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Policial Sede do Pelotão Cobra

Base Náutica de Entre Rios do Oeste terá capacidade para alojar até 90 policiais

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(Foto: Sandro Mesquita/OP)

Durante um longo período de abandono, a Base Náutica do município de Entre Rios do Oeste serviu de atracadouro ilegal usado por contrabandistas para desembarcar mercadorias oriundas do país vizinho, o Paraguai, através do Lago de Itaipu.

No entanto, após inúmeras tratativas entre a Polícia Militar (PM) do Paraná e a Itaipu Binacional, o local está prestes a ser reutilizado oficialmente pelo Batalhão de Polícia de Fronteira (BPFron).

Em novembro de 2018, o BPFron, por intermédio do então comandante, tenente-coronel Saulo de Tarso Sanson Silva, revelou ao Jornal O Presente que ajustes estavam sendo feitos com a Itaipu para uma possível instalação do Corpo de Operações de Busca e Repressão Aquática (Pelotão Cobra) no local.

Na época, o prefeito de Entre Rios do Oeste, Jones Heiden, declarou ao O Presente que o município não tinha condições financeiras para investir na Base Náutica, em detrimento de outras áreas essenciais aos cidadãos, como saúde e educação, e que já teria feito tentativas de parceria sem sucesso, com a Itaipu.

Desde então, as negociações entre a PM do Paraná e a Itaipu avançaram e em dezembro de 2019 a Itaipu repassou oficialmente, por meio de contrato de comodato, as instalações da Base Náutica ao BPFron.

De acordo com o atual comandante do Batalhão, major André Dorecki, a Base Náutica é vista como ponto estratégico para lançar operações de repressão a qualquer tipo de ilícito existente no lago.

Segundo ele, há preocupação muito grande por parte da PM em resguardar toda a extensão do lago com o objetivo de prevenir que toda e qualquer ação delituosa ingresse no Brasil por via fluvial. “Depois de pronta, a estrutura será utilizada tanto para treinamento dos policiais militares quanto para abrigar demais forças de segurança que venham integrar as operações e que, porventura, necessitem do local para incursões aquáticas. A ideia é ampliar essas operações, principalmente as integradas, porque quando as forças de segurança atuam juntas elas têm muito mais força, conseguem atingir uma área muito maior e consequentemente acabam aumentando as apreensões”, destaca Dorecki.

 

REFORMA

Atualmente, a Base Náutica já está ocupada pelos policiais do BPFron, mas a estrutura ainda passa por reformas, que estão sendo custeadas pela Itaipu, para proporcionar melhores condições de alojamento aos militares.

Conforme a assessoria de imprensa da Itaipu, a reforma atual é a primeira parte de uma série de melhorias que serão analisadas pela Diretoria de Coordenação para serem executadas no local.

O investimento, segundo a Itaipu, foi de R$ 298 mil em reformas e ajustes dos alojamentos. Foram feitas substituições de portas, instalação de novo piso, troca do telhado, além de reforma completa das partes elétrica e hidráulica. Também foi reformado um espaço que poderá ser usado como sala operacional, foi construída uma rampa para descida dos barcos e instalado um atracadouro flutuante para as embarcações.

 

ATUAÇÃO DO BPFRON

O BPFron é responsável pelo policiamento ostensivo da fronteira e tem como objetivo principal prevenir e reprimir a prática de crimes transfronteiriços, conforme diretrizes do Comando-Geral da PM.

De acordo com Dorecki, o Batalhão de Fronteira a cada ano conta com o aperfeiçoamento das suas técnicas, promove treinamento dos policiais e firma parcerias com outras forças de segurança. “O próprio investimento que o Governo do Paraná faz na PM fez com que o BPFron se tornasse referência na questão de policiamento de fronteira”, enaltece, acrescentando: “A cada ano, como vem acontecendo desde sua criação, o BPFron vem batendo recordes em cima de recordes de apreensões, seja de drogas, armas ou contrabando para evitar que esses produtos adentrem em nosso território”.

Segundo o major, com a implantação do BPFron na Base Náutica, quem ganha no primeiro momento é a população dos municípios banhados pelo Lago de Itaipu, como Entre Rios do Oeste, Pato Bragado Santa Helena e Marechal Cândido Rondon. “Mas, se pensarmos de uma forma mais estratégica, toda população brasileira ganha com isso porque os ilícitos que entram pelo lago chegarão em outras cidades e Estados do nosso país”, analisa.

 

EFETIVO

Estando em condições de uso, a base terá condições de alojar cerca de 60 a 90 policiais. “Claro que isso em termos de alojamento, mas se utilizar as estruturas de acampamento com barracas, por exemplo, esse número pode ser duplicado ou triplicado. O espaço poderá abrigar mais de dez embarcações com tranquilidade”, informa Dorecki.

 

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