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Política Entrevista ao O Presente

Em busca do 9º mandato como vereador, Pedro Rauber garante: “Temos muita disposição”

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Vereador rondonense Pedro Rauber (DEM), que nesta eleição tentará o 9º mandato: “Eu fui eleito para cumprir os quatro anos. Isso não me atingiu para tomar uma decisão tão drástica (renunciar ao mandato). O que não concordo são as ofensas pessoais” (Foto: Maria Cristina Kunzler/OP)

Em 1976, quando muitos que leem essa matéria sequer tinham nascido, Pedro Rauber (DEM) lançou pela primeira vez sua candidatura a vereador de Marechal Cândido Rondon. E aquele jovem político, à época com 28 anos, foi bem-sucedido nas urnas aquele ano e em outras sete eleições: 1982, 1988, 1992, 1996, 2000 e 2004. Em 2008 o democrata ficou na primeira suplência da coligação. Na eleição seguinte, em 2012, lançou o filho Marcio Rauber (DEM) como candidato a vereador, o qual seguiu os passos do pai e foi eleito, sendo o mais votado naquele pleito.

O ano de 2016 foi especialmente marcante para a família Rauber. Pedro voltou ao cenário político e garantiu o 8º mandato como vereador, ao mesmo tempo em que o filho, Marcio, foi escolhido pelos eleitores como prefeito. No dia 1º de janeiro de 2017, ao ser eleito pela terceira vez para presidir o Poder Legislativo, o pai empossou o filho para ser o chefe do Poder Executivo.

Agora, em 2020, ambos trabalham para repetir o feito das urnas de quatro anos atrás, Pedro em busca do 9º mandato e Marcio à reeleição como prefeito.

Em visita ao Jornal O Presente, o vereador falou sobre sua disposição em permanecer na política há tantos anos, comentou a respeito das polêmicas que marcaram a atual legislatura e elogiou o trabalho que o filho tem feito no paço municipal. Confira.

 

O Presente (OP): O senhor é pré-candidato a vereador e busca alcançar em 2020 o 9º mandato. Ainda há disposição para permanecer na política?

Pedro Rauber (PR): Sem sombra de dúvida temos muita disposição para ajudar Marechal Cândido Rondon a continuar crescendo, porque o povo daqui merece. É um povo honesto e trabalhador. Quem tem condições e acha que pode ajudar, tem que dispor a auxiliar a comunidade. Isso eu tenho feito ao longo dos oito mandatos e, com certeza, com mais experiência que adquirimos no decorrer dos anos, tenho muito a prestar para esta comunidade que tanto amo.

 

OP: Neste ano teremos uma eleição atípica em relação às outras devido à Covid-19. O senhor é um político que costumeiramente está em contato com os eleitores. Como será a campanha, na sua avaliação, diante deste cenário?

PR: Acho que volta aquele sistema que adotei desde o primeiro mandato, que é de visitas, mas com distância, não reunir muitas pessoas, lembrá-las do que fizemos e o que pretendemos fazer. Acho que grandes reuniões não vão acontecer e precisamos cuidar disso, mas quem já tem trabalho realizado de longa data e nunca se envolveu em o que um político e qualquer pessoa não pode e não deve, o que não é virtude, mas obrigação de cada um, tem facilidade mesmo mantendo distância dos simpatizantes caminharem juntos conosco.

 

OP: A atual legislatura foi marcada por diversas situações polêmicas na Câmara, inclusive uma tentativa de cassar o mandato do prefeito Marcio Rauber. Quando o senhor observa tudo o que passou, como avalia esse mandato?

PR: Sou suspeito em falar, pois pertenço a essa legislatura. Como presidente nos dois primeiros anos, estou muito feliz porque foi possível realizar um trabalho muito bom. Até então presidentes não antecipavam a devolução dos recursos que estavam disponíveis no caixa da Câmara. Eu achava por bem devolver com antecedência para que as obras acontecessem com mais rapidez. Foi o que fizemos. Em uma consulta, o Tribunal de Contas nos autorizou a realizar a devolução, não mês a mês e quantias iguais, mas intercaladamente a cada 60, 90 ou 120 dias liberamos recursos que estavam disponíveis para que o Executivo pudesse adiantar obras e o povo receber estes benefícios com mais rapidez. Tanto é verdade que devolvemos recursos aos cofres do município e sugerimos algumas obras, como a quadra coberta e reforma da escola em Porto Mendes e o asfalto que liga Novo Horizonte. Não fomos nós que fizemos, mas sugerimos porque eram solicitações antigas da população.

 

OP: Mas em relação especialmente aos dois últimos anos, como avalia todas as polêmicas no Legislativo?

