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Policial Mais que em 2020

Apreensões de drogas na fronteira aumentam na pandemia

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em

(Foto: Divulgação)

O Lago de Itaipu é uma das vias de acesso mais utilizadas por narcotraficantes e contrabandistas para ingressar no Brasil com produtos ilícitos que abastecem diversas regiões do país.

Drogas, armas, cigarros, agrotóxicos, eletrônicos e uma série de outras mercadorias são trazidas por via fluvial do Paraguai para os 16 municípios lindeiros banhados pelo Lago de Itaipu.

O Batalhão de Polícia de Fronteira (BPFron) da Polícia Militar do Paraná é uma das principais forças de segurança que trabalha no combate a esses tipos de crimes na tríplice fronteira.

Durante a pandemia do coronavírus, a ação dos criminosos se intensificou, assim como o trabalho do BPFron, que somente nos primeiros cinco meses de 2021 já apreendeu mais de 24 toneladas de drogas, o dobro das apreensões ocorridas no mesmo período do ano passado.

Em 2020, o BPFron apreendeu 37 toneladas de drogas, principalmente maconha, quantidade muito superior à média de apreensões, que é de 18 toneladas por ano. “A expectativa é de que ultrapasse com folga os números do ano passado”, declarou ao O Presente, ontem (10), o comandante do BPFron, major André Dorecki.

Segundo ele, a ação dos marginais no Lago de Itaipu e no Rio Paraná aumentou, principalmente, durante os períodos de fechamento das vias convencionais de acesso, como a Ponte Ayrton Senna, em Guaíra, para tentar conter a avanço dos casos de Covid-19 no Brasil. “Em face dessa mudança, as organizações criminosas tiveram que se adaptar porque elas não tinham mais os caminhos usuais para entrar no país”, comenta.

Ao passo que os criminosos passaram a utilizar ainda mais as vias fluviais para cometer crimes, o BPFron intensificou o patrulhamento em terra e em água, através do Corpo de Operações de Busca e Repressão Anfíbio (Cobra), grupo especializado na atuação em ambiente hídrico na área de fronteira. “Percebemos um volume muito maior de apreensões porque a partir do momento que se restringe o número de pessoas circulando, aumenta a possibilidade de encontrarmos criminosos transportando ilícitos”, ressalta Dorecki.

Comandante do BPFron, major André Dorecki: “O BPFron tem tolerância zero contra todos os tipos de crimes praticados na nossa área de atuação, principalmente com o descaminho, contrabando e tráfico de drogas” (Foto: Sandro Mesquita/OP)

Apreensão de 241 quilos de maconha realizada na quarta-feira (09) pelos policiais militares do BPFron no município de Guaíra. Estima-se um prejuízo de R$ 204 mil aos criminosos somente nessa apreensão (Foto: Divulgação)

 

Base Náutica de Entre Rios do Oeste

Após um longo período de abandono, as instalações da Base Náutica de Entre Rios do Oeste foi repassada oficialmente em 2019 pela Itaipu Binacional para o Governo do Paraná por meio de contrato de comodato para a Polícia Militar.

Uma primeira reforma foi realizada no ano passado para abrigar os policiais do Pelotão Cobra, do BPFron.

Conforme a assessoria de imprensa da Itaipu, nesta primeira fase da obra foram gastos R$ 298 mil em reformas e ajustes dos alojamentos.

Segundo o comandante do BPFron, atualmente está sendo finalizada a parte documental do local, como a realização de projetos para a continuidade das reformas que devem ocorrer ainda este ano e que também serão custeadas pela Itaipu. “A partir daí poderemos impulsionar ainda mais as operações por parte das forças de segurança e também, como já estávamos fazendo desde o ano passado, servir como uma base para treinamento de outras forças”, destaca.

Dorecki explica que após finalizadas todas as etapas das reformas na base, a estrutura terá capacidade de receber profissionais de segurança pública do Brasil todo e até de outros países com o objetivo de realizar treinamentos especializados em busca e repressão aquática, junto ao Cobra.

De acordo com o comandante do BPFron, a intenção é intensificar as ações no Lago de Itaipu com o apoio da Marinha do Brasil, o Exército Brasileiro e dos núcleos de polícia marítima da Polícia Federal, tanto de Foz do Iguaçu quanto de Guaíra. “Nosso objetivo é combater os crimes transfronteiriços e, assim, aumentar a sensação de segurança da população que utiliza o lago”, enfatiza.

BPFron, por meio do Pelotão Cobra, intensificou o patrulhamento em água, tendo em vista que, com as restrições da pandemia, criminosos passaram a utilizar ainda mais as vias fluviais para cometer crimes (Foto: Arquivo/OP)

 

Nova sede

Aguardada há anos, a construção da nova sede do Batalhão de Polícia de Fronteira (BPFron) em Marechal Cândido Rondon segue nos planos.

Em novembro do ano passado o Governo do Paraná abriu processo licitatório visando à construção do espaço em uma área de 6.940,49 metros, situada no quilômetro 26 da PR-467, na saída para Porto Mendes (próximo à atual sede).

O valor estimado da contratação é de R$ 28,8 milhões. Os recursos são provenientes de empréstimo de US$ 67,2 milhões do Estado junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para o financiamento do Programa Paraná Seguro-BID, com parte dos valores sendo aplicados na construção da sede definitiva da corporação.

Segundo o comandante do BPFron, atualmente, o projeto licitatório está sob análise do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR). “Dependemos agora dessa análise para darmos continuidade à licitação, que está sendo realizada pela Secretaria de Segurança Pública para o início da obra”, expõe Dorecki.

 

Aniversário do BPFron

Criado em junho de 2012 com a missão de coibir diversos crimes, entre eles o contrabando, o descaminho e o tráfico de drogas em toda a faixa fronteiriça do Paraná, o Batalhão de Polícia de Fronteira (BPFron), unidade especializada da Polícia Militar, comemorou no último domingo (06) nove anos de atividades.

Para o comandante do Batalhão, os números expressivos no âmbito da segurança pública reforçam a importância da repressão dos crimes transfronteiriços realizado pelo BPFron. “Agradecemos aos policiais por todo o empenho e dedicação em mais este ano de trabalho que representou mais uma vez a quebra recordes de prisões e apreensões, algo que é muito positivo para toda a sociedade”, evidencia Doreck.

O BPFron atua em 139 municípios na faixa de fronteira, que abrangem um raio de 150 quilômetros além da linha divisória terrestre do território nacional. Opera em 447 quilômetros de fronteira, sendo 208 km com o Paraguai e 239 com a Argentina e na divisa entre os Estados do Mato Grosso do Sul e Santa Catarina.

BPFron é formado por três companhias, sediadas em Marechal Rondon (foto), Guaíra e Santo Antônio do Sudoeste, sendo as duas primeiras na fronteira do Brasil com o Paraguai e a terceira na fronteira com a Argentina (Foto: Sandro Mesquita/OP)

 

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