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Política Entrevista ao O Presente

“Foco é buscar um elo entre os vereadores e a administração”, diz Xaropinho

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Presidente da Câmara de Vereadores de Pato Bragado, Ademir Kochenborger (MDB): “O vereador Xaropinho, presidente hoje, não assume secretaria nessa administração” (Foto: Ana Paula Wilmsen/OP)

Dos nove vereadores de Pato Bragado, sete foram empossados e assumiram pela primeira vez o mandato. Diante de uma renovação tão significativa na Casa de Leis, o presidente da Câmara, Ademir Kochenborger (Xaropinho) (MDB), se torna o mais experiente na atual legislatura, tendo em vista que está em seu terceiro mandato.

Em visita ao Jornal O Presente, o emedebista comentou sobre os percalços na campanha, pois teve inicialmente o registro de candidatura indeferido pela Justiça Eleitoral, a volta por cima com a conquista de uma vaga ao Poder Legislativo e a ascensão ao ser escolhido para presidir a Casa neste ano.

Xaropinho ainda expôs alguns projetos que prometem render boas discussões na Câmara e que seu objetivo é trabalhar para que haja uma boa relação entre os vereadores e a prefeitura. Confira.

 

O Presente (OP): Inicialmente, o senhor teve a candidatura indeferida pela Justiça Eleitoral por não ter apresentado todos os documentos necessários para o registro de candidatura. Em algum momento ficou com receio de ficar de fora da disputa eleitoral?

Ademir Kochenborger (AK): Vou ser bem sincero, sim. Em alguns momentos fiquei entristecido, na época da eleição, como é normal, mas graças a Deus tudo foi resolvido. Esqueci de anexar o documento de declaração de imposto de renda, mas a nossa coordenação, juntamente com o jurídico da campanha, conseguiu anexar e mandar. Então o juiz deferiu a candidatura. Talvez eu conseguiria fazer uma votação mais expressiva, pois querendo ou não afetou um pouco a candidatura a vereador. Mas só tenho a agradecer porque fui eleito, independente da votação. Hoje estou na condição de presidente e acho que com uma votação mais ampla teria uma amplitude maior, mas graças a Deus e às pessoas que me ajudaram consegui ter uma votação expressiva.

 

OP: O indeferimento prejudicou a campanha em algum momento?

AK: Eu vejo que prejudicou, é natural. A gente sabe que em uma campanha eleitoral, principalmente em cidade pequena, a briga de votos é constante. Briga modo de dizer, mas cada um busca seu espaço. Em cidade pequena a conversa anda muito, os candidatos comentam, e isso é natural. Fazíamos visita em algumas casas e as pessoas pediam se eu era candidato. As pessoas ficam com medo de perder o voto e muitas não votaram. Graças a Deus eu sempre persisti. A campanha e a coordenação sempre disseram que eu era candidato e a gente levou isso. Eu sabia que em um momento o juiz ia deferir a minha campanha, porque não teve nada irregular, só, infelizmente, foi esquecido de anexar a declaração de imposto de renda. Depois, tudo se resolveu.

 

OP: O senhor já foi vereador e foi secretário municipal. Diante desta experiência, se sente plenamente preparado em presidir a Câmara?

AK: Era vereador e fui eleito para a 3ª legislatura agora. Fui secretário de Esportes a convite da administração anterior do Mano (Leomar Rohden, prefeito, MDB). Recebi o convite, fiquei por sete meses na condição de secretário e depois pedi afastamento para o prefeito, pois não gostaria de continuar. Eu não me arrependo de ter pego a Secretaria, só tenho a agradecer pela administração e ao prefeito, mas muitas pessoas quando votam no vereador querem que você seja vereador, não querem que você seja secretário. Eu tive uma experiência, já fui presidente da Câmara na legislatura passada também e me sinto preparado agora pela 3ª legislatura. Tenho certeza que não só eu, como também os demais vereadores, faremos um trabalho bom, atendendo a comunidade e desenvolvendo-o da melhor maneira possível.

 

OP: Como o senhor avalia que deve ser essa legislatura com a nova composição da Câmara?

