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Política Entrevista ao O Presente

“Acredito que daqui quatro anos Santa Helena será outra”, projeta prefeito

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Prefeito de Santa Helena, Evandro Grade (Zado): “Com a implantação de um hospital e mais as especialidades que credenciarmos diretamente com a prefeitura, acreditamos que em torno de 80% a 90% das consultas, cirurgias e exames serão feitos em Santa Helena” (Foto: Maria Cristina Kunlzer/OP)

O ano começou com uma notícia que tende a mudar, e muito, a realidade do setor de saúde pública de Santa Helena em breve. O prefeito Evandro Grade (Zado) anunciou que o município terá um hospital e, inclusive, existe a possibilidade da unidade atender alta complexidade e ter leitos de unidade de terapia intensiva (UTI).

Desta forma, vai diminuir o fluxo de pacientes santa-helenenses que precisam se deslocar a outras cidades visando receber atendimento médico. “Acredito que este será o projeto que mais vai marcar a nossa administração”, enaltece Zado em entrevista ao Jornal O Presente.

Outro grande investimento que vem sendo tratado diz respeito à implantação do frigorífico da Friella. Na segunda-feira (1º), o gestor participou de uma reunião com os nove vereadores para tratar do assunto. Confira.

 

O Presente (OP): O ano inicia de forma turbulento com a pandemia da Covid-19. Embora exista este cenário, qual a expectativa em relação a 2021 e à nova gestão?

Evandro Grade (EG): A expectativa é muito positiva, tanto para o ano de 2021 como também para o mandato. Já montamos praticamente toda a equipe. Uma equipe muito técnica e que tem algumas metas que serão trabalhadas para cumprir. Estamos construindo uma relação muito harmoniosa com o Poder Legislativo. Abrimos as portas da prefeitura para os nove vereadores e eles estão contribuindo diariamente com ideias, ações, projetos e, desta forma, vamos trabalhando. Acredito que daqui quatro anos Santa Helena será outra.

 

OP: Houve uma significa renovação na Câmara de Vereadores. Isso trouxe mudanças na harmonia entre o Executivo e o Legislativo em Santa Helena?

EG: Sempre tivemos uma relação muito harmoniosa com o Poder Legislativo e vai continuar assim. Pelo que percebo, vai até melhorar. A relação é muito próxima, os nossos secretários municipais e nossa equipe também estão abrindo as portas para todos os vereadores contribuírem com ações que vão melhorar a vida da nossa população.

 

OP: Esta gestão começa com a notícia da implantação de um hospital. Como estão os trâmites e o que é possível adiantar?

EG: A população de Santa Helena sonha, há mais de 20 anos, com a implantação de um grande hospital aqui, que atenda não somente os santa-helenenses, mas também que dê uma contribuição aos municípios da região. Eu vejo que este sonho está muito próximo de se tornar realidade. Estamos nas últimas semanas analisando todas as despesas da Secretaria Municipal de Saúde e, com a implantação deste hospital, acredito que o município não vai aumentar muito as despesas, quem sabe mantê-las ou até diminuir um pouco. Vai melhorar o atendimento e, principalmente, a resolução dos casos de saúde. Esta é uma ideia que tivemos há alguns meses, mas não prometemos na campanha. Até porque em outras campanhas eleitorais foi tratado deste assunto e depois não foi concretizado. Não falamos na campanha, mas vamos implantar um grande hospital em Santa Helena, que atenda a nossa população e a microrregião.

 

OP: O objetivo é ter uma unidade hospitalar para casos de baixa e média complexidade?

EG: Estamos estudando. Existe a possibilidade muito grande de atender, inclusive, a alta complexidade. Com a implantação de um hospital forte, vamos ter a parceria do Governo do Estado. Já conversei com o governador sobre isso, inclusive para médio prazo implantarmos UTIs em Santa Helena.

  

OP: O município pretende construir ou adquirir um imóvel?

EG: Estamos montando duas comissões. Uma delas vai tratar da viabilidade para implantação deste hospital e a outra comissão será específica para ou o município adquirir algum imóvel e ampliá-lo ou construir o hospital. Tudo vai ser feito de forma transparente e de forma muito técnica.

 

OP: O senhor acha que este é o grande legado que deixa ao município neste mandato?

EG: Há outros grandes projetos, mas acredito que este será o projeto que mais vai marcar a nossa administração.

  

OP: Qual a situação de Santa Helena hoje em termos de saúde?

EG: Nós não temos hospital próprio. Tínhamos uma parceria com uma entidade sem fins lucrativos, que atendia as cirurgias gerais e mais alguns procedimentos. O município tem hoje parceria com o Ciscopar (Consórcio Intermunicipal de Saúde Costa Oeste do Paraná), em que os atendimentos são feitos em Toledo, Cascavel e até Curitiba. Também fizemos o credenciamento de algumas especialidades de forma direta, que são atendidas no município. Em um levantamento inicial que realizamos, com a implantação de um hospital e mais as especialidades que credenciarmos diretamente com a prefeitura, acreditamos que em torno de 80% a 90% das consultas, cirurgias e exames serão feitos em Santa Helena.

