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Política Airton Copatti

“Espero que não haja um novo golpe contra mim”, diz ex-prefeito de Santa Helena

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Presidente do MDB e ex-prefeito Airton Copatti: “O meu sonho é ver uma sociedade melhor e pretendo contribuir para isso. Penso na coletividade e não tenho, como alguns, ambição pelo poder; em pleitos anteriores, abri mão de candidaturas” (Foto: Arquivo/OP)

Após ter o mandato cassado há dois anos, o ex-prefeito de Santa Helena, Airton Copatti (MDB), segue envolvido na política e se mantém como uma das principais lideranças do município. Ao O Presente, ele diz que, apesar do impeachment ter sido um dos fatos mais dolorosos de sua vida, ele não mudou seus princípios de vida e ideais políticos, os quais, afirma, continuam os mesmos.

Pré-candidato a prefeito, Copatti é um dos nomes do MDB cotados para concorrer à eleição deste ano pelo grupo de oposição. “O grupo está preparado para enfrentar toda e qualquer situação que possa vir a se estabelecer. Queremos transformar o município com projetos que promovam o desenvolvimento humano, trazendo dignidade para as pessoas, com geração de empregos, promoção da saúde, educação e tantas outras frentes que precisam avançar”, destaca.

Copatti teve o mandato cassado por 6 votos a 3 em 08 de junho de 2018, protagonizando um dos capítulos mais polêmicos da história política de Santa Helena.

A denúncia, protocolada no dia 27 de fevereiro daquele ano, foi aceita por seis votos favoráveis contra três contrários à investigação. A alegação era de que o prefeito teria pago gratificações a servidores concursados de forma indevida, criado cargos que não estão previstos no regimento municipal para beneficiar alguns servidores e nomeado familiares para cargos comissionados.

 

O Presente (OP): O senhor é presidente do MDB em Santa Helena e se mantém como uma das principais lideranças políticas do município. Como estão as articulações do partido visando à eleição municipal?

Airton Copatti (AC): O MDB de Santa Helena vem desenvolvendo um trabalho muito forte e consistente junto à comunidade e, sem dúvida, é o maior e mais organizado partido do município. Nos tempos atuais, vem se fortalecendo ainda mais, com a ampliação do número de filiados. Respeitamos a democracia e queremos um município melhor para todos. Estamos ouvindo as pessoas, seus anseios e necessidades, para instituir políticas que levem o município ao desenvolvimento consistente. Estamos fazendo o que o momento atual permite, respeitando as condições sanitárias exigidas pela pandemia.

 

OP: O senhor é pré-candidato a prefeito?

AC: Sou um dos pré-candidatos do MDB a prefeito de Santa Helena, mas o grupo do MDB é composto por pessoas sérias e de elevado potencial de gestão, que podem tranquilamente concorrer ao pleito e administrar o município de modo exemplar.

 

OP: Existe alguma pendência jurídica em virtude da sua cassação há dois anos que complique suas pretensões e que pode prejudicar a sua pré-candidatura?

AC: Na Justiça Eleitoral, conforme consta na minha certidão, não tenho nenhum impedimento em concorrer ao pleito. Pedidos de impugnação são aplicáveis a todos os pré-candidatos, mas, neste momento, não devo nada à Justiça Eleitoral para que não possa ser pré-candidato e espero que não haja um novo golpe contra mim, o povo de Santa Helena e a democracia! Gostaria de deixar claro que o grupo está preparado para enfrentar toda e qualquer situação que possa vir a se estabelecer. Queremos transformar esse município com projetos que promovam o desenvolvimento humano, trazendo dignidade para as pessoas, com geração de empregos, promoção da saúde, educação e tantas outras frentes que precisam avançar.

 

OP: O que mudou politicamente na sua vida após a cassação do seu mandato?

