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Paraná Vacinação

Cobertura vacinal contra a Covid-19 varia de 48% a 98% nas cidades do Paraná

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(Foto: José Fernando Ogura/AENPr)

O final do ano se aproxima e a boa notícia é que uma parcela considerável da população paranaense já está imunizada contra a Covid-19. Segundo dados da Secretaria da Saúde do Paraná (Sesa-PR), compilados pelo Bem Paraná, até a última terça-feira (28 de dezembro) 75,52% dos moradores do estado já haviam completado o ciclo vacinal, ou seja, tomaram as duas doses ou a dose única do imunizante contra a doença pandêmica.

Apesar da boa cobertura vacinal no estado, chama a atenção as desigualdades na vacinação contra a Covid-19. Por exemplo, o município de Pontal do Paraná, no litoral paranaense, é aquele que apresenta a maior cobertura vacinal, de 98,65%. Com uma população vacinável estimada em 20.920 pessoas, a cidade já viu 20.637 moradores completarem o ciclo vacinal (duas doses ou dose única).

Por outro lado, no município de Marquinho, na região central do estado, a cobertura vacinal até a última terça-feira era de apenas 48,20%, com 2.401 dos 4.981 moradores daquela cidade tendo tomado as duas doses ou a dose única da vacina.

Existe no Paraná, então, um cenário no qual apenas 55 das 399 cidades (ou 13,8% do total) já conseguiram atingir a cobertura vacinal considerada ideal, com pelo menos 80% da população vacinável imunizada. Curitiba está dentro dessa lista, com o 80,8% da população imunizada: 1.415.595 pessoas já completaram o ciclo vacinal, dentro de um contingente de 1.751.907 vacináveis.

Além disso, em outras 176 cidades (44,1% do total) a cobertura vacinal varia entre 70 e 79%, enquanto em outras 17 (4,3%) fica bem distante do ideal, abaixo de 60%.

Raio-x

Os cinco municípios com maior cobertura vacinal no Paraná
Pontal do Paraná 98,65%
Floresta 96,27%
Porto Rico 95,65%
Maringá 90,99%
Douradina 89,24%

Os cinco municípios com menor cobertura vacinal no Paraná
Marquinho 48,20%
Laranjal 51,19%
Barbosa Ferraz 52,09%
Terra Roxa 52,70%
General Carneiro 54,13%

 

Questões políticas, culturais e econômicas explicam desigualdade

O Paraná é dividido em quatro macrorregionais (Leste, Oeste, Norte e Noroeste), que por sua vez são subdivididas em 22 regionais de Saúde. E embora entre as macrorregionais a diferença na cobertura vacinal possa parecer pequena (variando entre 74%, no Norte, e 76,93%, no Noroeste), quando analisadas as informações por regionais a desigualdade vacinal fica mais evidente.

As regionais com maior cobertura vacinal, por exemplo, são as de Maringá (83,24%), Paranaguá (79,64%) e Metropolitana/Curitiba (78,61%). Por outro lado, as regionais de Guarapuava (65,44%), Ivaiporã (68,41%) e Ponta Grossa (68,88%) aparecem na outra ponta, com as menores coberturas vacinais do estado.

De acordo com o infectologista Marcelo Ducroquet, que é professor do curso de Medicina da Universidade Positivo (UP), tal desigualdade na cobertura vacinal pode ser explicada, de modo geral, por questões como o desenvolvimento econômico e social de uma determinada localidade, por aspectos culturais e até mesmo por questões políticas e de ideologia.

“O desenvolvimento econômico, social e cultural é um fator conhecido para a vacinação (adesão ou não) de modo geral. Outra impressão que tenho, e que se confirmou nos Estados Unidos, por exemplo, é orientação política. Nos EUA, por exemplo, os estados republicanos tem cobertura vacinal bem menor que os estados democratas.

Não sei se isso vai se repetir aqui, mas quem é mais alinhado ao governo Bolsonaro tende a ser mais resistente à vacina. E pelo que converso com as pessoas, tenho a impressão que isso é um fator importante.

Agora, se explica uma diferença tão grande (como uma cobertura de 48% em Marquinho para outra de 98,65% em Pontal do Paraná)… Não sei se temos municípios tão polarizados politicamente, a aí temos de considerar fatores como o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)”, aponta o especialista.

 

Com Bem Paraná

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