AK: No meu ponto de vista, já tenho um pouco de experiência no 3º mandato, e o Mauro (Weigmer, PP) pela segunda vez agora. Houve uma renovação muito grande na Câmara de Vereadores, não só no nosso município, como em outros ao redor. Hoje temos sete vereadores que se elegeram pela primeira vez, são pessoas novas, mas que têm um amplo conhecimento. Eu sei que eles têm vontade de fazer a diferença e isso é natural. Cada um tem que procurar o seu espaço. Espero, na condição de presidente, juntamente aos oito vereadores, fazer uma composição boa e trabalhar em harmonia. Espero que eles entendam, e são todas pessoas sabedoras, que cada um busca o seu espaço, independente de quem seja o vereador, situação ou oposição. Tenho falado aos vereadores que elegemos sete da situação e dois da oposição, mas dentro da Casa de Leis não tem oposição ou situação. Tenho certeza de que eles terão grandeza e sabedoria. Além disso, tem que ter o conhecimento. Sempre digo que o vereador tem que ter conhecimento, tem que ter informação. Não adianta o vereador estar na comunidade se não tem a informação, não só a informação do próprio município, mas também de outros municípios. Vejo que o vereador tem que buscar informação dentro do município, cuidar, fiscalizar e procurar em outros municípios informações boas que consiga trazer, colocar projetos em prática e fazer indicações, porque que quem ganha com isso é a comunidade.

 

Vereador-presidente Xaropinho em entrevista ao O Presente: “É um projeto polêmico, mas vamos deixar a critério dos vereadores. O que eles acharem melhor podem fazer suas emendas” (Foto: Ana Paula Wilmsen/OP)

 

OP: O grupo de situação conquistou a maioria no Poder Legislativo. Isso deve dar tranquilidade à base do prefeito?

AK: Eu não digo tranquilidade maior, mas cada vereador tem a sua opinião e tem que respeitar o outro lado. Eu vejo, pela terceira legislatura que estou na Câmara de Vereadores de Pato Bragado, uma cidade pequena e bem desenvolvida, que todos os vereadores que passaram nunca olharam se o projeto é do prefeito, da administração. Se o projeto vem ao encontro da comunidade, vai beneficiar o desenvolvimento do município, tenho certeza que nenhum vereador vai votar contra, porque o projeto vai beneficiar não só o município, mas as pessoas que moram no município.

 

OP: Algum vereador deve se licenciar para assumir cargo de secretário?

AK: Os demais vereadores falaram que não iam assumir secretaria, mas isso pode vir a acontecer no decorrer dos anos. O vereador Xaropinho, presidente hoje, não assume secretaria nessa administração.

 

OP: Como o senhor acha que será a composição da equipe de governo: o prefeito Mano deve levar em conta mais a parte técnica ou política?

AK: Na condição de presidente ou vereador, na condição de ser do grupo do Mano e do John (Nodari, vice-prefeito, PSD), sempre deixei bem claro que eles têm total liberdade. Tem que ter mudanças e já estão acontecendo, porque quem ganha com isso é a comunidade. Como falávamos sobre a Câmara, são sete vereadores de situação e em uma administração isso é natural. Acho que vai mudando com o tempo. A composição do secretariado vai ficar a critério do Mano e do John, mas vejo que sempre terá política no meio. Isso não é só no nosso município, mas tenho certeza que Mano e John farão uma equipe boa, não só na política, mas de profissionais que tenham conhecimento. Quem é favorecido com isso é o Mano, o John e a administração, quem ganha é o município. São pessoas preparadas, formadas e que têm uma mentalidade diferente.

 

OP: Já há algum projeto em vista, seja do Legislativo ou Executivo, que deve tramitar na Câmara e pode render importantes debates?

