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Política Entrevista ao O Presente

Aos 23 anos, vereador Juca assume presidência do MDB de Marechal Rondon: “Vamos reestruturar o partido”

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Novo presidente do MDB de Marechal Rondon, vereador João Eduardo dos Santos (Juca): “O MDB estava enfraquecido, inclusive internamente com algumas divergências públicas e notórias” (Foto: Maria Cristina Kunzler/OP)

Aos 23 anos e vereador de primeiro mandato, João Eduardo dos Santos (Juca) decidiu encarar um novo desafio em sua vida política. Ele aceitou a missão de presidir o MDB de Marechal Cândido Rondon, um dos principais partidos do município, a partir da decisão do diretório estadual em intervir localmente e não homologar a eleição que havia sido realizada em janeiro.

Desta forma, decidiu-se formar uma comissão provisória até que seja convocada a convenção para escolha do novo diretório municipal. Com isso, o ex-vereador Josoé Pedralli deixa o comando da sigla rondonense.

Em visita ao Jornal O Presente, Juca falou sobre o processo de intervenção e escolha de seu nome, bem como relatou o que pretende fazer para reestruturar o MDB. Confira.

 

O Presente (OP): Você tem apenas 23 anos e está no primeiro mandato de vereador. Como se chegou à escolha do seu nome para a presidência do partido?

João Eduardo dos Santos (JES): No último ano o MDB tem mostrado, em nível estadual, que está fazendo uma grande mudança de questões que historicamente pareciam consolidadas e se mostraram que, talvez, não eram o melhor para continuidade e para o posicionamento do partido. Tivemos uma renovação grande e temos novos líderes no partido. Porém, aqui em Marechal Cândido Rondon se percebe, e temos que ser justos e precisa haver uma autocrítica, de que o MDB estava enfraquecido, inclusive internamente com algumas divergências públicas e notórias, entre pessoas que estão no partido ou que tiveram a oportunidade e gostariam de continuar. A eleição neste ano foi conduzida de forma que não houve a possibilidade de haver sequer uma discussão. Foi tudo feito muito rápido. Algumas situações percebemos que fragilizam a imagem do partido.

 

OP: Quais situações?

JES: A convenção foi convocada com dez dias de antecedência. Era para ter acontecido em outubro e, sem justificativa plausível, não ocorreu. Chegou janeiro, no período de férias, baixaram um edital convocando a convenção para dali dez dias e dois dias de prazo para se candidatar, quase sem a possibilidade de reunir o grupo e pleitear essa convenção. A participação foi de 70 filiados, que não representa nem 2% do número de filiados. Eu, inclusive, estava viajando. Todo mundo foi pego desprevenido. Como o diretório estadual tem uma postura de que as coisas precisam ser observadas e claras, entendeu-se que não era correto homologar essa diretoria que foi eleita e optou em colocar uma comissão provisória, que terá 90 dias prorrogáveis por mais 90, com intuito de realmente reestruturar o partido aqui, consolidar e fazer uma nova convenção.

  

OP: Você considera que houve uma intervenção por parte do MDB do Paraná?

JES: Em determinados aspectos, sim. O MDB está consciente da situação que o partido de Marechal Rondon vinha passando e poderia ter homologado e deixar seguir, para depois fazer uma nova convenção. Mas hoje o interesse que realmente sabemos é reestruturar o partido e trazer uma nova forma de agir. Precisamos respeitar o histórico que existe, olhar todo o caminho que foi traçado, mas a minha forma de fazer política é diferente. A vontade que nos passaram é que a gente possa utilizar a nossa forma de atuar na política para conduzir e colocar no MDB essa nova visão.

 

OP: Qual forma diferente seria essa?

