Movimentações financeiras podem esclarecer mistério na morte de Fábio Royer

O misterioso caso da morte do gerente financeiro Fábio Royer completou na última semana um ano. Uma nova linha de investigação trabalha com a hipótese de que o rondonense estaria sendo vítima de extorsão. Seis meses antes do crime, nas movimentações financeiras dele, a Polícia Civil (PCPR) encontrou depósitos bancários de alto valor para contas desconhecidas da família. Isso pode indicar a motivação do crime. A morte de Fábio ocorreu no Bacacheri, em Curitiba, quando ele saiu de casa para ir até a farmácia, em 16 de julho de 2018. Dois dias depois, o corpo do gerente foi encontrado carbonizado, em Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba, dentro do porta-malas do carro dele, um Renault Kwid, que foi incendiado.
Segundo o delegado Thiago Nóbrega, da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), o inquérito deve caminhar para um desfecho com a chegada de documentos solicitados pela Justiça. “Eles vão se somar à quebra dos registros bancários da vítima. A principal solicitação foi com relação às contas telefônicas dele, principalmente do celular”, afirmou Nóbrega.
Os registros devem ajudar a polícia a entender como uma suposta extorsão teria começado. “Sabemos que foram feitos depósitos desconhecidos da família por, pelo menos, seis meses antes dele morrer”, disse o delegado. Os depósitos mencionados apresentavam altos valores, entre R$ 5 mil, R$ 10 mil e até R$ 15 mil, feitos em períodos de tempo espaçados. “As contas não são identificadas pela família dele”, frisou Nóbrega.
Justamente a partir desta informação, a PCPR segue uma linha de investigação que relaciona o homicídio de Fábio Royer com um possível acerto de contas. No dia da morte, a vítima não chegou até a farmácia. “Ele pode ter ido ao encontro de alguém. Mas isso ainda será investigado”, disse o delegado.

Transferência feita por Fábio Royer, de quase R$ 15 mil, para destinatário desconhecido (Foto: Reprodução/RICTV)

Documento mostra abertura de conta, em nome de Fábio Royer, feita no Mato Grosso do Sul após sua morte (Foto: Reprodução)

O crime
O gerente financeiro Fábio André Schuh Royer, 42 anos, foi morto em uma segunda-feira, quando ele saiu de casa para ir à farmácia comprar um medicamento para o filho. Na época, a esposa de Fábio disse que o marido – que trabalhava numa loja de móveis no Batel – voltou mais cedo do trabalho porque não estava passando bem. Ele estaria febril e quieto.
Fábio saiu por volta das 19h20. Como passou a demorar muito para voltar, a esposa tentou rastrear o celular, mas o aparelho estava desligado. Ainda na época, ela havia dito que Fábio não estava com nenhum problema de saúde aparente (físico ou psicológico) e que não seria do perfil dele desaparecer desta forma.
O corpo de Fábio foi encontrado completamente carbonizado dentro do carro, que também estava completamente destruído. Somente os exames do Instituto Médico Legal (IML) na arcada dentária puderam identificá-lo.

O carro de Fábio Royer foi encontrado incendiado e o corpo dele estava no porta-malas, totalmente carbonizado (Foto: Divulgação)

(Tribuna do Paraná)