AC: Na minha vida privada, sempre honrei o que aprendi com meus pais: humildade, honestidade e luta por dignidade para as pessoas. Na política, foi minha primeira experiência como candidato e tive êxito, sendo eleito prefeito, mas isso não mudou meu jeito de ser. Diferentemente do que acontece com a grande maioria dos políticos, minhas características continuaram as mesmas. Tenho orgulho em dizer que sou honesto e essa foi a prática que tive enquanto estava à frente da gestão do município. Nunca me apropriei de algo que não fosse meu, sempre fui íntegro, respeitando os valores morais e éticos em todas as minhas condutas na vida privada e na gestão pública. É claro que minha vida mudou com a cassação. Foi um dos fatos mais dolorosos por que passei, mas meus princípios de vida e ideais políticos continuam os mesmos. Continuarei batalhando de forma honesta, junto com a população, para construir uma sociedade mais justa e igualitária.

 

OP: Quais partidos devem estar com o MDB ou o grupo de oposição como um todo?

AC: Fui afastado pela Câmara de Vereadores de forma arbitrária e injusta, já que ficou demonstrado, através de provas documentais e testemunhais, inclusive reconhecidas pelo Ministério Público, que, após análise, arquivou o processo, que as denúncias não justificavam a interrupção do mandato de prefeito, outorgado pela vontade da maioria dos santa-helenenses. Depois disso, alguns partidos se mantiveram na oposição junto com o MDB e, atualmente, outros partidos têm se mostrado como opositores, visto que também não concordam com a gestão atual. Esses partidos deverão compor a oposição junto com o MDB. Não é o número de siglas partidárias que vence uma eleição, mas o caráter das pessoas que as compõem. No momento certo, estaremos unindo forças para o pleito.

 

OP: Na sua opinião, Santa Helena deve contar com quantas candidaturas à majoritária neste pleito?

AC: Temos a manifestação de vários pré-candidatos, mas acredito que devemos ter no máximo três candidaturas, e uma delas será do MDB.

 

OP: A oposição vem unida ou as forças podem se dividir?

AC: Acredito que quem realmente é oposição estará conosco, porque não confabulamos com amarras, não somos pessoas que vivemos na sombra ou em busca de uma mamata.

 

OP: Passados dois anos da sua cassação, processo que foi bastante traumático para o município e para o senhor, o que lhe motiva a seguir participando da política?

AC: Como disse antes, sempre batalhei de forma honesta e pela dignidade das pessoas. Meus valores éticos e morais não têm preço e, enquanto fizer parte de uma sociedade, lutarei por isso, seja na política ou fora dela.

 

OP: Caso seu mandato tivesse seguido normalmente, estaria na reta final e possivelmente iria à reeleição, o que é bastante comum na política nacional. Contudo, isso não ocorreu e hoje o senhor é pré-candidato e pode vir a disputar a prefeitura pela oposição tendo como principal adversário a pessoa que foi sua parceira de chapa na eleição passada, o vice-prefeito. Qual o sentimento em relação a isso?

AC: Nunca tive interesse em reeleição. Um mandato de quatro anos seria o suficiente para o trabalho que pretendia fazer. Fui interrompido por um grupo de pessoas que se diziam aliadas, instigadas por indivíduos que vivem na sombra e por uma oposição que perdeu a mamata. Promoveram a minha cassação desrespeitando a democracia e a vontade da população, o que gerou instabilidade administrativa, insegurança e prejuízos ao desenvolvimento do nosso município. Fui traído pela pessoa que deveria ter me ajudado na administração do município. Acho que não preciso dizer mais nada.

 

OP: O senhor sonha ser prefeito novamente ou pretende concorrer somente para se manter ativo na política e militar junto com a oposição?

AC: Enquanto estive à frente da gestão do município, procurei fazer o melhor para o povo de Santa Helena, combatendo a corrupção, com transparência e honestidade. Tivemos muitas conquistas e vários projetos estavam em andamento para melhorar a vida e as condições do nosso povo. O meu sonho é ver uma sociedade melhor e pretendo contribuir para isso. Penso na coletividade e não tenho, como alguns, ambição pelo poder; em pleitos anteriores, abri mão de candidaturas.

 

OP: Acredita que é possível vencer uma nova eleição?

AC: Tenho plena convicção de que o MDB está ainda mais forte. As manifestações das pessoas têm aumentado e teremos candidato com grande chance de ser vitorioso na próxima eleição.

 

O Presente

 

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