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Poder Legislativo Eleição na Câmara

“Nosso grupo não só está fechado como consolidado”, afirma Claudio Köhler

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Vereadores Adriano Cottica, Adelar Neumann, Josoé Pedralli, Cleiton Freitag (Gordinho do Suco), Claudio Köhler (Claudinho), Adriano Backes, Arion Nasihgil e Ronaldo Pohl em visita ao Jornal O Presente, na segunda-feira (10) (Fotos: Maria Cristina Kunzler/OP)

 

O clima é de expectativa em Marechal Cândido Rondon com a realização, na sexta-feira (14), às 11 horas, em sessão extraordinária, da eleição da mesa diretiva da Câmara de Vereadores para o biênio 2019/2020. Na oportunidade, haverá a escolha de quem sucederá Pedro Rauber (DEM) no comando do Legislativo rondonense.

E a expectativa gira em torno da possibilidade do grupo de situação, mesmo tendo até então maioria na Casa de Leis, não conseguir emplacar o próximo presidente. O nome que possui hoje a maioria dos apoios declarados é do vereador Claudio Köhler (Claudinho) (PP), eleito em 2016 pela oposição, mas que nos dois primeiros biênios da legislatura se manteve parceiro da administração municipal.

Há poucos dias, porém, a candidatura do pepista à presidência da Câmara recebeu o apoio dos três vereadores da oposição – Arion Nasihgil (MDB), Adriano Cottica (PP) e Josoé Pedralli (MDB) – e do vereador de centro Ronaldo Pohl (PSD). Este fato teria desagradado algumas lideranças do grupo situacionista.

Além disso, três vereadores que são do partido do prefeito Marcio Rauber (DEM) também declararam o voto em Claudinho: Adriano Backes, Adelar Neumann e Cleiton Freitag (Gordinho do Suco). Desta forma, a base do governo na Câmara pode ter rachado.

Em visita ao Jornal O Presente, na tarde de ontem (10), os sete vereadores reafirmaram o voto em Claudinho. Em entrevista, o vereador do PP falou sobre o processo de eleição da mesa diretiva e as consequências políticas. Confira.

 

O Presente (OP): Nos últimos dias foram levantadas dúvidas de que algum vereador ainda poderia mudar o voto. Hoje o senhor considera que o grupo está fechado?

Claudio Köhler (CK): Nosso grupo não só está fechado como solidificado. Eu fico lisonjeado por ter o apoio dos sete vereadores que estão comigo nesta pretensão em ser presidente visando fazer um trabalho compartilhado, indiferente de sigla partidária. Acho que todos têm o mesmo objetivo: trabalharmos em prol do município de Marechal Cândido Rondon, respeitando o ponto de vista de cada um e sem distinção de partido e, principalmente, para a Câmara ser independente e ter a força que é de direito dela.

 

OP: O senhor espera contar com o apoio de mais algum vereador?

CK: Diante do cenário hoje é difícil dizer ou afirmar isso, mas se recebermos o apoio será bem-vindo.

 

OP: Mas está havendo alguma conversa neste sentido?

CK: Não. Além dessas pessoas que estão aqui (os sete vereadores), não.

 

OP: Até em razão da entrevista ao Jornal O Presente do vereador Valdir Port (Portinho, PTB), como o senhor sente que está o clima na Câmara? Ficou mais pesado ou ainda tem sido possível manter a harmonia?

CK: Harmônico não está, mas discordo de algumas palavras que ele colocou. Não foi bem isso (sobre o acordo que teria sido feito pelo grupo de situação) e nada melhor do que o tempo para mostrar quem está com a verdade.

 

OP: E qual é a verdade?

CK: O tempo vai mostrar.

 

OP: Sobre o acordo que o vereador Portinho mencionou, no qual a oposição não seria procurada para a eleição porque o grupo de situação teria os votos suficientes para fazer o próximo presidente, houve de fato esse entendimento? E por que foi procurada a oposição?

