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Paranaenses têm maior taxa de endividamento em sete anos, aponta pesquisa

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A média de endividamento no Paraná foi de 88,9% em 2018, enquanto a média nacional foi de 60,6%; cartão de crédito foi o vilão dos consumidores (Foto: Divulgação)

Em 2018, os paranaenses registraram a maior taxa de endividamento desde 2011, de acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), divulgada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio-PR).

A média de endividamento no Paraná foi de 88,9% no ano passado, enquanto a média nacional foi de 60,6%. Em 2011, a média anual no estado foi de 90,2%.

O cartão de crédito foi o maior vilão do endividamento dos paranaenses, concentrando 72,4% em 2018. O financiamento imobiliário correspondeu a 9,3% das contas a pagar, e o financiamento de veículo, 9,2%.

Apesar do número elevado de endividamento, a coordenadora da área de pesquisa da Fecomércio, Priscila Moraes de Andrade, reforça que o cenário não é negativo, uma vez que o índice significa que o consumidor tem capacidade de crédito e segurança a longo prazo.

“O alto índice de endividamento dos paranaenses está relacionado à alta empregabilidade do estado. As dívidas relatadas na pesquisa correspondem a débitos ou contas a vencer e compras parceladas”, diz.

Segundo a pesquisa, 29% dos consumidores têm contas em atraso. Já a média anual daqueles que reconhecem que não terão condições de pagar as dívidas foi de 10,6%, em 2018.

O técnico em contabilidade Moacir Debiasio, de 63 anos, teve problemas com o cartão de crédito. No ano passado, ele diz ter investido R$ 10 mil em uma mini panificadora – o que complicou a situação financeira.

“O cartão é uma tentação, a gente não tem aquele dinheiro na hora, mas pensa que vai conseguir resolver isso depois, e assim vai virando uma bola de neve. Chega uma hora que você não consegue pagar a fatura total, paga a parcial. Aí no mês seguinte, tem as atrasadas, mais os juros e as do mês. É desesperador”, diz.

Moacir conta que usou o cartão de crédito para o pagamento de todos os gastos, desde os pessoais até os da nova empresa.

“Tinha o meu cartão e o da minha esposa. Não conseguimos mais manter os dois e paramos de usar o meu. Concentramos tudo no dela, mas no meio disso tudo, minha sogra ficou doente e tivemos que abandonar a produção da panificadora, jogando fora todo o investimento”, explica.

Para pagar pelo menos parte da dívida, ele vendeu os equipamentos que tinha comprado para a fabricação de pães, como fornos e utensílios. O preço, porém, passou de novo para usado. Além disso, o empresário perdeu a renda mensal de R$ 2,5 mil da panificação,

“Voltei com meus serviços de contabilidade, conseguimos pagar as dívidas. Mas só agora em 2019 que vou saber como vai ser. Ainda estamos no processo de amadurecimento da renda, na consciência em saber gastar. Nunca mais queremos passar por esses apuros”, diz.

Moacir, mesmo com contas em atraso, conseguiu “limpar o nome”. No entanto, a média de paranaenses com o “nome sujo” é de 46,3%, afirma a coordenadora da área de pesquisa da Fecomércio.

“Nove em cada dez famílias possuem dívidas, mas essa dívida é algo que a pessoa compra e deixa para pagar mais para frente, que parcela. A inadimplência é quando a pessoa não paga essa conta e acaba tendo o nome incluso no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC)”, explica Priscila.

 

Com G1

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