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PM que matou namorada e primo ficou nove meses afastado e retornou para não ser preso, diz Apra

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Reprodução Banda B

O policial militar William Moreira de Almeida, que matou a namorada e o primo durante discussão e depois atirou contra a própria cabeça, ficou nove meses afastado da corporação para tratamento psiquiátrico. A informação foi divulgada neste domingo (9) pela Associação de Praças do Estado do Paraná (Apra), que criticou a decisão da Polícia Militar de exigir o retorno dele ao serviço três dias antes do crime.

Lotado no 22º Batalhão da Polícia Militar (BPM), William matou o primo Denis Donizeti do Nascimento, de 28 anos, e a namorada Kátia Juliana Rezende Marques, de 25, na noite de sexta-feira (7), durante discussão em Colombo, na região metropolitana de Curitiba.

Para Vanessa Fontana, conselheira da Apra, a ação é resultado de uma orientação da Corregedoria da PM que “criminaliza” a saúde dos policiais. “Nós ficamos muito revoltados com essa situação, porque ela é originada dessa orientação que já estamos denunciando há algum tempo. O William estava em afastamento médico e recebeu uma determinação de retornar ao serviço mesmo sem estar em condições. Apenas três dias depois de pegar o armamento novamente, isso aconteceu”, lamentou a conselheira.

A crítica da Apra se refere à orientação n° 005/2018 da Corregedoria-Geral da PM, que trata da dispensa por atestados médicos. Para a associação, o documento é inconstitucional.

No documento específico de William, segundo a Apra, havia um comunicado de possível prisão por desobediência caso não retornasse ao trabalho. “Essa normativa se sobrepõe ao tratamento médico que o policial está recebendo. Como se já não bastasse a questão de saúde, o policial ainda passa a conviver com uma pressão do comando para que retorne ao serviço sob o risco de ser preso”, disse Vanessa Fontana.

 

Crime
De acordo com informações apuradas no local, vizinhos ouviram uma rápida discussão na casa na Rua Darwin. Durante a confusão, o policial teria sacado a arma e apontado em direção ao primo. Vizinhos disseram que a namorada do soldado entrou na frente para evitar que ele atirasse, mas sem sucesso. Ela foi atingida na cabeça e caiu. O policial atirou novamente e atingiu a cabeça do primo.

 

Nota da PM
Para a imprensa, a assessoria da Polícia Militar emitiu uma nota afirmando que abrirá um Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar as circunstâncias e informações da ocorrência.

“Neste momento, a PM se reserva a não apontar uma versão do fato ou emitir juízo de valor sobre o que ocorreu para não prejudicar o andamento do Inquérito, que deverá apontar os fatos. A arma do policial (pistola .40), a qual pertence à PM, foi recolhida para a perícia e os devidos exames, como já é de praxe em situações de emprego de armamento da Corporação. O militar estadual, que ingressou na PM em 2016, tinha 30 anos, estava de folga no momento da ocorrência e, atualmente, atuava na Companhia de Almirante Tamandaré.

A Polícia Militar lamenta o ocorrido e se solidariza com as famílias que perderam seus entes queridos, e buscará, pelos meios administrativos e jurídicos de sua competência, a completa análise dos fatos com equidade e transparência que ele assim exige. O 22° Batalhão de Polícia Militar está dando apoio aos familiares de todos”, finaliza a nota.

Sobre o afastamento, a PM deve se pronunciar nesta segunda-feira (10).

 

Com Bem Paraná

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