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Política Gestão pública

“Acredito que conseguimos avançar em muitas áreas”, avalia prefeito Mano

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Prefeito de Pato Bragado, Leomar Rohden (Mano): “Acho que a situação atípica que vivemos traz dificuldades para todo mundo, tanto para o eleitor como para quem será candidato” (Foto: Maria Cristina Kunzler/OP)

As prefeituras de maneira geral enfrentam uma situação atípica e uma incógnita: ninguém sabe ao certo até quando vai perdurar a pandemia da Covid-19 e de que forma o enfrentamento ao coronavírus pode impactar financeiramente os cofres municipais. É certo que as arrecadações tendem a diminuir, enquanto as despesas, especialmente nas áreas de saúde e social, devem aumentar. Ser um gestor público neste momento, sem dúvida, é um desafio um tanto quanto grande.

Em seu primeiro mandato à frente do Poder Executivo de Pato Bragado, mas com larga experiência na vida pública – já são 28 anos -, o prefeito Leomar Rohden (Mano) (MDB) faz uma avaliação deste momento do enfrentamento ao coronavírus e diz que o planejamento para 2020 não foi alterado até o momento. Por outro lado, ele enaltece ser importante haver uma definição sobre a data da eleição até em razão dos prazos de desincompatibilizações que ainda existem. Confira.

 

O Presente (OP): Até o momento as eleições municipais estão marcadas para 04 de outubro. O grupo político de situação tem dialogado sobre o pleito e a formação da chapa majoritária?

Leomar Rohden (LR): Em razão da própria pandemia existe dificuldade em estarmos nos reunindo, mas as pessoas estão conversando. O nosso grupo é composto por três partidos, o MDB, PP e PSD, com a possibilidade de ingressar mais partidos também, que devem se manifestar em relação a fazer parte da nossa coligação. As portas estarão abertas a todos os partidos, pois entendemos que não podemos fechar as portas para ninguém. O grupo está bem concentrado e esperamos a definição sobre a data da eleição. Essa decisão facilita para todos os prefeitos e municípios na condução de como vai seguir o processo. Até porque existe a licença de alguns servidores. Gostaríamos que isso fosse definido o quanto antes possível para que o grupo possa continuar se articulando e decidir questões relacionadas à eleição.

 

OP: O senhor é pré-candidato à reeleição?

LR: Hoje contamos com vários nomes que poderão compor a chapa majoritária, como também na proporcional.

 

OP: A definição dos candidatos a prefeito e a vice devem ocorrer somente nas convenções ou podem acontecer antes?

LR: Creio que acontecerá antes. Quando chegar as convenções tudo deve estar praticamente encaminhado para que a convenção defina se quer candidato a A ou B. Mas tenho certeza que o consenso vai prevalecer e que o grupo vai chegar no melhor entendimento possível, para que na convenção já seja possível ter os nomes definidos.

 

OP: Existe uma tendência de que a dobradinha Mano e Dirceu seja mantida?

LR: É uma avaliação que a sociedade deve fazer. Hoje temos vários nomes que poderão fazer parte da majoritária, como também diversos nomes que vão fazer parte da proporcional.

 

OP: No cenário atual o senhor vê a possibilidade de candidatura única?

LR: Realmente não parei nos últimos tempos para refletir sobre essa questão. Já houve comentários de que poderia ter consenso. Tenho um respeito grande pelas pessoas e pelos adversários políticos. Imagino hoje que os nossos adversários devem ter candidatos na proporcional e majoritária.

 

OP: Devido à pandemia e às incógnitas que surgem, podemos ter uma campanha diferente, que não terá o contato direto com o eleitor, o corpo a corpo. Na sua avaliação, para quem está no cargo público isso pode ser uma vantagem?

LR: Penso que podem existir os dois lados da moeda. Hoje não vejo vantagem, porque aqui é um município pequeno e todos se conhecem. Não é porque uma pessoa ocupa um cargo público que é mais ou menos conhecida que alguém que esteja fora da administração pública. É muito relativo e difícil responder com propriedade essa questão. Vejo que dos pré-candidatos do nosso grupo e dos adversários políticos, certamente serão colocados nomes que já são conhecidos na nossa sociedade. Acho que a situação atípica que vivemos traz dificuldades para todo mundo, tanto para o eleitor como para quem será candidato.

 

Prefeito Leomar Rohden (Mano): “Na gestão Mano e Dirceu não foi financiado nem R$ 1. Foram muitas ações e me sinto satisfeito (…). Conseguimos avançar muito” (Foto: Maria Cristina Kunzler/OP)

 

OP: Essa indefinição quanto à data de realização da eleição é prejudicial para o andamento dos projetos e investimentos no governo municipal?