CK: Da forma como ele colocou praticamente destoou da verdade. Não foi bem isso. As pessoas que estão no meio, como os vereadores e o próprio prefeito, sabem o que aconteceu. Não cabe a mim neste momento falar de que forma isso foi articulado.

 

OP: O senhor chegou a conversar com o prefeito depois que a oposição declarou o voto em seu nome?

CK: Não. Não conversei com ele após isso.

 

OP: Espera conversar até sexta-feira?

CK: Não sei.

 

OP: Nos dois primeiros anos desta legislatura o senhor foi um vereador que apoiou o governo. Como se considera hoje?

CK: Fui de governo, tanto que votei favorável em 100% de todos os projetos. Não só nos votos, mas também saí em defesa do próprio governo. Querendo ou não, principalmente nos últimos dez a 15 dias, da forma como algumas pessoas se portaram percebi que não era bem isso que comentavam ou falavam da minha pessoa junto ao grupo.

 

OP: Mas hoje o senhor se considera de situação ou oposição?

CK: É um novo grupo que está em formação e, como disse, em prol de Marechal Cândido Rondon. Não estamos aqui para declarar que ferrenhamente seremos oposição. Acho que esse não é o objetivo de ninguém. Não queremos atrapalhar o governo.

 

OP: Certamente a articulação na Câmara terá consequências políticas em Marechal Rondon. Qual tipo de relacionamento o senhor, como futuro presidente caso esse grupo permaneça unido até sexta-feira, pretende ter com a prefeitura?

CK: Sempre através do diálogo. Diferentemente do que foi nos últimos anos na Câmara, nunca o presidente terá decisão própria dele em dialogar com o prefeito, pois sempre vai ser compartilhado, principalmente com as pessoas que vão compor a mesa e, diante disso, vamos procurar o prefeito. Só para esclarecer: mesmo dos oito vereadores seis sendo de primeiro mandato, são seis vereadores preparados para estar à frente do Poder Legislativo. Não somos limitados conforme alguém comentou.

 

OP: Dentro deste contexto dos vereadores jovens, esse movimento que surgiu e viabilizou o projeto da sua candidatura a presidente tem alguma ligação com a onda da eleição de outubro?

CK: Com toda certeza. Até criou mais força que a última eleição demonstrou no sentido da sociedade querer uma renovação em todos os níveis. Nada melhor que começar no âmbito municipal, principalmente pelo Poder Legislativo. E essa renovação está demonstrada até pelos apoios declarados a essa mesa diretiva, a exemplo do deputado federal eleito e hoje deputado estadual José Carlos Schiavinato (PP), deputada federal Leandre (PV), deputado federal Sérgio Souza (MDB), o deputado estadual eleito Marcel Micheletto (PR). Na eleição de outubro os vereadores Adelar Neumann e Adriano Backes apoiaram o deputado Schiavinato e isso estreitou um pouco mais os laços. Depois recebemos a adesão do apoio do vereador Gordinho do Suco, o vereador de centro Ronaldo e os outros três vereadores de oposição, Arion Nasihgil, Adriano Cottica e Josoé Pedralli, em busca desta renovação.

 

OP: Então basicamente o que o senhor propõe de diferente é o diálogo?

CK: Com certeza e de forma igualitária, com todos os vereadores.

 

OP: Os demais cargos da mesa diretiva já estão definidos?

CK: Sim. Hoje seria o vice-presidente o vereador Gordinho do Suco, 1º secretário o Adelar Neumann, o 2º secretário o Adriano Backes. O suplente, a princípio, o grupo vai definir.

 

Vereador rondonense Claudio Köhler (Claudinho) (PP): “É um novo grupo que está em formação e, como disse, em prol de Marechal Cândido Rondon. Não estamos aqui para declarar que ferrenhamente seremos oposição. Acho que esse não é o objetivo de ninguém. Não queremos atrapalhar o governo”

 

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