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Bolsonaro vem a Curitiba em meio a levante estudantil

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Manifestação reuniu milhares de estudantes ontem na UFPR (Foto: Reprodução/RPC)

Nesta sexta-feira (10), dia em que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) deve estar em Curitiba, estudantes, professores, técnicos, integrantes da comunidade interna e externa de universidades e institutos federais devem participar de um ato batizado “Marcha pela Educação”. O protesto foi marcado ontem, logo após a confirmação da vinda do presidente à capital paranaenses. Os manifestantes devem se concentrar às 15h30 na Praça Santos Andrade, em frente ao prédio histórico da Universidade Federal do Paraná (UFPR), e seguir às 16h30 em direção ao Palácio Iguaçu, sede do governo estadual, onde Bolsonaro deve estar no fim da tarde.

O Palácio do Planalto credenciou jornalistas para acompanhar a visita do presidente. O início da cerimônia está marcado para as 16 horas. Além de Bolsonaro, o evento deve ter a presença dos governadores do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

O gabinete do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, enviou convites para o evento que seria de inauguração do Centro Integrado de Inteligência de Segurança Pública Regional-Sul (CIISPR-S), em Curitiba. O centro, no entanto, já foi inaugurado em dezembro do ano passado pelo então ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, e pela governadora Cida Borghetti (Progressistas), integra as forças de segurança dos três estados da região Sul, e está localizado no quinto andar da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp-PR), em Curitiba. No credenciamento da Secretaria de Comunicação da Presidência o nome do evento foi registrado apenas como “Visita do Presidente a Curitiba”.

A previsão de protesto de estudantes deve elevar o contingente de policiais na região do Centro Cívico, já que há previsão de adesão considerável de manifestantes. A presença de Bolsonaro se dá em um momento de efervescência do movimento estudantil no Paraná. Diversos movimentos ocorrem nesta semana.

O Diretório Central do Estudantes (DCE) da UFPR deve fazer uma reunião nesta quinta-feira (09) com representantes de todos os centros e diretórios acadêmicos da instituição e outras federais para discutir a organização de um movimento permanente em defesa da universidade pública. Uma assembleia-geral foi marcada para a próxima segunda-feira (13), na Reitoria. “A ideia é que a gente aprove um calendário de ações tanto dentro quanto fora da universidades, com outras atividades que a gente vai desenvolver. Além disso, a posição oficial do DCE sobre os cortes”, afirma o secretário-geral do DCE-UFPR, Matteus Henrique de Oliveira.

O DCE integra a organização da marcha pela educação no dia da visita de Bolsonaro a Curitiba. “A ideia é que a gente aprove um calendário de ações tanto dentro quanto fora da universidades, com outras atividades que a gente vai desenvolver. Além disso, a posição oficial do DCE sobre os cortes”, afirma o secretário-geral do DCE-UFPR, Matteus Henrique de Oliveira.

O objetivo da marcha é mostrar que a comunidade acadêmica está mobilizada contra os cortes e disponível para apontar alternativas ao contingenciamento. “Mostra que não só os estudantes, mas toda a comunidade está contra isso. Nós podemos pensar alternativas. A universidade é fundamental para o desenvolvimento, para a ciência e tecnologia. Não é um gasto, é um investimento”, aponta o estudante.

 

Estudantes fazem primeiro grande ato

Na quarta-feira (08), coletivos formados por estudantes independentes reuniram no começo da noite cerca de cinco mil pessoas, segundo os organizadores, em um ato público contra o corte orçamentário de 30% imposto às instituições pelo Ministério da Educação. O protesto, chamado “Eu tô na luta pela educação” durou até por volta das 21 horas, na Praça Santos Andrade. Os estudantes chamam a atenção para o risco de descontinuidade de pesquisas e, inclusive de interrupção das aulas. A UFPR já anunciou que o corte de R$ 48 milhões compromete o funcionamento da instituição a partir do segundo semestre. Nas convocações, os estudantes lembram que as universidades públicas são responsáveis por cerca de 95% das pesquisas científicas no Brasil.

Todos os atos são preparativos para uma paralisação geral da Educação, marcada para a próxima quarta-feira (15), quando docentes, estudantes secundaristas, sindicatos e outros movimentos devem se reunir em uma ato que faz parte de mobilização nacional.

Nesta quinta, em vídeo publicado no Twitter, o ministro da Educação, Abrahan Weitraub, disse que o contingenciamento afeta menos de 5% do orçamento total. “A gente está mantendo integralmente os salários de todos os professores, mantendo integralmente o refeitório e a alimentação de todos os alunos. Qual o impacto disso, quanto representa, estão falando “tão cortando 30%”. No orçamento total das universidades do MEC, se você desconta todas essas despesas que estão garantidas, que não vão ser cortadas, o impacto é menos de 5% do orçamento”, disse. Os 30%, na verdade, são referentes ao total do orçamento descentralizado das universidades, que serve para garantir insumos a laboratórios, pagamentos de contas de luz, telefone, contratos terceirizados, entre outras centenas de serviços. Os salários não foram cortados porque são garantidos por lei.

 

Com Bem Paraná

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