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Escolas do Paraná vivem cenário de violência, revela pesquisa

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Foto: Divulgação

Mais de 20,8 mil professores da rede pública de ensino foram ameaçados por estudantes e 4,2 mil sofreram atentados à vida nas escolas em que lecionam. Os dados são do questionário da Prova Brasil 2018, aplicado a diretores, alunos e professores do 5º e do 9º ano do ensino fundamental de todo o país. Só no Paraná, foram 1.311 professores ameaçados (8% do total) e 242 que sofreram atentado à vida (2%).

As respostas aos questionários revelam ainda um cenário de violência dentro das instituições de ensino, com a hostilidade não ocorrendo apenas com professores e funcionários, mas também entre estudantes. E a prova disso é que a grande maioria dos professores (176.940 ou 70% do total para todo o país e 11.789 ou 74% no caso paranaense) disse ter presenciado algum caso de agressão física ou verbal de alunos a outros estudantes da escola.

Além disso, chama a atenção ainda a presença de armas de fogo e armas brancas dentro do ambiente de ensino: no Brasil, 12.908 professores (5%) afirmaram já terem visto estudantes frequentando aulas com arma branca, como facas e canivetes. No Paraná, foram 845 relatos nesse sentido. Já no caso das armas de fogo, em todo o país foram 2.260 professores (1% do total) tendo de lidar com alunos armados na sala de aula, dos quais 106 casos foram no Paraná.

Um outro dado que chama a atenção é que tanto nacionalmente como localmente os relatos de professores sobre alunos que foram à aula drogados são mais frequentes do que o de alunos alcoolizados.

No país, 17.855 professores (7% do total) confirmaram que estudantes frequentaram suas aulas sob efeito de bebida alcoólica. Já sob efeito de drogas ilícitas foram 32.572 (13%). No Paraná, esse tipo de relato é ainda mais frequente: 1.635 professores (10% do total) confirmaram terem notado que alunos estavam alcoolizados durante a aula, ao passo que 2.610 (16%) confirmaram terem notado que alunos em sala de aula estavam sob efeito de drogas ilícitas.

Os dados da Prova Brasil 2018, divulgado no final do ano passado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), estão disponíveis para acesso público por meio do site QEdu (www.qedu.org.br).

 

ADOLESCENTE ATACA ESTUDANTES COM MACHADINHA 

Ontem, inclusive, mais um episódio de violência extrema foi registrado no âmbito escolar. Em Charqueadas, na Região Metropolitana de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, um adolescente armado com uma machadinha feriu pelo menos três alunos no Instituto Estadual Educacional Assis Chateaubriand. Felizmente, as vítimas não tiveram ferimentos graves e foram encaminhadas ao hospital da cidade fora de risco, bem como outros três estudantes, que entraram em choque após o ataque.

O responsável pelo ataque, um rapaz de 17 anos, foi apreendido e confessou o ataque. Ele é ex-aluno da escola e, além da machadinha, também usou um coquetel molotov, que atirou para dentro de uma sala de aula.

No último dia 13 de março, dois estudantes já haviam invadido uma escola em Suzano, no interior de São Paulo, onde promoveram um massacre que terminou com dez mortos (entre eles os dois responsáveis pelo atentado, que se suicidaram logo que notaram a aproximação da polícia).

 

PROFESSOR EVITOU QUE ATAQUE VIRASSE TRAGÉDIA

Ainda sobre o caso de Charqueadas, o episódio só não foi mais grave devido à corajosa atuação de um professor de educação física. Juliano Mantovani estava na quadra da escola quando ouvir o barulho dos alunos. Ele correu até a sala e conseguiu tirar a machadinhadas mãos do suspeito. Outro professor que estava na sala, de geografia, não ficou ferido.

Em um comunicado publicado em sua página oficial no Facebook, a instituição de ensino afirmou que Mantovani não ficou ferido durante o ataque. “Porém o pânico foi geral. Estamos chocados com o fato, mas queremos tranquilizar a comunidade escolar de que neste momento não há alunos na escola e estamos sendo amparados pelos órgãos de segurança e Secretaria de Educação”, diz um trecho do comunicado.

A escola atende a 700 alunos dos ensinos fundamental, médio e técnico. O suspeito teria estudado há pelo menos dois anos na instituição e relatou ter voltado ao local para se vingar de um desafeto, alegando ainda ter sido vítima de bullying quando estudou no Instituto.

 

COMO ANDA A VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS NO PARANÁ

Agressão verbal ou física de alunos a professores ou a funcionários da escola

Sim 8.762 (55%)

Não 7.188 (45%)

 

Agressão verbal ou física de alunos a outros alunos da escola

Sim 11.789 (74%)

Não 4.135 (26%)

 

Você foi vítima de atentado à vida?

Sim 245 (2%)

Não 15.671 (98%)

 

Você foi ameaçado por algum aluno?

Sim 1.311 (8%)

Não 14.624 (92%)

 

Você foi vítima de furto (sem uso de violência)?

Sim 763 (5%)

Não 15.179 (95%)

 

Você foi vítima de roubo (com uso de violência)?

Sim 158 (1%)

Não 15.785 (99%)

 

Alunos frequentaram as suas aulas sob efeito de bebida alcoólica?

Sim 1.635 (10%)

Não 14.309 (90%)

 

Alunos frequentaram as suas aulas sob efeito de drogas ilícitas?

Sim 2.610 (16%)

Não 13.319 (84%)

 

Alunos frequentaram as suas aulas portando arma branca (facas, canivetes etc.)?

Sim 848 (5%)

Não 15.091 (95%)

 

Alunos frequentaram as suas aulas portando arma de fogo?

Sim 106 (1%)

Não 15.830 (99%)

 

Com Bem Paraná 

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