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Paraná Socorro tático

Grupo especializado dos bombeiros intensifica salvamentos no Paraná

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Eles atuam em busca e salvamento de pessoas em florestas, montanhas ou águas (Foto: Corpo de Bombeiros/Divulgação)

Bem mais do que combater incêndios e vistoriar edificações para prevenção e segurança, há dentro do Corpo de Bombeiros do Paraná um grupamento especializado em busca e salvamento de pessoas, seja em florestas, montanhas ou águas. O Grupo de Operação de Socorro Tático (Gost) existe desde 1956 – com um breve hiato entre 1994 e 2006 – e já salvou pelo menos 14 vidas apenas neste ano em Curitiba e região metropolitana. No ano passado foram 146 atendimentos e 77 em 2017.

Chefe de Operações Terrestres do Gost, o tenente Luiz Henrique Vojciechovski é especialista em busca e resgate em deslizamentos de terra, em estruturas colapsadas, em busca e salvamento e em atendimento com produtos perigosos. Em janeiro, foi um dos enviados pelo Paraná, atendendo a um pedido do governador Carlos Massa Ratinho Junior, para ajudar nas buscas após a tragédia de Brumadinho – no total 21 profissionais do Estado foram deslocados para Minas Gerais.

“São ocorrências de maior relevância, de comoção social, com uma pessoa perdida e a expectativa da família em localizá-la, seja com vida ou não”, explica Vojciechovski.

 

Montanhas e matas

O grupamento é dividido em grandes áreas. A de operações terrestres fica responsável por mapear pessoas perdidas em trilhas, montanhas ou matas, número que, segundo ele, tem crescido consideravelmente nos últimos anos – saltou de 27 ocorrências em 2017 para 51 em 2018, um aumento de 90%.

“Fomos mais acionados, principalmente por causa da Serra do Mar. O Paraná tem tradição no montanhismo, além de os esportes de aventura e ecoturismo estarem crescendo, com uma procura bem grande por parte das pessoas”, diz Vojciechovski. “Outro ponto que explica o maior número de atendimentos é que a população também está conhecendo mais o nosso trabalho, solicitando a nossa ajuda”, completou.

Os bombeiros indicam cuidados básicos para quem quer se aventurar pelas belezas naturais do Paraná, como sair com o celular carregado, deixar sempre alguém avisado da aventura, andar em grupos de pelo três pessoas, ter um guia de confiança e ficar sempre atento à previsão do tempo.

 

Águas

Outra atividade do grupamento refere-se à parte aquática, que está subdividida em superfície (embarcações, corredeiras, alagamentos, inundações e enxurradas) e submerso (mergulho). Há ainda as chamadas operações especiais, que envolvem resgates com cães, estruturas colapsadas, intoxicação com produtos químicos e negociações em tentativas de suicídio sem arma.

É justamente a questão dos suicídios que vem chamando a atenção. Houve um aumento nas estatísticas, passando de 12 casos em 2017 para 28 em 2018 (incremento de 135%).

E os números deste ano apontam para nova evolução. Até o fim de maio foram 14 tentativas de suicídio atendidas pelo Gost somente na RMC, metade na capital paranaense. A maioria dos casos, revelou Vojciechovski, envolve altura. “São pessoas querendo se jogar de prédios, viadutos, pontes e passarelas. Felizmente, em todas as ações obtivemos êxito”, disse.

De acordo com ele, os bombeiros fazem um curso interno de capacitação para se tornarem “negociadores”, sem necessariamente ter um psicólogo ou alguém ligado à área da saúde na equipe, agindo diretamente no suporte à pessoa durante a primeira intervenção.

Avesso à badalação, o tenente evita o rótulo de “anjo da guarda” e desconversa quando perguntado sobre uma história marcante de salvamento. “Sou profissional e tento não me envolver. Esse é o meu trabalho”, afirma, repetindo a frase que é quase uma lei para o pessoal do Gost.

 

BOX

Defesa Civil cria força-tarefa para agilizar atendimento emergencial

A Defesa Civil do Paraná também atua diretamente em situações de emergência. Existe dentro da corporação uma divisão de Gestão de Riscos e outra de Gestão de Desastres. A coordenação estadual é quem centraliza o planejamento de controle e orientação de todas as medidas preventivas, mitigatórias, de preparação, de resposta e recuperação relacionadas à proteção e defesa civil.

Desde 2017, funciona dentro da Defesa Civil um Centro Estadual de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cegerd), espécie de força-tarefa, facilitando o monitoramento das condições meteorológicas que podem causar desastres, acompanhamento de ocorrências e apoio aos municípios na documentação para decretação de situação de emergência.

Além disso, são desenvolvidos protocolos para análise das informações disponíveis sobre riscos e vulnerabilidades nos diversos municípios do Estado. “A força-tarefa engloba a Defesa Civil, Polícia Militar, Bombeiros, pessoal da Saúde e da Segurança Pública para que atendimento seja o mais rápido possível, com equipes preparadas. Ajudamos também a equipar o Grupo de Operação de Socorro Tático”, afirmou o tenente Marcos Vidal, da Defesa Civil. “Estamos sempre trocando informações”, completou o tenente Luiz Henrique Vojciechovski, chefe de Operações Terrestres do Gost.

 

Com AEN-PR 

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