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Paraná ABASTECIMENTO

Um quarto da água tratada não chega às residências no Paraná, diz Sanepar

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Foto: Divulgação

Apesar de o Paraná ter o terceiro melhor índice de abastecimento de água do País (93,74%), atrás apenas do Distrito Federal (98,71%) e de São Paulo (96,25%), 34,53% da água tratada não tem a destinação correta e parte, cerca de 25%, não chega às residências do Estado por perdas na distribuição. Essas perdas são causadas por vazamentos e ligações irregulares, os chamados “gatos”, além de falhas no sistema e condições precárias dos hidrômetros. Os dados foram divulgados em julho pelo Instituto Trata Brasil e são referentes ao ano de 2017.

O engenheiro Marcelo Depexe, da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), explica que o porcentual da água que de fato não chega às residências é menor que os 34% e gira em torno de 25% no Paraná. “Há técnicas que fazem essa modelagem, que é o balanço hídrico, então, desse total (34%), a perda por vazamento varia de 60% e 70% do abastecimento, que dá entorno de 25% que ‘não chega’ efetivamente na residência”, aponta.

O número divulgado pelo Trata Brasil, segundo o engenheiro, representa aquilo que não chega como deveria, mas que não significa que todo ele seja perdido. “Esses números são do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, que o Ministério das Cidades divulga, e os números são isso mesmo. Só que a maneira como eles (Trata Brasil) expõem é que dá uma interpretação um pouco distorcida. Quando diz que ‘não chega’, não é isso que o indicador mede. Esse número (34,53%) inclui aquilo que não chega, mais o gato, que é o furto, e os problemas que fazem com que o hidrômetro o messa menos. Então, a água chegou, mesmo quando a pessoa prejudicou a medição. E tem o envelhecimento natural do hidrômetro e a eficiência dele vai caindo com o tempo, então inclui também a falha de medição no hidrômetro, que mesmo novo não tem uma eficiência de 100% para todas as vazões”, pondera.

O engenheiro confirma que o número é considerado alto, quando comparado a padrões de países desenvolvidos. “Ainda existe potencial para redução, mas que demanda investimento. Não dá para comparar com padrões de excelência do primeiro mundo porque não somos primeiro mundo. O investimento em infraestrutura é muito maior e aí o custo da água lá também é muito maior que aqui. É um contexto diferente, com menor ab abundância de água, inclusive. Isso entra em outras discussões, mas essa questão vai vir ao debate uma hora ou outra. Isso vai demandar investimentos altos e não se sabe até que ponto a população está disposta a pagar por isso”, prevê.

Na avaliação do professor do Departamento de Hidráulica e Saneamento da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Miguel Aisse, existe a necessidade de ampliação dos recursos para obras de saneamento nos estados, inclusive nas localidades onde os sistemas de abastecimento de água, por exemplo, funcionam bem. “Temos muito o que fazer. O dinheiro tem que ser investido no próprio sistema. O Paraná, por exemplo, tem uma boa cobertura, mas precisa ampliar”, afirmou à Agência Rádio Mais.

 

com Bem Paraná

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