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Política Entrevista ao O Presente

“Eu irei para o Democratas. É uma questão de tempo”, revela Roman

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Deputado federal do PSD, Evandro Rogério Roman: “Me identifico muito mais com o Democratas, que é um partido mais firme dentro das suas posições, do que propriamente com o PSD dentro dos seus posicionamentos no chamado Centrão” (Foto: Ana Paula Wilmsen/OP)

Eleito para cumprir seu primeiro mandato como deputado federal em 2014, Evandro Rogério Roman (PSD) entrou na Câmara Federal com 92.042 votos. Em Marechal Cândido Rondon, foi o quarto candidato mais votado, com 1.234 sufrágios.

Passados quatro anos, o quadro político se tornou ao menos na teoria mais favorável ao parlamentar. Isto porque ele conseguiu ampliar consideravelmente sua base eleitoral. Hoje, conta com apoio de prefeitos de cidades importantes do Oeste do Estado, como Cascavel e Foz do Iguaçu, onde o PSD elegeu Leonaldo Paranhos e Chico Brasileiro, respectivamente. No município rondonense, Roman é o “deputado federal oficial” do governo do prefeito Marcio Rauber (DEM).

Em visita ao Jornal O Presente, um dos líderes do PSD na região falou sobre as expectativas para a eleição de outubro, revelou que sua saída do partido para se filiar ao Democratas é questão de tempo e frisou que em Marechal Rondon a orientação é para todo PSD apoiar o nome do deputado estadual Elio Rusch (DEM), com quem formará dobradinha, mesmo com a recente filiação do deputado estadual Ademir Bier à sigla. Confira.

 

O Presente (OP): Como deputado federal, o senhor manteve diversos posicionamentos firmes em projetos que passaram pela Câmara e, inclusive, em defesa da gestão do presidente Michel Temer (MDB). O senhor acha que o desgaste do governo dele pode trazer reflexos para sua campanha de reeleição?

Evandro Rogério Roman (ERR): Sobre a questão do presidente Temer, não escolhemos o que é melhor. Foi preciso escolher o que era menos ruim para o Brasil em um momento como aquele. Então a leitura do momento da escolha do presidente Temer, muito por uma linha justificando o porquê e pela frieza do que estava ali, talvez até teríamos que ter cassado ele. Porém, sabendo que o ex-presidente Lula (PT) estava solto, pronto e apto para disputar uma eleição, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), assumiria naquele momento a Presidência por um período de 30 dias, chamaria nova eleição e quem estaria apto a disputar essa eleição? O ex-presidente Lula. Então numa análise política mais ampla, optamos pelo que era menos ruim para o Brasil no momento, que era manter o presidente Temer. Se isso voltasse a ocorrer, pode ter certeza que se fosse hoje e nas mesmas condições eu votaria do mesmo jeito. Se tivéssemos a possibilidade do PT voltar ao poder e na outra ponta o presidente Temer, na data de hoje eu votaria do mesmo jeito, porque não podemos retroceder do que vivemos nos 14 anos praticamente do governo de esquerda. A leitura foi essa.

 

OP: Mas o senhor acredita que isso pode prejudicar sua campanha?

ERR: Eu assumo qualquer risco.

 

OP: O senhor conseguiu ampliar significativamente a sua base eleitoral de 2014 para 2018 e hoje conta, inclusive, com o apoio de dois prefeitos das principais cidades do Oeste, Leonaldo Paranhos (Cascavel) e Chico Brasileiro (Foz do Iguaçu), que são do PSD. O senhor já tem uma projeção de votos que trabalha para a eleição?

ERR: Ainda não fechamos a estimativa. Estamos ainda avaliando como ficarão as coligações. Primeiro passo é trabalhar para se eleger. Se você precisa de 100 mil votos para ser eleito, vamos trabalhar para conseguir 100 mil votos. O agregar depois, o máximo possível, eu diria que é para ter uma margem de segurança.

 

OP: Recentemente, seu nome chegou a ser cogitado para ir ao Democratas durante a janela partidária, até em razão de um convite que recebeu para trocar de filiação. O senhor se sente satisfeito e confortável hoje no PSD?

ERR: Eu irei para o Democratas. É uma questão de tempo. Tenho conversado sobre isso dentro do partido. Fiquei no PSD por uma conjuntura de momento, mas na primeira oportunidade que tiver irei para o Democratas durante o próprio mandato, dentro de um acordo partidário que temos com o Ratinho Junior (PSD), Gilberto Kassab (PSD) e Eduardo Sciarra (PSD). Me identifico muito mais com o Democratas, que é um partido mais firme dentro das suas posições, do que propriamente com o PSD dentro dos seus posicionamentos no chamado Centrão. É mais uma questão de um posicionamento e espaço nacional do que de uma questão local.

 

OP: Se de um lado a pré-candidatura do Ratinho Junior (PSD) ao Governo do Estado já está consolidada, de outro ainda se especulam muitos nomes para ser o pré-candidato a vice. O senhor defende algum dos nomes que estão sendo cogitados?

ERR: Cogita-se o Darci Piana, Norberto Ortigara, Marcel Micheletto. Há vários nomes que estão hoje orbitando nessa questão de ser o vice. Eu diria que tudo vai depender muito, mas muito mesmo dos adversários.

 

OP: Mas o senhor tem alguma preferência?

ERR: Claro que gostaria que fosse alguém do Oeste. Quem está despontando para ser daqui é o Marcel Micheletto. Para mim, seria muito melhor pensando na nossa região se fosse ele.

 

 

OP: Na sua opinião, quais serão as candidaturas que vão polarizar a campanha eleitoral ao Palácio Iguaçu?

ERR: Hoje, acredito muito na polarização entre Ratinho Junior e Osmar Dias.

 

OP: O deputado estadual Ademir Bier se filiou no PSD, sendo que em Marechal Cândido Rondon o partido apoia o nome do deputado estadual Elio Rusch (DEM). Como lidar com essa relação?

ERR: De forma muito aberta. Quando o presidente do partido, o Ratinho Junior, me ligou dizendo que havia essa possibilidade e que naquele momento o deputado Ademir estava indo a Brasília para conversar comigo justamente sobre isso, primeiro perguntei se era uma decisão partidária, que era importante. Tenho um relacionamento muito bom com o Ademir, mas deixei claro para ele que o jogo estava mantido, que eu estava dobrando e fechado com o grupo do deputado Elio Rusch (DEM), que era o meu time em Marechal Cândido Rondon e em vários outros municípios.

 

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