LR: Vejo mais na questão administrativa. As coisas precisam continuar sendo conduzidas da melhor forma possível, com muita responsabilidade, mas os municípios acabam tendo algumas dificuldades justamente na gestão de pessoas. Às vezes é preciso interromper um trabalho para colocar outra pessoa. A pessoa nova tem muita vontade, mas não muita experiência ainda. Vai ter um pouco de dificuldade no início até pegar o ritmo e conduzir o trabalho da melhor forma possível. Isso acho que é um pouco prejudicial para as prefeituras na questão administrativa. Na questão de investimentos e obras os projetos continuam da mesma forma. Vejo que quanto antes definir a data e como serão os afastamentos, seria melhor para todos.

 

OP: A pandemia tem prejudicado a arrecadação e, consequentemente, o planejamento da prefeitura em 2020?

LR: Sem dúvida, até porque as próprias receitas municipais acabaram sofrendo alterações. Há algumas prorrogações, como pagamento de água, IPTU, alvará, e há uma receita menor do ISSQN (Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza), FPM (Fundo de Participação dos Municípios) e ICMS. Com certeza isso traz alguns desgastes para os municípios, independente do porte. Traz preocupação e uma nova avaliação de tudo. Ainda estamos no início e o impacto ainda não é tão grande quanto pode vir a ser, pois mais dificuldades podemos ter à frente. Isto porque o contribuinte pode acumular alguns pagamentos e sabemos que o número de desempregados tende a aumentar.

 

OP: Como lidar neste momento com as pessoas em maior vulnerabilidade social?

LR: Infelizmente não conseguimos fazer algumas ações devido à lei eleitoral e também não conseguimos absorver a mão de obra. Por isso precisamos da iniciativa privada, que tem se esforçado ao máximo. Sabemos que as empresas têm cuidado muito para manter os postos de trabalho.

 

OP: O Congresso Nacional aprovou há poucos dias o Programa Federativo de Enfrentamento ao Coronavírus, que prevê o repasse de recursos financeiros aos municípios e Estados. Pato Bragado deve receber aproximadamente R$ 715 mil. Como esse recurso deve ser investido?

LR: Os demais municípios enfrentam uma situação semelhante a nossa. Temos uma receita diminuída e uma despesa aumentada, porque as prefeituras estão hoje gastando mais na área de saúde. Não sabemos ainda quando receberemos esse recurso e como será sua aplicação, mas precisamos cuidar das pessoas. Se cada um fizer a sua parte, quem sabe esse recurso não precise ser todo aplicado no enfrentamento ao coronavírus até em razão da redução da pandemia.

 

OP: O senhor considera que hoje Pato Bragado está preparado para enfrentar o coronavírus?

LR: A Secretaria de Saúde tem feito todo um esforço junto com o Comitê Gestor da Covid-19, que coordena esse trabalho, e os profissionais da saúde. A administração municipal como um todo e a sociedade estão preocupadas em colaborar. Somos um município pequeno e dependemos da estrutura de outros hospitais. Não temos respirador e vaga de UTI, por isso a importância da comunidade ajudar no cuidado para que seja possível evitar que tenhamos casos e eventualmente dificuldades. Se tivermos dificuldades aqui, pode haver também em outros municípios. A 20ª Regional de Saúde é composta por 18 municípios e são quase 400 mil pessoas que dependem da mesma estrutura. É necessário que a gente cuide o máximo possível para evitarmos problemas. Estar preparado 100%, dificilmente algum município estará.

 

OP: O senhor está há 28 anos na vida pública e a poucos meses de encerrar a gestão como prefeito. Se sente satisfeito com seu mandato e com o trabalho conduzido até o momento?

LR: Em parte sim. Vivemos em um país democrático, que tem suas leis e, muitas vezes, há uma burocracia bastante grande. Dentro do que prevíamos e do que planejamos no nosso plano de governo, realizamos muitas ações. Claro que gostaríamos de ter feito mais, mas penso que conseguimos o principal, que foi atender na saúde, na área social, cultura, agricultura, dar uma atenção na indústria, comércio e prestação de serviço, na educação, no esporte, enfim. Acredito que conseguimos avançar em muitas áreas. Não conseguimos realizar tudo e gostaria que o próximo prefeito desse continuidade em algumas ações, mas também que busque coisas novas. É como construir uma casa: quando termina você percebe que poderia ter feito algumas coisas diferentes. Na administração pública também é assim. Fizemos muitas obras, na área urbana e rural, incentivos à agricultura, investimento em maquinário, investimentos na infraestrutura urbana e na área educacional, casas populares, pavimentação asfáltica, pedras irregulares. Na gestão Mano e Dirceu não foi financiado nem R$ 1. Foram muitas ações e me sinto satisfeito, juntamente com o vice-prefeito e nossa equipe toda. Conseguimos avançar muito.

 

OP: Qual legado o senhor acredita que deixa ao município como prefeito?

LR: Acho que o principal é ter uma relação boa com a nossa comunidade. A simplicidade que tratamos as pessoas. Em todas as secretarias que trabalhei, depois como vice-prefeito e agora como prefeito, sempre procurei olhar para as pessoas e dar uma atenção. Não conseguimos atender a todos, mas, como disse, tenho certeza que avançamos em todos os setores. Estou feliz por ter tido a oportunidade em ser prefeito.

 

O Presente

 

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