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Paraná Prejuízos

Com a paralisação dos caminhoneiros, Copagril deixa de abater 170 mil frangos/dia

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Em Marechal Rondon, a Unidade de Aves da Copagril parou o abate ontem (24): os 1,8 mil funcionários foram dispensados do trabalho temporariamente (Fotos: Carina Ribeiro/Copagril)

As cooperativas agropecuárias do Paraná, que faturam cerca de R$ 150 milhões por dia na produção e comercialização de fertilizantes, grãos, carnes, leites e derivados, estão entres os setores da economia paranaense mais prejudicados pelo bloqueio das estradas pelos caminhoneiros.

Mas os prejuízos podem ser ainda maiores. No setor de carnes, por exemplo, os reflexos negativos não são apenas para a indústria, que é praticamente o final da cadeia, mas existe todo um cronograma que, especificamente no segmento avícola, engloba desde a produção de ração, ovos, os pintinhos, alojamento das aves nas granjas até a programação de abate.

Em Marechal Cândido Rondon, a Unidade de Aves da Copagril parou ontem (24) o abate de 170 mil frangos/dia. Os 1,8 mil funcionários foram dispensados temporariamente. Na quarta-feira (23), a C.Vale de Palotina e a Frimesa já haviam feito o mesmo.

Em nota, o presidente do Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), José Roberto Ricken, aponta que os prejuízos se avolumam especialmente para os produtores rurais que trabalham com perecíveis, como o leite. “Não tendo como estocá-lo por mais de três dias, acabam jogando fora o produto, num momento em que a produção é baixa devido à entressafra, com a aproximação do inverno”.

Para o dirigente cooperativo, a situação é grave e precisa de uma solução imediata. “Que o governo federal abra um canal de negociações com as lideranças dos caminhoneiros e o bom-senso prevaleça e resolva esta situação, para que não haja um colapso no abastecimento para a população brasileira”, disse.

 

Impacto externo

Além do prejuízo no mercado interno, a paralisação atinge em cheio as exportações do agronegócio. Por dia, o Porto de Paranaguá deixou de receber dois mil caminhões, desde segunda-feira (21). Ricken lembra que os navios à espera de embarques vão cobrar o chamado demurrage, multa diária paga pelo contratante quando o embarque demora mais do que o prazo combinado. Atualmente, a multa está em torno de US$ 30 mil por dia, por navio parado.

O motivo da paralisação “é justo”, segundo Ricken, que lembra que os constantes reajustes no óleo diesel também atingem diretamente os produtores rurais, por ser um insumo básico em suas atividades. “Porém, não concordamos que os prejuízos recaiam nos ombros de produtores e cooperativas, setores que têm contribuído de forma direta na geração de empregos, renda e desenvolvimento da economia paranaense”, avalia.

Unidade de Aves da Copagril, em Marechal Rondon (Foto: Carina Ribeiro/Copagril)

 

 

Situação de algumas cooperativas agropecuárias do Paraná

C.Vale (Palotina): produção paralisada. São 530 mil frangos e 50 mil tilápias que deixam de ser abatidos diariamente.

Frimesa: abate de suínos suspenso nos frigoríficos de Medianeira e Marechal Cândido Rondon. A medida interrompe um faturamento diário de R$ 12 milhões.

Lar (Medianeira): suspenso o abate de 615 mil aves por dia.

Copagril (Marechal Rondon): atividades da Unidade Industrial de Aves foram interrompidas. Cerca de 170 mil frangos deixam de ser abatidos por dia e os 1,8 mil funcionários foram dispensados temporariamente.

Alegra: na quarta-feira (23), a marca de carne suína da intercooperação Unium, Frísia, Castrolanda e Capal interrompeu as atividades em sua indústria, localizada em Castro. Deixam de ser abatidos 3,2 mil suínos por dia. Os 1,5 mil empregados foram liberados temporariamente.

 

O Presente com assessorias

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