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Política

Minoria dos deputados do Paraná são favoráveis à denúncia contra Temer

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Apenas nove dos 30 deputados federais do Paraná declararam voto a favor da admissibilidade da denúncia por corrupção passiva contra o presidente Michel Temer (PMDB). A maioria (14) prefere não se posicionar ou adiantou ser contra o andamento das investigações (sete).

A votação na Câmara está prevista para amanhã (02), após o fim do recesso parlamentar. Para que as investigações prossigam no STF, são necessários os votos de dois terços da Casa, isto é, 342 nomes.

 

OPOSIÇÃO

Entre os paranaenses que adiantam voto a favor da denúncia as opiniões estão divididas. “A denúncia é grave e há indícios de prática de crime comum. Por isso, ele (Temer) tem que ser julgado pela Justiça, por meio do STF. O país não pode mais ficar refém desses grupos e do jeito antigo de fazer política”, opina Aliel Machado (Rede).

“A nós, da mesma maneira como aconteceu com a Dilma, cabe (permitir) que seja investigado. Vivemos num país onde a democracia impera e nada mais prático do que todos serem, se precisar, se tiver denúncia, investigados”, declara Cristiane Yared (PR).

“Nenhum brasileiro pode estar acima da lei, ainda mais o presidente da República, que é denunciado pelo procurador-Geral da República por corrupção. Denúncia essa que tem provas robustas, como áudios, vídeos, mala de dinheiro… É vergonhoso a Câmara dos Deputados impedir o Supremo de julgar Michel Temer”, diz Zeca Dirceu (PT).

“As denúncias são graves e devem ser investigadas. Impedir o avanço das investigações e seu devido julgamento seria ampliar perigosamente o abismo entre a sociedade e as instituições”, prossegue Luciano Ducci (PSB). Segundo Rubens Bueno (PPS), toda e qualquer pessoa deve ser investigada. “Os fatos são gravíssimos. Se o presidente se diz inocente, que mande investigar o caso até o fim. Não vamos julgá-lo. O Congresso não é uma Vara Criminal. Temos de seguir o que manda a Constituição”.

Na avaliação de Enio Verri (PT), sai muito caro para o Brasil essa instabilidade política. O petista acredita que a votação de amanhã não terá quórum, como pregam os aliados de Temer, e que o fato de o voto ser nominal constrange muito. “Terão que defender um presidente corrupto, ao vivo e em cores. Sem prova nenhuma votaram pelo afastamento da ex-presidente Dilma, e agora terão uma grande contradição”, menciona.

 

GOVERNISTAS

Na avaliação de Toninho Wandscheer (Pros), não há necessidade de “criar um problema maior” para o Brasil. “Tem de resolver o problema e não tumultuar mais do que já está. Ainda não temos a declaração do Rodrigo (Rocha Loures, ex-assessor de Temer) de que o dinheiro foi para ele. Então, temos de aguardar. O Ministério Público disse que tem mais duas denúncias. Na hora que ele mandar tudo, a gente dá uma avaliada”, expõe.

Nelson Padovani (PSDB) também votará com Temer. “Sou governista e a favor que ele fique no governo. Investigação é problema do Poder Judiciário. Temos que resolver o problema da economia do Brasil. E entendo que ele tem a melhor equipe econômica. (…) Olha, nós vamos aí entregar a presidência para o presidente da Câmara por seis meses, marcar nova eleição…? Já passou o tempo. Quanto custa para o país uma eleição precoce? A economia está começando a decolar. Não podemos mexer”, entende.

O tucano garantiu que não recebeu oferta de emendas ou cargos. “Todo paranaense me conhece. Eu não me envolvo, não vivo ou voto por pressão, não peço nada ao presidente, nem nunca pedi. Voto com a minha consciência e fico com ele. Não sou beneficiado em nada. As minhas emendas são aquelas que todos os deputados têm”, argumenta Padovani.

O mesmo asseguram Dilceu Sperafico (PP), Luiz Nishimori (PR), Takayama (PSC) e Evandro Roman (PSD). Conforme o pepista, os indícios apresentados até o momento não são suficientes. “Não existe comprovação dos crimes de que ele é acusado”, afirma. “É muito risco, faltando um ano e meio”, acrescenta Nishimori, alegando ainda temer prejuízos na credibilidade internacional do país. “Vamos deixar o Judiciário julgar. Consultei minha base política e acredito que não é o melhor momento de tirar um presidente”.

“Se está ruim com Temer, pior sem ele. A economia está melhorando, as reformas precisam ser aprovadas e, como falta um ano para o término do mandato, neste momento o Brasil não aguentaria outro processo de impeachment”, avaliou o político do PR. “Não me sinto pressionado porque nas visitas que tenho feito à base, a maioria das pessoas se diz favorável à manutenção do presidente no cargo e rejeita a volta do PT ao poder”, destacou Roman.

João Arruda (PMDB) disse que, como peemedebista, deve votar contra também, entretanto, relatou que passou os últimos dias conversando com sua base e que poderia mudar de posicionamento. “Ele (Temer) vai responder de qualquer forma. O problema é o afastamento, com a possibilidade de absolvição, e essa instabilidade política que o país vai viver. Se fosse para fazer uma eleição direta amanhã, tudo bem. Essa situação é que na minha cabeça está esquisita ainda”, declara.

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