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Daniel Mensch Roth: a construção da trajetória de um ciclista

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Um grande exemplo de superação ou força de vontade tem nome e sobrenome: Daniel Mensch Roth. O jovem, de 18 anos, pedalou cerca de 630 quilômetros de Nova Santa Rosa, cidade onde reside, até a Capital do Paraná, Curitiba. Trata-se da maior façanha do nova-santa-rosense até o momento, pois ele almeja dar a volta ao mundo de bicicleta. À reportagem de O Presente, Daniel contou que a paixão pelo ciclismo começou quando ele adquiriu uma bicicleta modelo Caloi 10 Speed, há dois anos.

“Foi por acaso, porque eu tinha uma namorada em Quatro Pontes e o único jeito de vê-la era indo de bicicleta. Uma coisa foi levando à outra. Fui pegando gosto por pedalada, fui me desenvolvendo, aos poucos fui aumentando o ritmo e vi que conseguia aguentar mais, então fui buscando me superar”, relata.

 

Evolução

A construção da trajetória do ciclista, que ficou conhecido em toda a região depois de pedalar até Curitiba, foi acontecendo naturalmente, porém com muito foco e uma persistência ímpar. “Comecei a pedalar todos os dias, com um trajeto mais tranquilo até Vila Nova, depois fui a Novo Sobradinho, no interior de Toledo, e voltava. Fazia de 50 a 100 quilômetros todos os dias. Algumas vezes eu mudava o caminho e andava por um trecho com mais subida e assim por diante, até mesmo para aumentar a musculatura do corpo e melhorar a minha resistência”, expõe.

Se desafiando cada vez mais, o jovem começou a percorrer distâncias maiores. “Depois passei a ir mais longe, por exemplo até Cascavel, onde fui várias vezes. Mais tarde fui a Foz do Iguaçu, cujo trajeto de ida e volta foi de 350 quilômetros. Na verdade eu fiz um bate volta, então antes de ir a Curitiba esse foi o pedal mais longo, foi bem puxado porque tem toda essa questão de desgaste. Por mais que você treine é uma coisa pesada”, ressalta.

Antes de levar o ciclismo mais a sério, Daniel praticava crossfight e academia, atividades que optou por interromper há dois meses. Todavia, manteve a caminhada, de olho na saúde.

 

Brincadeira

A intensificação da pedalada ocorreu em torno de quatro meses atrás, quando surgiu a ideia de fazer o pedal em direção a Curitiba. “Surgiu de uma brincadeira em sala de aula. Estávamos em um momento de descontração quando uns rapazes falaram: ‘se você pedala tão longe assim por que não faz algo mais forte?’. E eu respondi: vou até Curitiba. Daí rolaram algumas brincadeiras, mas eu levei a sério. Uma professora falou assim: ‘se você gosta e quer, por que não faz?’”, relembra.

A professora em questão foi a Nilse Hitz, que sugeriu a Daniel buscar patrocínio com um empresário de bicicletaria da cidade. “A professora prosseguiu: ‘Se é um sonho, um objetivo, vai lá e faz’. Daí eu coloquei na cabeça e fiz”, revela.

A partir de então, o nova-santa-rosense focou no objetivo de pedalar até a Capital do Estado, preparando-se para o seu grande feito. Ele diz que a manutenção da bicicleta, em termos de equipamentos, foi patrocinada pelo empresário, enquanto os custos para a viagem, com alimentação e hospedagem, saíram das suas próprias economias. Os gastos aproximados foram de R$ 2,5 mil.

 

Desafio

Chegada a hora do desafio, Daniel encarou os cerca de 630 quilômetros de distância de Nova Santa Rosa até Curitiba com aproximadamente quatro dias de pedaladas, pernoitando em hotéis de algumas cidades para descansar e repor as energias. “A média ficou em 150 quilômetros, pois sai de Nova Santa Rosa perto da meia-noite do dia 26 – abaixo de chuva – e cheguei em Curitiba no dia 30. No primeiro dia percorri 203 quilômetros, depois 125, 209 e 89 quilômetros para fechar. O trajeto final da pedalada foi de Palmeira a Curitiba”, detalha, destacando que o trajeto iniciado de dia e concluído à noite tinha duração média de 14 horas, com breves paradas para alimentação.

Em Curitiba Daniel conheceu algumas pessoas com quem fez amizade e concedeu entrevista a um canal de televisão. “Depois acabei ficando, sobrevoei a cidade de helicóptero e fui conhecer o mar em Guaratuba e mais tarde Matinhos. Enfim, aproveitei a viagem”, comenta.

 

Experiência

Daniel afirma praticar ciclismo por prazer, uma vez que este foi um jeito encontrado para superar os seus limites, além de conhecer lugares, pessoas e ter novas experiências. “Neste ano eu quero comprar uma bike melhor e competir mesmo, levar mais a sério. O meu objetivo é participar da competição de resistência Audax, na qual os participantes pedalam de 100 a 1,2 mil quilômetros sem visar desempenho em termos de velocidade, mas resistência em termos de ciclismo”, anuncia.

Para se preparar, o nova-santa-rosense promete pedalar diariamente.

“Vou aumentar o ritmo, cuidar ainda mais da alimentação e voltar a fazer crossfi ght porque desenvolve a musculatura. É preciso ter preparo e fôlego para fazer acontecer. O meu plano neste ano, além da competição, está na preparação para dar a volta ao mundo, que deve contemplar de 20 a 30 países”, avisa.

“Estou fazendo um planejamento e existe uma galera dando força. Vai ser uma verdadeira aventura, uma superação. Poucas pessoas fazem isso e têm recompensa enorme em conhecimento de vida, então é algo que pretendo fazer em 2019”, fi naliza.

Acompanhe a entrevista exclusiva em vídeo com Daniel, onde ele relembra mais algumas histórias e fala sobre os planos futuros. Confira.

 

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