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Paraná Corrida aos caixas eletrônicos

Na pandemia, circulação de dinheiro em espécie dispara no Paraná

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(Foto: Divulgação)

Na medida em que o mundo virtual ganha cada vez mais campo em nosso cotidiano, também vemos avançar as transações financeiras em meio digital. Pix, PicPay, Ebanx, moedas virtuais (como a famosa BitCoin) são apenas algumas das ferramentas que muitos já incorporaram ao seu dia a dia, ao ponto de ser algo até recorrente ouvirmos falar sobre o fim do dinheiro em espécie, a extinção do papel-moeda. Contraditoriamente, entretanto, a pandemia do novo coronavírus gerou uma corrida aos caixas eletrônicos, elevando consideravelmente a demanda por recursos em espécie.

Conforme dados do Banco Central (BC), até o começo da semana estavam circulando pelo país mais de 36 bilhões de cédulas e moedas, totalizando o valor de R$ 356,75 bilhões. Na comparação com o ano passado (sempre adotando o dia 19 de outubro como referência), nota-se um aumento de 8,92% nas unidades de papel-moeda em circulação, ao passo que o montante na praça teve acréscimo de 47,86%. Se a comparação for com o início da década, os porcentuais são ainda mais expressivos: o número de cédulas e moedas em circulação cresceu 58,98% desde 2011, com o valor total tendo acréscimo de 155,72%.

Considerando ainda que o Paraná responde por 6,42% do PIB (Produto Interno Bruto) do país e que a população paranaense é o equivalente a 5,44% da população brasileira (dados do Ipardes e do IBGE, respectivamente), podemos estimar que, apenas no estado, há algo entre 1,96 bilhões e 2,314 bilhões de cédulas e moedas em circulação. Mas afinal, o que explica o aumento na quantidade de dinheiro vivo nas mãos dos brasileiros?

Um dos fatores é o pagamento do auxílio emergencial à população mais carente. Em abril, por exemplo, o primeiro mês em que foi pago o benefício, houve aumento de R$ 24,2 bilhões no volume de recursos em espécie na economia brasileira. Esse movimento, conforme explicou na época Fernando Rocha, chefe do Departamento de Estatísticas do BC, refletiria também o aumento nas operações em espécie, o que levou também a Casa da Moeda a produzir R$ 9 bilhões em cédulas apenas em maio.

Além disso, há também uma questão histórica. É que em momentos de crise econômica, aumenta a propensão das pessoas em guardar dinheiro vivo, o que leva a um aumento no saque de recursos que, na prática, acabaram sendo ‘entesourados’, ou seja, guardados para formação de reservas.

 

GRUPO CRIA ATÉ FORÇA-TAREFA PARA ATENDER DEMANDA PELAS CÉLULAS

Com a alta na demanda por dinheiro em espécie, empresas que atuam com logística, processamento e custódia de valores tiveram também de ‘se virar’ para conseguir atender a população e aos clientes, não deixando o mercado desabastecido. O Grupo Protege, por exemplo, não parou um dia sequer desde o início da pandemia do novo coronavírus e também viu crescer em 30% nos primeiros meses de pandemia a demanda por parte do setor de cargas rodoviárias interestaduais, para o abastecimento entre Centros de Distribuição, fábricas, retirada dos estoques e mercadorias em shoppings centers e grandes centros comerciais.

“O aumento da circulação de papel moeda no Brasil e a demanda aquecida de supermercados e varejistas nos obrigou a estruturar uma força-tarefa para atender a população e os clientes, tendo de nos adaptar, ainda em março, a rígidos protocolos sanitários para assegurar a saúde de nossos colaboradores, clientes e fornecedores”, diz Marcelo Florio, diretor Comercial do Grupo Protege.

 

SÃO 148 MILHÕES DE NOTAS DE R$ 1 E 22 MILHÕES DE CÉDULAS DE R$ 200

Para fazer frente às demandas da população e também lidar com a desvalorização do real em face a outras moedas, o Banco Central anunciou em agosto uma nova nota de R$ 200. Até ontem, haviam quase 22 milhões dessas cédulas em circulação ou depositado em instituições financeiras.

Por outro lado, ainda há mais de 148 milhões de cédulas de R$ 1 no país. A nota foi produzida no país entre 1994 e 2005 e depois deu espaço às moedas de um real, que totalizam 3,74 bilhões de unidades no país atualmente. Dada sua raridade, então, a cédula de R$ 1 hoje é vendida por até R$ 275 para colecionadores de dinheiro antigo, os numismatas, e o valor cresce a cada ano, na medida em que conseguir uma nota dessas vai se tornando cada vez mais difícil.

O tipo de nota mais comum de se encontrar por aí é a de R$ 50, com um total de 2,587 bilhões de unidades. Em seguida aparecem as notas de R$ 100 (1,824 bilhões de cédulas) e as notas de R$ 2 (1,481 bilhões).

As cédulas mais raras ainda em circulação, por outro lado, são as comemorativas, como a nota de R$ 4 e R$ 20 em celebração ao tetra da Seleção Brasileira, em 1994, e as notas de R$ 1 em celebração às Olimpíadas do Rio de Janeiro, de 2016. Nenhuma das notas comemorativas no país possui mais de 20 mil cédulas em circulação.

 

SEM CÉDULAS

Desde o final de agosto em tramitação na Câmara dos Deputados, o Projeto de Lei 4068/20 determina a extinção do papel-moeda no País, com a realização de todas as transações financeiras ocorrendo apenas em meio digital. A proposta prevê que será permitida a posse de cédulas apenas para fins de registro histórico.

 

Com Bem Paraná

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