AK: Fizemos a primeira sessão no dia 04, uma sessão extraordinária. Foram enviados dois projetos para a Câmara, já baixei às comissões que os vereadores darão os seus pareceres, já marcamos uma audiência entre as comissões (realizada na semana passada). São projetos importantes. O projeto 001 é da questão das casas da Itaipu. O município fez uma parceria e o projeto era para ter sido encaminhado ano passado para nós. As 20 casas estão prontas e são para as pessoas de baixa renda. O projeto traz duas realidades e pede para nós a questão de doação ou concessão. Isso os vereadores vão votar. Penso que é um projeto muito importante e que vai beneficiar 20 famílias no município. É um projeto polêmico, mas vamos deixar a critério dos vereadores. O que eles acharem melhor podem fazer suas emendas. Tenho certeza que os vereadores vão buscar a melhor forma possível para que esse projeto seja votado. O projeto 002 já passou nas comissões e também é polêmico, pois envolve a questão dos cargos. O Ministério Público pediu para que o município, assim como os municípios da região, tenha uma vaga para professor deficiente. Isso está na lei estadual e vamos ter que abrir uma vaga. Juntamente a esse projeto tem a questão da extinção de um dos cargos em que foi feito concurso e há à espera (dos aprovados) de serem chamados. Estão querendo tirar essas vagas e terceirizar futuramente. Por que terceirizar? Vamos deixar os vereadores debater e decidirem. A administração deu o poder aos vereadores aprovarem ou não essa emenda, porque a gente sabe hoje que os órgãos públicos têm funcionários, (há alguns) que pegam bastante atestado, tem muitas pessoas afastadas e isso é prejudicial ao município. Se for uma empresa terceirizada ela tem que repor o funcionário. Como são concursados, pegam atestado hoje, pegam amanhã e existe uma demanda muito grande por atestados no nosso município em várias áreas. É um pouco para amenizar essa situação, mas vou deixar a critério dos vereadores. Cada um tem a sua opinião e o seu voto. Vamos debater.

 

OP: Diversos presidentes que passaram pela Câmara de Pato Bragado manifestaram que tinham intenção de mudar o regimento interno para que a eleição da mesa diretiva fosse a cada dois anos, e não mais anual. O senhor é defensor desta proposta?

AK: O nosso regimento interno diz um ano. Sabemos que nos outros municípios ao redor são todos de praticamente dois anos e vamos debater, sim. Na posição de presidente, preciso ouvir os demais vereadores, pois não sou eu quem vai tomar essa iniciativa sozinho. Temos que ouvi-los. Na Câmara de Vereadores, para melhor funcionamento, penso dois anos. É uma opinião minha, que sempre tive e continuo tendo, mas claro que isso depende dos vereadores novos e de ter a conjuntura. Estamos discutindo. Esse projeto certamente entrará em pauta, não digo esse ano, talvez ano que vem, mas nessa legislatura acredito que entra em pauta. O meu voto e a minha opinião é que devem ser dois anos, porque sabemos que a funcionalidade da Câmara do nosso município hoje é bem estruturada. Temos um quadro muito bom, temos funcionários qualificados, são todos graduados e isso traz uma segurança ao presidente. Ser presidente na Câmara traz uma responsabilidade muito grande. Eu, vereador Xaropinho, fui eleito presidente e sei que há uma responsabilidade muito grande em cima de mim. Tenho certeza que conseguirei tirar isso de letra, junto aos demais vereadores, pois eles vão me ajudar e faremos um trabalho em conjunto.

 

OP: Qual será o foco de sua gestão?

AK: Meu foco é fazer um trabalho em conjunto, buscar um elo entre os vereadores e a administração, com o Mano e com o John, que também vão buscar isso na equipe. Por que esse é um foco importante? Porque muitas vezes vejo em outros municípios que não há proximidade de vereador com prefeito e vice-prefeito. O Legislativo é um poder independente do Executivo, mas precisam andar juntos. Se andarem juntos quem ganha é a comunidade. Na condição de presidente, meu foco é dar a mesma abertura para todos os vereadores. Todos terão a mesma representatividade também, sempre respeitando a hierarquia, cada vereador respeitando a opinião. Vou respeitar a opinião de todos, porque na legislatura passada todos os vereadores respeitaram a minha opinião e assim vou fazer também.

 

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