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Policial Mudanças

Programa Vigia vai se transformar em Guardiões da Fronteira

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Coordenador geral da CGFron da Seopi do Ministério da Justiça e Segurança, coronel Saulo de Tarso Sanson, em visita ao O Presente: “O Programa Vigia utiliza o termo vigia devido à constante vigilância e a mudança do nome para guardiões é muito mais robusto. Quem é guardião defende com sua própria vida” (Foto: Raquel Ratajczyk/OP)

Com três anos de atuação e um prejuízo de R$ 6 bilhões ao crime organizado, o Programa Vigia está prestes a passar por mudanças. A informação é do coordenador geral de Coordenação Geral de Fronteiras (CGFron) da Secretaria de Operações Integradas (Seopi) do Ministério da Justiça e Segurança,  coronel Saulo de Tarso Sanson.

“Vamos integrar um novo projeto do Ministério da Justiça e Segurança Pública, o Guardiões do Brasil. O programa terá cinco temáticas: Guardiões das Fronteiras, Guardiões dos Biomas, Operações Especiais, Crime Organizado e Vulneráveis. Assim, o Programa Vigia vai se transformar em Guardiões da Fronteira, uma mudança que deve acontecer no dia 25 de junho”, revelou ao O Presente.

Segundo ele, o programa é mais um esforço do Ministério da Justiça para ampliar a segurança no país. “Vem a somar. O Programa Vigia utiliza o termo vigia devido à constante vigilância e a mudança do nome para guardiões tem um significado muito mais robusto. Quem é guardião defende com sua própria vida”, enaltece.

 

Expansão do programa

O Programa Vigia está presente em 11 Estados da fronteira Oeste brasileira e em três unidades federativas de divisa. “É um programa que está consolidado em apoiar instituições no combate aos crimes internacionais, com vigilância na fronteira, restrição da entrada de mercadorias ilícitas no Brasil e controle das fronteiras, o que é um desafio, porque são 16,8 mil quilômetros”, pontua Sanson.

Mesmo com a vasta área de atuação, o Programa Vigia, em breve Guardiões da Fronteira, deve ser expandido ainda em 2022. “Há um projeto para o segundo semestre de atuar nas fronteiras da Costa Leste, apoiando instituições dos portos e marinas do nosso país. O Brasil não produz cocaína, então a substância vem dos outros países, passa pelo território brasileiro e muitas vezes é ‘exportada’ daqui para outros países. Essa é uma preocupação do governo federal e vamos atuar nessa vigilância”, salienta.

 

Simplicidade, propósito e comprometimento

Sanson destaca que os resultados do programa têm se mostrado cada vez mais expressivos, o que, segundo ele, se deve aos conceitos-base do projeto: simplicidade, propósito e comprometimento. “O programa é simples, mas conta com o comprometimento do operador e a busca pelo resultado. Dentro do guarda-chuva da simplicidade, propósito e comprometimento, outra virtude é a integração implantada na prática das instituições”, enfatiza, emendando que há, atualmente, cerca de mil homens trabalhando diariamente na operação.

 

Insumos agrícolas ilícitos

O Programa Vigia oferece cursos permanentes aos policiais e cada formação conta com a participação de representantes de todas as forças policiais, de modo que o conhecimento chegue às instituições e haja entrosamento nas ações. “Agora teremos o segundo curso sobre ‘Insumos agrícolas ilícitos’, que está em fase de inscrição para operadores. É importante que os policiais tenham condição de conhecer o mundo do agrotóxico, porque é um produto que afeta a saúde física, do ambiente e da sociedade quando não condizente às normas. O valor dos insumos ilícitos é mais baixo do que o valor legal, então o contrabando acontece”, expõe.

Ele ressalta que o Vigia já capacitou em torno de 6,6 mil agentes.

 

Drones termais

Como incremento à força de trabalho, Sanson diz que o Ministério da Justiça, por meio da CGFron, está finalizando o processo de compra de drones termais, com previsão de entrega para os próximos 90 dias. “São equipamentos de alta tecnologia e vão ampliar a visão nas operações. Por exemplo, uma equipe que está infiltrada na fronteira terá condição de usar esse equipamento em um sobrevoo e avançar até 15 quilômetros a partir de onde está o operador. Os agentes terão um raio imenso de atuação com uma consciência situacional plena ao operador, o que dá muito mais segurança. Os drones, por serem termais, darão vista aérea mesmo à noite”, menciona.

As unidades que trabalham no Programa Vigia serão contempladas com os drones termais. “Recentemente, receberam viaturas da CGFron, binóculos de visão noturna, capacetes e placas balísticas. Os drones serão uma ferramenta que vão somar aos operadores da fronteira”, frisa.

 

Projeto em andamento

Conforme divulgado por O Presente no ano passado, a região Oeste do Paraná deve receber a implantação de torres digitais para monitoramento, com investimento inicial previsto em R$ 10 milhões em parceria com a Euro Frontier. De acordo com o coordenador-geral da CGFron, as tratativas têm avançado. “Teremos em julho uma reunião em Foz do Iguaçu com a Euro Frontier para tratar desse assunto. O projeto para ser apresentado à comissão está pronto e vamos aguardar o que vai ser decidido. O projeto prevê radares que vão fazer a vigilância permanente da região, sendo que na primeira fase acontecerá por ação humana e numa segunda fase ocorrerá por inteligência artificial. As torres vão espelhar essas imagens para um centro de controle”, explica, salientando que o projeto-piloto deve ser implantado no Paraná e, em caso de sucesso, ser expandido às demais fronteiras.

 

Barões do crime

Sanson ressalta que a primeira fase da Operação Hórus, parte do Programa Vigia, está sendo efetivada com sucesso. “O objetivo é sangrar as finanças do crime organizado e fazer a restrição de acesso ao território brasileiro. Do Oiapoque ao Chuí, temos hoje números expressivos em operações, capacitações e aquisições. Já implementamos a segunda fase, que é de perseguição criminal, em que o Arco Norte, Central e Sul, por meio das polícias civis e federais, desenvolvem investigações, expedem mandados de busca e apreensão e de prisão a fim de localizar a movimentação financeira do crime organizado. Isso já está acontecendo, mas é uma operação que requer sigilo, porque as instituições estão trabalhando em vários alvos. O crime organizado trabalha em rede e são feitas conexões através da inteligência policial e acesso a dados autorizados pela Justiça”, pontua.

 

Medalha de Mérito da Fronteira

Durante a solenidade em comemoração aos dez anos de criação do Batalhão de Polícia de Fronteira (BPFron), realizada na terça-feira (07) em Marechal Cândido Rondon, o coordenador geral da CGFron foi agraciado com a Medalha de Mérito da Fronteira devido à contribuição e auxílio ao BPFron e ações desenvolvidas em defesa da sociedade

“Para mim foi uma honra. Estou em Brasília atualmente, mas é uma honra ter feito parte dessa história. É um momento de celebração e comemoração ao BPFron, uma estrutura criada em 2012 que tem em sua história números expressivos. É muito importante ver o avanço e a evolução do batalhão”, enaltece Sanson, que foi comandante do BPFron em 2018 e 2019.

 

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