Prefeito Evandro Grade (Zado): “Tenho a convicção que dará certo a implantação da Friella, que vai gerar muitos empregos no município e, como consequência, vai aquecer o comércio local” (Foto: Maria Cristina Kunzler/OP)

 

OP: O presidente Jair Bolsonaro anunciou, recentemente, mudança na diretoria da Itaipu. O senhor acha que a saída do diretor-geral Joaquim Silva e Luna pode trazer alguma interferência em relação à discussão dos projetos voltados à região lindeira?

EG: Esse anúncio, por parte do presidente, em um primeiro momento nos deixou preocupados, porque a relação que temos com o general Silva e Luna e toda diretoria de Itaipu é excelente. A Itaipu, além de moralizar a administração com muita seriedade e austeridade, também começou a olhar a nossa região e fazer projetos grandes, que estão em andamento. Pelas informações que tive do Governo do Estado e internamente da Itaipu, acredito que o novo general (João Francisco Ferreira) que vai assumir o comando continuará a linha de trabalho do general Silva e Luna. Portanto, acredito que estas parcerias vão continuar e o nosso município e a região não terão perdas.

  

OP: Em relação aos investimentos que vinham sendo alinhados entre os prefeitos dos municípios lindeiros e a Itaipu, o que está sendo sinalizado que pode sair do papel?

EG: Na última reunião realizada na Itaipu, na presença de todos os prefeitos lindeiros, dois assuntos principais foram debatidos. Um envolve a implantação de um hospital. Colocamos o nosso município à disposição e Guaíra também comentou que teria interesse. Gostaríamos de ter o apoio da Itaipu. Além da saúde, outro tema foi a infraestrutura. O Governo do Estado, juntamente com a Itaipu, os municípios lindeiros e a cooperativa Lar, que está comprando essa briga, estão alinhados para fazer projetos de revitalização das nossas rodovias, para que fiquem mais modernas. Exemplo é a rodovia que vai de São Miguel do Iguaçu até Marechal Cândido Rondon, passando por Santa Helena, e também a rodovia de Missal até Medianeira. O nosso pedido é para que seja feito um projeto avançado, contemplando terceiras pistas, acostamento, área de desaceleração, boa camada asfáltica e sinalização. Isso vai oferecer mais segurança e vai ajudar, e muito, a nossa região, principalmente porque a nossa vocação é o agronegócio e este setor vem crescendo muito. Precisamos melhorar a nossa logística para escoar a produção.

  

OP: O senhor acha que a região vive uma nova era com o alinhamento entre governo federal, governo estadual, Itaipu e municípios?

EG: Tenho certeza disso. O governo federal, governo estadual, Itaipu e os municípios estão entendendo que é preciso fazer projetos grandes, principalmente com relação à infraestrutura, que é o alicerce para o desenvolvimento da nossa região. E estes projetos estão saindo do papel. Há dois anos contamos com uma nova diretoria na Itaipu e vamos torcer para que fique pelo menos mais seis anos. Certamente com mais seis anos a nossa região vai crescer muito com essa visão, tanto dos municípios como da Itaipu e governos federal e estadual.

 

OP: O senhor já mencionou em outras oportunidades que uma das preocupações da gestão é a geração de empregos, sendo que está em andamento os trâmites para instalação do frigorífico da Friella no município. Como está este processo?

EG: A implantação do frigorífico da Friella vai dar certo. O município tem este pensamento e a empresa também. Foram vencidas várias etapas e no mês de dezembro conseguimos autorização por parte do Ministério da Agricultura para implantação do frigorífico. Mas agora estão ocorrendo conversas entre o Poder Executivo, Poder Legislativo e Friella, porque a empresa pediu para mudar o formato do projeto para implantação deste frigorífico. Então teremos que fazer essa alteração. No entanto, tenho a convicção que dará certo a implantação desta indústria, que vai gerar muitos empregos no município e, como consequência, vai aquecer o comércio local.

 

OP: O que deve mudar no projeto?

EG: A concessão que foi feita em 2018 tinha previsão de implantação do frigorífico com uma planta de aproximadamente 17 mil metros quadrados. Agora foi para 32 mil metros quadrados. Na atual concessão, a área fica no domínio da prefeitura. Naquela época, o investimento da prefeitura foi previsto em R$ 32 milhões e a empresa investiria em torno de R$ 40 milhões a R$ 50 milhões. Com a ampliação da planta e como aumentou muito o valor dos materiais de construção e o dólar, o projeto do frigorífico está na casa dos R$ 150 milhões a R$ 180 milhões. Para a empresa não está sendo viável fazer um investimento de 70% a 80% deste valor e a área ficar sob domínio da prefeitura. Estamos trabalhando para fazer a rescisão da atual concessão e quem sabe a Friella ou outra empresa compre a área. Desta forma, estará no nome da empresa e vai facilitar para fazer a construção, e o município dar alguns incentivos.

  

OP: E tem havido este entendimento entre Executivo, Legislativo e a Friella?

EG: Sim. Tivemos uma reunião nesta segunda-feira (1º) com os nove vereadores e sentimos de todos a vontade da implantação do frigorífico no município.

 

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