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Policial

Bandidos pagam até R$ 25 mil para ter celular na prisão

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Para manter o fornecimento de celulares nas cadeias, o Primeiro Comando da Capital (PCC) comprou um “portal”, como os detentos chamam os detectores de metal iguais aos usados por bancos. O objetivo era fazer testes para encontrar uma forma de passar telefone pelo detector sem o aparelho ser percebido.

A operação, aparentemente custosa, tinha como objetivo diminuir os gastos da facção, pois agentes corruptos estavam pedindo até R$ 25 mil para deixar entrar um único telefone na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, onde está presa a maioria da cúpula do PCC. Se há a necessidade de contato mais rápido, os bandidos mobilizam advogados que servem de pombo-correio para o crime.

O crime organizado também criou um sistema de comunicação alternativo ao telefone celular para manter os negócios em funcionamento sem a interferência da polícia e do Ministério Público Estadual (MPE). É o chamado “bate-bola” – envio de mensagens de dentro do presídio para as ruas.

O sistema é dominado por integrantes da cúpula da facção que exercem a função de “sintonia da rua” – ou seja, mantém a coesão e a ordem segundo as normas da facção entre presos ou bandidos livres.

De acordo com as investigações do MPE, os criminosos da cúpula mandariam “pipas” para as ruas, como são chamados os bilhetes, por meio de mulheres, as pontes. “Essas mulheres levam semanalmente os bilhetes ocultos nos órgãos genitais para dentro dos presídios e após a “visita” trazem a resposta para os comandados na rua”, afirmaram os 23 promotores de todos os Grupos de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaecos) no estado de São Paulo. 

Depois de três anos e meio de investigação, o MPE concluiu o maior mapeamento da história do crime organizado no país sobre o PCC. Por fim, denunciou 175 acusados e pediu à Justiça a internação de 32 no Regime Disciplinar Diferenciado – entre eles, toda a cúpula, hoje presa em Presidente Venceslau. Escutas mostraram que a facção planejou assassinar o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e também infriltrar-se no Supremo Tribunal Federal (STF).

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