PR: Eu tenho alertado os vereadores, devido a nossa experiência, para evitar entrar com projetos inconstitucionais. Isso cria apenas turbulências dentro da Câmara e sabemos a intenção destas matérias, que são única e exclusivamente para tentar denegrir a imagem do Poder Executivo e criar tumulto entre o Legislativo. Não entrei nessa briga. Muitas vezes fui ofendido por alguns vereadores, de forma não recomendada para ninguém, mas tive o pulso firme e aguentei. Não entrei nestas disputas de brigas pessoais, pois isso não leva a nada. Além disso, a sociedade não quer isso do seu representante. O eleitor escolhe com carinho quem vai representá-lo durante o mandato e quer ver o resultado do trabalho. Sempre fiz isso e sempre entrei em contato com as comunidades. Então achei muito negativas as brigas na Câmara que aconteceram nos últimos dois anos.

 

OP: Como pai, o senhor se sentiu atingido em algum momento pela situação que o grupo de oposição criou na Câmara contra o prefeito, que é seu filho? Na época houve muitas especulações de que o senhor poderia até renunciar ao mandato por não estar bem. Chegou a cogitar isso?

PR: Não, de maneira alguma. Eu fui eleito para cumprir os quatro anos. Isso não me atingiu para tomar uma decisão tão drástica. O que não concordo são as ofensas pessoais. Eu não fui afetado porque não devo nada. Primeiro, começaram falando que Legislativo e Executivo teriam harmonia. Harmonia tem que ter, mas são poderes independentes. Quando fui presidente cuidei do Legislativo. Tanto é verdade que apenas quatro a cinco Câmaras de Vereadores do Paraná, no período em que fui presidente (2017/2018), tiveram suas contas aprovadas sem ressalva alguma. Marechal Cândido Rondon foi uma delas. Ser honesto e ser correto não é virtude de ninguém, mas obrigação de cada um, seja nesta ou em outra função. Estou muito tranquilo. Fui ofendido e não dei atenção, porque quem faz as coisas certas não pode dar atenção para quem não tem responsabilidade no que fala.

 

OP: Como o senhor avalia a gestão do prefeito?

PR: Não somente eu como pai, mas toda minha família, meus filhos, minha esposa, estamos muito felizes. Entendo que está sendo realizado um trabalho ótimo, valorizando cada trabalhador, seja da agricultura, comércio, indústria, prestador de serviço. Enfim, a população que trabalha, que movimenta a economia, deseja ver os recursos bem aplicados. Foi um governo bom e é assim que a sociedade deseja. Sou suspeito em falar porque se trata do prefeito que é meu filho, mas só não vê quem não quer. O município evoluiu bastante. Precisa muita coisa ainda, como, por exemplo, cuidar do centro da cidade, pois o asfalto está com a vida útil comprometida, mas é uma fase para frente que quem for prefeito deve fazer. Estou muito feliz. Estou grato.

 

OP: Diante da articulação que a oposição fez na Câmara, ano passado, em algum momento o senhor viu que o mandato do prefeito estaria ameaçado?

PR: De maneira alguma, tanto que arquivaram porque não tinha nada contra o prefeito. O objetivo é político. Queriam apenas denegrir a imagem do prefeito, como também muitas vezes atrasam projetos que poderiam rapidamente ser aplicados na comunidade. Este é um objetivo de políticos adversários, que nunca adotei. A crítica construtiva é fundamental para uma boa administração, mas a crítica sistemática, com objetivo apenas de denegrir a imagem de quem está governando, não serve para ninguém. E a sociedade não aprova isso.

 

OP: Na última eleição da mesa diretiva (em 2018) houve vereadores da situação e oposição que se uniram para formar um novo bloco. Eles tinham como objetivo trabalhar unidos, inclusive para a eleição municipal de 2020. O que foi possível observar nos últimos meses foi uma desintegração. O senhor imaginava que isso poderia ocorrer em pouco tempo?

PR: Eu não imaginava, mas fui percebendo à medida que o tempo foi passando. Sabemos que quando são feitas essas arrumações para chegar a um poder, como foram feitas, elas tendem a se dissolver no caminho. E é o que ocorreu. Começa a ter desentendimento, quando um lança candidatura e outro partido não concorda, e assim por diante. Eles não souberam administrar e não foi porque não gosto. Participo há tantos anos da vida pública em Marechal Rondon e essas desavenças são ruins para todos. Conseguiram denegrir a imagem do Legislativo, porque houve uma verdadeira desorganização nos últimos dois anos. Eu sou suspeito para falar, mas devem estar bem desorganizados. A gente observa o comportamento deles agora que não é mais tão unânime. Eles devem administrar isso. Não estou preocupado com a oposição, estou preocupado com o povo rondonense.

 

OP: A divisão na oposição com mais de uma candidatura a prefeito favorece o grupo de situação?

PR: Quero crer que favorece. Não sabemos o desempenho de cada um daqui para frente e no desenrolar da campanha vamos perceber. Creio que não souberam, como disse, administrar para compor uma chapa à altura do que o povo merece. Esse é o importante. Temos inúmeros cidadãos em Marechal Rondon que poderiam certamente compor uma chapa um pouco melhor.

 

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