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Policial Caso Daniel

Delegado do caso Daniel diz que família suspeita em envolvimento na morte do jogador está mentindo

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Polícia diz que vai indiciar a família por homicídio qualificado e coação de testemunhas (Foto: Divulgação)

O delegado da Polícia Civil de São José dos Pinhais, Amadeu Trevisan, acredita que a família suspeita em envolvimento na morte do jogador Daniel mentiu em depoimento prestado à polícia. Segundo o delegado, a família será indiciada por homicídio qualificado e coação de testemunhas.

De acordo com o delegado, as duas suspeitas combinaram uma versão com um dos suspeitos a respeito do espancamento e morte do jogador Daniel. “Eles estão mentindo”, disse o delegado nesta terça-feira (06).

O corpo de Daniel Corrêia Freitas, de 24 anos, foi encontrado no dia 27 de outubro na região de Curitiba.

As duas suspeitas foram ouvidas pela polícia na segunda-feira (05). O outro suspeito teve o depoimento adiado na manhã de hoje (06) porque seu advogado não compareceu à delegacia, mas em entrevista à RPC confessou ter matado o jogador.

O suspeito diz que reagiu “sob forte emoção” ao ver Daniel deitado ao lado da sua esposa. Ele alega que o jogador tentou estuprar sua esposa.

 

O que a polícia acredita

Para o delegado, no entanto, o crime está esclarecido. “Já conseguimos reconstruir tudo que aconteceu na casa no dia do assassinato. Vamos ouvir mais algumas testemunhas hoje [06] e teremos o depoimento do suspeito amanhã [07]”, explicou o delegado.

Segundo Trevisan, não há provas de que o jogador tentou estuprar a esposa de um dos suspeitos. “Confrontando as mensagens que Daniel trocou com amigos e os depoimentos, parece que Daniel só fez uma brincadeira infeliz, mas não há indícios de tentativa de estupro”, disse.

O delegado acredita que a alegação da tentativa de estupro é um “fato isolado”. “É a palavra dela, apenas”, disse Trevisan.

Segundo o delegado, também não procede a versão da família de que o suspeito reagiu por “violenta emoção”.

“Temos que observar o lapso temporal [do crime]” afirmou Amadeu Trevisan. “O suspeito teve tempo de espancar a vítima, de pegar uma faca, colocar a vítima no porta-malas e se deslocar até o local do crime. Não houve violenta emoção”, completou.

O G1 entrou em contato com a defesa da família, mas até o momento não obteve resposta.

 

Versão dos suspeitos

Em depoimento à Polícia Civil, uma das suspeitas disse que acordou com o jogador deitado sobre ela de cueca e que, então, começou a gritar assustada. “Ele dizia: ‘Calma, é o Daniel’, contou.

A suspeita disse no depoimento que Daniel estava “excitado” e que esfregava o pênis, que estava fora da cueca, pelo corpo dela. A mulher do suspeito relatou também que o marido foi o primeiro a entrar no quarto, depois de arrombar a porta.

A filha do casal, também prestou depoimento. Ela disse ter ouvido gritos na casa e que, ao chegar no quarto dos pais, encontrou o pai segurando Daniel pelo pescoço, “como se o enforcasse”.

A filha confirmou à polícia que a mãe tinha dito que Daniel tinha tentado estuprá-la.

Em entrevista à RPC, o suspeito disse que perdeu o controle quando agrediu Daniel. “Eu fiquei aterrorizado quando vi ele com a minha mulher”, disse. “Eu bati muito nele. Muito, muito. Tirei ele para fora da casa, não sei se estava acordado, desacordado, se só tinha fechado o olho”, afirmou.

Depois da agressão, segundo ele, colocou Daniel no porta-malas do carro e o tirou da casa, junto de três amigos.

Ele conta que os amigos tentaram o impedir de cometer o crime, “mas não iam conseguir” em função do descontrole emocional que tomou conta dele. O suspeito disse que usou uma faca para matar o jogador.

 

Coação de testemunhas

De acordo com o delegado da Polícia Civil, a família coagiu as testemunhas do crime para que combinassem uma versão diferente do caso.

Segundo a polícia, antes de ser preso, o suspeito suspeito chamou pessoas que estavam na festa para uma conversa em um shopping, onde tentou combinar a versão de que Daniel teria saído mais cedo da festa, ainda com vida.

O delegado também disse que, neste encontro, o suspeito pediu para que algumas testemunhas fossem “tiradas” da versão combinada.

 

Perícia

A polícia já recebeu o laudo da perícia realizada no corpo de Daniel. Segundo o laudo, o jogador apresentava 13,4 decigramas de álcool por litro de sangue.

“É uma dosagem muito alta, que prova que Daniel não tinha a menor capacidade de reagir às agressões”, explicou o delegado.

O laudo também aponta que Daniel não usou drogas na noite da festa.

A polícia não encontrou os pertences do jogador. A investigação trabalha com a hipótese de que as roupas e celular de Daniel tenham sido queimados.

A faca do crime, que segundo o suspeito teria sido jogada em um riacho próximo ao local onde o corpo foi encontrado, também não foi encontrada.

 

Outros suspeitos

Um quarto suspeito se apresentou à polícia na segunda-feira (05), mas foi liberado.

Outros dois suspeitos que teriam espancado Daniel e acompanhado o outro suspeito no carro até o local onde o corpo foi encontrado se colocaram à disposição da polícia, mas ainda não foram ouvidos.

 

Daniel

O meia Daniel estava emprestado pelo São Paulo ao São Bento, time que disputa a Série B do Campeonato Brasileiro. Em 2017, jogou no Coritiba.

Daniel nasceu em Juiz de Fora (MG) e tinha 24 anos. Revelado pelo Cruzeiro, o meia também passou pelo Botafogo e Ponte Preta.

 

Com G1

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