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Paraná Crise

Em sete anos, Paraná perdeu 2.434 ONGs

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O terceiro setor, responsável pelas questões sociais e constituído por organizações não governamentais (ONGs) ou sem fim lucrativos, está encolhendo (Foto: Divulgação)

O terceiro setor, responsável pelas questões sociais e constituído por organizações não governamentais (ONGs) ou sem fim lucrativos, está encolhendo. Segundo pesquisa divulgada na última sexta-feira (05) pelo Instituto Brasileigo de Geografia e Estatística (IBGE), entre 2010 e 2016 o Paraná perdeu 2.434 Fundações Privadas e Associações sem Fins Lucrativos (Fasfil), o que aponta para uma redução de 12%.

Em 2010, primeiro ano em que foi feito o estudo pelo IBGE, haviam no Paraná 20.489 Fasfil no estado. Em 2013, quando a crise econômica que até hoje assola o Brasil dava seus primeiros sinais, o número havia caído para 20.053. Já em 2016, ano de referência do estudo mais recente, eram 18.055 entidades.

A queda no Estado, embora significativa, foi mais amena do que a verificada no cenário nacional. Em 2016, haviam 237 mil fundações privadas e associações sem fins lucrativos no Brasil, ao passo que em 2010 o número era de 283.812 — queda de 16,5% em seis anos, portanto. Considerando-se apenas os estados da Região Sul, a redução foi de 17,2% entre 2010 e 2016, passando de 61.732 para 52.673.

Voltando ao caso paranaense, quando analisada a área de atuação da entidade sem fim lucrativo, temos que o setor de habitação foi, em termos percentuais, o mais impactado. Em 2010, haviam 30 entidades atuando na área. Em 2016 já eram apenas sete (-76,7%). Em seguida, aparecem as instituições que atuam na área de saúde, que passaram de 434 para 314 (-27,7%); as associações patronais, profissionais e de produtores rurais, que caíram de 3.166 para 2.332 (-26,3%); e as entidades que atuam na área da educação, que eram 1.298 em 2010 e passaram para 959 em 2016 (-26,1%).

Outro setor com queda significativa foi o de desenvolvimento e defesa dos direitos, que caiu 23,5%, com 2.255 entidades em 2016 ante 2.947 em 2010. Dentro desse segmento, as áreas mais impactas foram as associações de moradores (-35,3%), centros e associações comunitárias (-26,6%) e defesa de direitos de grupos e minorias (-11,9%).

Por fim, temos ainda as entidades que atuam com cultura e recreação (o que inclui esportes e arte, por exemplo), com queda de 16,3% – passando de 3.143 para 2.631; assistência social, com redução de 14,9% (eram 2.397 entidades em 2016); e meio ambiente e proteção animal, com encolhimento de 11,5% (passando de 156 para 138 Fasfil).

 

Entidades religiosas são as únicas em crescimento

Dentre as nove áreas classificadas e pesquisadas pelo IBGE, apenas uma despontou e viu o número de entidades apresentar crescimento entre os anos de 2010 e 2016, destoando até mesmo do cenário nacional. Foram as entidades religiosas, que passaram de 5.287 para 5.880 – crescimento de 11,22%. No Brasil como um todo, o setor teve perda, mas o menor entre todas as áreas: -0,6%, passando de 83,5 mil para 83,1 mil entidades.

No Paraná, inclusive, quase um terço das entidades sem fim lucrativos são de cunho religioso (mais precisamente, 32,6% do total). Em seguida aparecem as entidades voltadas à cultura e recreação (14,57%); assistência social (13,28%); associações patronais, profissionais e de produtores rurais (12,92%); desenvolvimento e defesa de direitos (12,49%); educação e pesquisa (5,31%); saúde (1,74%); meio ambiente e proteção animal (0,76%); e habitação (0,04%). Os 6,33% são classificados pelo IBGE apenas como “Outras instituições privadas sem fins lucrativos”.

 

Com Bem Paraná 

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