Fale com a gente

Política Novo governo

Após dez dias, governo Ratinho Jr ainda não sabe quanto tem em caixa, nem quanto deve

Publicado

em

Secretário de Estado da Fazenda, Renê de Oliveira Garcia Junior: “Não me sinto seguro para dizer qual o saldo dessas contas” (Foto: Divulgação)

O secretário de Estado da Fazenda, Renê de Oliveira Garcia Junior, admitiu nesta quinta-feira (10) que após dez dias da posse, o governo Ratinho Júnior não tem como dizer quanto tem de saldo em caixa, nem quanto herdou de “restos a pagar” da administração anterior da ex-governadora Cida Borghetti (PP). Segundo ele, os problemas do Sistema Integrado de Finanças Públicas do Estado (Siafi) que já vêm desde 2018, não permitem à nova gestão saber com certeza qual a situação financeira do governo paranaense. Diante disso, a Secretaria da Fazenda formou uma força-tarefa com integrantes da Procuradoria Geral do Estado e da Controladoria Geral do Estado para checar essas informações, mas não há prazo para que esse trabalho seja concluído.

“Também identifiquei algumas situações de grande dificuldade no que diz respeito ao levantamento da situação contábil do Estado. As informações gerenciais e de lançamentos contábeis no que diz respeito aos restos a pagar e ao saldo de fontes de receita e de apropriação dessas fontes têm algumas incongruências que não nos permite dizer exatamente qual é a situação financeira ou contábil do Estado hoje. Isso diz respeito exclusivamente à questão do fechamento do ano de 2018”, disse o secretário.

“O que de fato está acontecendo é que a quantidade de restos a pagar está um pouco indefinida, qual é o montante, qual é o valor e quais são as fontes que fazem jus a cada lançamento dos restos a pagar”, explicou Garcia Junior. “Não me sinto seguro para dizer qual o saldo dessas contas”, reconheceu ele. “Existem algumas redundâncias, existe a possibilidade de ter lançamentos em duplicidade no que diz respeito a algumas contas, especialmente na questão da receita, porque existem contas de transição”, afirmou o secretário.

Segundo Garcia Júnior, o problema estaria na execução dos processos utilizados para alimentar o Siaf. “A minha percepção é de que isso pode estar causando uma certa tendência a criar dentro da Secretaria da Fazenda e algumas secretarias um processo de dificuldade de lançamentos financeiros e de geração de relatórios”, disse.

Sem citar valores, o secretário confirmou que algumas despesas realizadas nos últimos dias da gestão anterior devem ser canceladas. “Existem imprecisões no que diz respeito à apuração (de restos a pagar). A volatilidade dos restos a pagar é muito grande. Alguns empenhos já estão em processo de serem cancelados. Do ponto de vista dos fundamentos há problemas”, afirmou Garcia Junior.

O secretário admitiu também que diante da situação, não há como confirmar se é verdadeira ou não a informação da ex-governadora Cida Borghetti, de que ela teria deixado R$ 400 milhões em caixa para o governo Ratinho Jr. “Para ser honesto, não”, reconheceu ele.

Segundo Garcia Junior, hoje o governo não é capaz de definir de forma precisa qual é o saldo ao final do ano passado e quais são as contrapartidas em relação aos restos a pagar. “Eu me sinto como se estivesse sobrevoando Berlim com uma fortaleza voadora sem instrumento de utilização”, confessou o secretário, corroborando as declarações de Ratinho Jr segundo as quais o governo hoje opera “no escuro” em relação à situação financeira.

Apesar disso, ele garantiu que não há risco de atraso no pagamento da folha de pessoal do funcionalismo público estadual. “No que diz respeito à folha de pessoal não haverá nenhum problema”, assegurou.

 

Com Bem Paraná 

Continue Lendo

Copyright © 2017 O Presente