes e a população, por meio de sondagens e pesquisas, é que vai dizer quem prefere que esteja na disputa futura.

 

OP: Se a senhora não disputar a eleição na majoritária pretende tentar a reeleição na Câmara de Vereadores?

AL: Se fosse hoje, pelo planejamento e por tudo o que penso, bem como pela renovação, que acredito que deve ocorrer para que as pessoas também se sintam capazes de vir participar e dar sua contribuição na política, se não for para compor na majoritária prefiro trabalhar junto com o grupo, porque esse grupo está sendo composto, para um projeto muito inteligente para o futuro de Entre Rios.

 

OP: A senhora mencionou sobre a composição de um grupo. Ele seria formado por quais partidos?

AL: O PL, que é um partido novo aqui e que vem juntando pessoas de diversas siglas e no qual devo entrar, junto possivelmente com o vereador Loivo Kist, que também vai participar. Temos ainda o Ademar Leandro, que foi eleito na última eleição, mas por questões de irregularidades de ata não conseguiu assumir, assim como diversas outras lideranças que já estão filiadas ou que vamos trabalhar para filiar. O PL deve compor com o MDB, que é o principal partido de oposição ao governo Jones. Essas conversas, desde que começaram no ano passado para cá, ocorrem com estes partidos, mas também com comerciantes, lideranças, com pessoas que querem planejar Entre Rios por meio de um grupo focado e, principalmente, por meio de um grupo de pessoas.

 

OP: O PL e o MDB devem então estar juntos na eleição?

AL: Diria que tudo caminha neste sentido. Por mais que algumas pessoas tentam dizer que isso não vai acontecer e procuram implantar algumas situações de picuinhas, é muito grande a possibilidade de que essa coligação ocorra, porque as conversações já estão grandes e, principalmente, quem decide isso, e mais uma vez volto a frisar, é a população. Através do que a população nos transmite é que vai fazer com quem a gente junte aqui ou ali. Mas hoje o cenário se caminha neste sentido.

 

OP: A senhora vai aproveitar a janela partidária para migrar para o PL. Por qual motivo escolheu este partido?

AL: Houve um convite ano passado do deputado estadual Marcel Micheletto, do Gugu Bueno, que hoje é superintendente da Casa Civil, e do próprio deputado federal Fernando Giacobo. Ano passado o Micheletto veio para criar o partido em Entre Rios e fortalecer a sigla. O convite surgiu para que eu, juntamente com o vereador Loivo e mais um grupo de pessoas, criássemos essa possibilidade no município.

 

OP: Além da senhora, o grupo conta com outros pré-candidatos à majoritária pela oposição?

AL: Sim. Hoje esse grupo que está bem próximo tem pessoas que possuem plenas condições e estão aptas a assumir uma responsabilidade como essa, como o Vilson Wagner, o Roque Anderle, os candidatos que disputaram a eleição passada contra o prefeito, que foi o Gilberto Portz e o Vilsinho Lerner, o vereador Loivo Kist, que era do grupo de situação e já se mostrou contra a atual administração, o qual faz um excelente trabalho no município. Assim como, ainda, estão abertas outras possibilidades. Digo isso porque vejo o cenário político de Entre Rios do Oeste aberto hoje, inclusive com pessoas de partidos que fazem parte da base do prefeito e que podem participar e se coligar ao MDB ou ao PL, e quem sabe compor na majoritária com o nosso grupo.

 

OP: Existe a possibilidade de algum partido que hoje está na situação migrar para a oposição?

AL: Os partidos que compuseram a coligação do Jones foram o PSD, PP, PDT, PSC e PSDB. Não vejo a possibilidade de migração de sigla. Pela situação da reforma política, os partidos em Entre Rios tendem a se unificar para que possa viabilizar os futuros candidatos a vereadores, pois não haverá coligação na proporcional. Acredito que com este cenário alguns partidos vão deixar de existir, quem sabe, e pessoas que compõem eventualmente hoje a administração podem participar de um partido político de oposição. Ou vir com a sigla. Vejo que hoje a situação está totalmente aberta.

 

OP: Em algum momento lideranças políticas cogitaram a possibilidade de candidatura única, até porque a oposição saiu de certa forma enfraquecida após a eleição de 2016. Hoje este é um assunto descartado ou diante do cenário estar aberto tudo é possível?

AL: Existem pessoas em Entre Rios que gostariam que isso acontecesse. Até não vejo com maus olhos, mas acredito que é algo difícil de ocorrer, porque temos muitas lideranças e elas têm pensamentos diferentes. Para unificar os pensamentos de todos os líderes em uma pessoa só para compor e fechar a coligação, e por todas as questões políticas passadas e por tudo que já ocorreu e vem ocorrendo no município, não consigo enxergar isso como uma possibilidade. Acredito que isso não vai acontecer, pelo contrário, a possibilidade maior é de três candidaturas à majoritária do que consenso.

 

OP: A senhora foi eleita pelo grupo de situação, mas no decorrer da legislatura se tornou oposição ao governo. Hoje pré-candidata à majoritária, o que defende de diferente em termos de gestão pública?

AL: Temos que ir para um caminho de uma gestão inteligente, moderna, focada e de resultados, acima de tudo, mas também uma gestão que olha para o ser humano, que olha para as pessoas, que vê no entrerriense o resultado da aplicação dos recursos. De nada adianta investirmos em média 30% do orçamento na educação se olharmos para os nossos alunos, professores e para todos os envolvidos e percebermos que os índices não estão se elevando, pelo contrário. Uma gestão deve ser pautada em estudos, em números e em resultados para o cidadão.

 

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