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Policial

43 minutos: roubo, sequestro e carro no Paraguai

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Marginais da região de fronteira se especializaram ao longo dos anos em um tipo de crime que tem sido registrado com frequência em municípios próximos à fronteira com o Paraguai. Trata-se do roubo agravado, quando a vítima é levada como refém até que o carro seja levado ao Paraguai.

Normalmente, as vítimas são deixadas em estradas rurais, onde há pouco movimento, e mantidas presas sob a mira de armas de um dos integrantes da quadrilha enquanto o outro bandido passa o carro para o país vizinho. Um crime do gênero registrado pela Polícia Militar de Terra Roxa na quarta-feira (21) levou 43 minutos para ser consumado.

Às 08 horas, a vítima foi abordada pelos bandidos na Rua Minas Gerais. Ela e os bandidos seguiram com o Gol de placas HAB-2851 para uma estrada rural. No local, ela ficou sob ameaça de um dos bandidos, enquanto o outro fugia com o carro roubado para o Paraguai.

Às 08h43, o veículo cruzou a Ponte Ayrton Senna em direção ao país vizinho. Quando o carro já estava no seu destino, um outro indivíduo chegou no local do cativeiro e fez o resgate do bandido. A vítima foi orientada a permanecer no local por 30 minutos para depois pedir socorro. A Polícia Militar foi informada do roubo somente às 10h10, quando a vítima conseguiu ligar para o 190 com a ajuda de um morador próximo.

Nos últimos meses, a Polícia Militar tem notado uma variação nesse tipo de crime. Carros e caminhonetes mais antigos começaram a ser alvos dos marginais. A suspeita é de que a mudança no perfil se dá em razão da finalidade dos veículos ou para evitar que modelos mais contemporâneos sejam rastreados.

“Pelo que sabemos, os carros mais novos são trocados por drogas”, conta o comandante da Polícia Militar de Terra Roxa, subtenente Romualdo de Amorin. No Paraguai, os veículos são adulterados e vendidos. “Já os antigos, possivelmente servem para a logística do narcotráfico. As caminhonetes, por exemplo, podem servir para o transporte de maconha dentro do Paraguai”, explica Amorin, que emenda: “esse é um crime típico de fronteira. Temos vários registros em Terra Roxa, Toledo, Maripá, Palotina, Francisco Alves e Guaíra”.

O policial explica que um marginal sempre fica cuidando das vítimas, muitas vezes amarradas e amordaçadas. “Essa modalidade de crime tem uma característica que é a violência psicológica. As vítimas são vigiadas por marginais até que outro integrante passe o carro para o Paraguai. No cativeiro, muitos são ameaçados de morte. Eles são liberados somente depois de contato telefônico entre os marginais, quando o carro já chegou no destino”, conta o subtenente.

O comandante explica que há casos em que a pessoa pode ficar até 12 horas ou mais amarrada em casa ou no meio do mato. 

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