JES: Até o momento, percebemos que em determinadas situações parece que havia uma imposição de nomes ou situações pela forma como foi conduzida a convenção, por todo esse contexto. Eu acredito que a política tem que ser feita pelas pessoas e nós já sabemos que a própria população exige e espera políticos que se posicionem, que tenham responsabilidade e que sejam claros. Não tenho nada a esconder da forma como as coisas acontecem e sobre como queremos conduzir a política do MDB. A nossa visão e das demais pessoas que estão comigo, pois outros vereadores do partido apoiaram essa decisão, assim como algumas que estavam no diretório antigo, é sentar para dialogar, fazer uma autocrítica de como o MDB está agindo hoje no município, para mostrar à população e aos filiados que é possível a sigla ter posicionamento, colocando-se como um partido do tamanho que é, ainda hoje com a maior quantidade de filiados em Marechal Rondon.

 

OP: Como você espera lidar com esse mal-estar gerado entre o MDB do Paraná e o ex-vereador Pedralli?

JES: A situação que houve não me envolveu. Justamente por ser uma pessoa externa, que não participou ativamente de tudo isso, que colocaram a possibilidade e fiz esse aceno para ter a oportunidade de liderar o partido. Eu não participei da tomada de decisão. Não foi de mim que partiu, pois realmente fui convidado em um consenso das pessoas e do diretório em fazer esse comunicado. Acredito ter tranquilidade em transitar essas situações. O que precisamos também deixar claro é que o MDB é um partido aberto e democrático. As pessoas vão continuar ou não, podem querer de alguma forma discordar ou concordar, mas estamos abertos para dialogar e expor a todos os envolvidos essa situação. É claro que há pessoas que terão divergência, principalmente aqueles que foram “prejudicados”, e estou aberto para conversar com todos os envolvidos. Todos continuam filiados ao MDB.

 

 OP: Você espera contar com a participação do Pedralli neste processo de reconstrução e fortalecimento do MDB?

JES: Acredito que a vez dele, que já teve a oportunidade por três vezes em conduzir o partido – uma vez provisoriamente, depois eleito na convenção e agora -, passou. O que nos pediram é para implantar uma maneira diferente de atuar. Estou aberto a conversar e se ele quiser contribuir de alguma forma, mas hoje a nossa comissão provisória que será nomeada precisa fazer as coisas acontecerem, tomar esse rumo e essa condição.

 

OP: Quem são as demais pessoas que farão parte da comissão provisória?

JES: O vereador Iloir de Lima (Padeiro) será o tesoureiro, a Amélia Grams a secretária, enquanto o vereador Moacir Froehlich, Christian Guenther, Rogério Grenzel, Ário Martiny, Joni Simsen, Edvandro Bier e Cirley Smaniotto Fuchs compõem como membros.

 

OP: Historicamente, o ex-deputado estadual Ademir Bier (MDB) formou dobradinha em suas campanhas com o ex-deputado federal Dilceu Sperafico (PP). O MDB de Marechal Rondon vai apoiar o Sperafico ou a tendência é ir com algum nome do próprio partido, como o deputado federal Sérgio Souza?

JES: É difícil confirmar essa posição hoje, pois nem sabemos se todas essas pessoas serão candidatas, pois hoje temos pré-candidaturas. A dobradinha, na minha visão, vem muito mais dos candidatos do que dos partidos. É o Ademir com o Sérgio Souza, o Ademir com o Sperafico, ou vice-versa, que tem uma inter-relação entre eles e decidem nas regiões ou cidades quais (dobradinhas) preferem, quem preferem, e assim por diante. Não tenho segurança em colocar um posicionamento do partido, até porque não posso sozinho falar isso. Existem mais nove pessoas (na comissão provisória) e outros vereadores envolvidos para dizer quem será o candidato a deputado federal, que historicamente tem sido o Sérgio Souza, mas precisamos entender do candidato a deputado estadual, em sendo o Ademir Bier, qual será a melhor posição dele enquanto postulante do cargo.

 

OP: Você acredita que o Ademir Bier vai confirmar e manter a candidatura?

JES: Acredito que sim. Pelo menos são as palavras dele.

 

Novo presidente do MDB de Marechal Rondon, vereador João Eduardo dos Santos (Juca): “O MDB estava enfraquecido, inclusive internamente com algumas divergências públicas e notórias” (Foto: Maria Cristina Kunzler/OP)

 

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