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Paraná Impactos na safra

Produtores do Paraná pedem perícia acelerada para seguro, reavaliação de dívidas e cultivares resistentes

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(Foto: Sandro Mesquita/OP)

O primeiro compromisso da ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, no Paraná, nesta quinta-feira (13), foi visitar propriedades rurais no oeste do estado. As perdas são severas na região, o que levou a Secretaria de Agricultura do estado a estimar, na primeira semana de janeiro, quebra de cerca de 65% na soja e 55% no milho. Mas em alguns municípios as perdas podem ultrapassar 75%.

A ministra visitou a Fazenda Confiança, em Lindoeste, propriedade dos agricultores Vanderlei Campos Júnior e João Batista Cunha. Eles têm 800 hectares; plantam 240 hectares de milho e o restante de soja. Ali, a ministra conversou com o engenheiro agrônomo Cristiano José Macedo. Ele e seus familiares produzem no município de Lindoeste há mais de 20 anos. Os agricultores pediram a Tereza Cristina para que as perícias de seguro fossem aceleradas, para disponibilizar as áreas para um novo plantio.

Outro pedido foi para o Mapa avaliar dívidas de outras culturas e safras anteriores, que foram se acumulando. “O pedido é de parcelamento, prorrogação de parcelas de maquinários, pois muitas áreas estão nas mãos de arrendatários e os produtores estão sem condições de honrar os compromissos”, afirma Macedo.

Outra medida preconizada pelo setor é o investimento em genética de cultivares com tolerância ao stress hídrico, buscando minimizar perdas com estiagem. “Estamos enfrentando a pior seca que já tive conhecimento desde que iniciei neste ramo. Já fomos afetados na safrinha de milho 2021 por uma estiagem e depois uma grande geada que atingiu grande parte do Sul, o que nos levou a amargar prejuízos”, diz ele.

Na cultura da soja este ano, Macedo estima que terá 60% de quebra, a exemplo do que imagina ocorrer em toda a região. “Com o alto custo de produção, inviabiliza o setor”, afirma.

“Para melhorar a viabilidade em pequenas propriedades, estamos atrás de diversificar a propriedade e diminuir os custos de produção com práticas agrícolas, acessar seguros e investir em outros estados no Centro-Oeste ou até outras regiões do Brasil, em busca de novas fronteiras agrícolas, com clima que nos traga segurança e estabilidade ao setor. Isso pode ajudar a diminuir riscos, e ajudar a honrar os compromissos”, analisa Cristiano Macedo.

Desde o início da semana, técnicos do Ministério da Agricultura e da Conab estão percorrendo o Paraná, se reunindo com produtores e lideranças rurais para compor um quadro da situação da agropecuária paranaense frente à seca. A comitiva percorre vários municípios até esta sexta-feira (14). Os dados sobre as perdas de produção e as possíveis soluções para mitigar o problema serão levados à ministra Tereza Cristina.

Ministra vai de Cascavel a Ponta Porã

No final da manhã desta quinta-feira, a ministra se reuniu com autoridades locais no Sindicato Rural de Cascavel. Ela ouviu os relatos do Secretário de Agricultura e do Abastecimento (Seab), Norberto Ortigara, e de técnicos do núcleo regional da Seab, do presidente da Federação da Agricultura do Paraná, Ágide Meneghette, do Sindicato Rural de Cascavel e outras autoridades do agro.

À tarde a ministra segue para Ponta Porã (MS) para verificar as condições das lavouras locais que também foram atingidas pela estiagem. Faz um sobrevoo nas propriedades em Laguna Carapã e depois se reúne com lideranças da região no sindicato rural local.

 

Com Canal Rural

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