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Política Entrevista ao O Presente

Laerson Vidal Matias lança pré-candidatura ao Senado em Marechal Rondon

Candidato pela federação PSOLl/Rede, cascavelense escolheu Marechal para lançamento da pré-campanha devido à importância que o município tem em relação à agricultura sustentável

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(Foto: Raquel Ratajczyk/OP)

Pré-candidato a senador pela federação PSOL/Rede, Laerson Vidal Matias esteve no jornal O Presente na quinta-feira (28) para divulgar sua pré-campanha. Catarinense de São Miguel do Oeste, ele atualmente reside em Cascavel, mas escolheu Marechal Cândido Rondon para lançamento de sua pré-candidatura.

Em sua trajetória política, o bancário carrega uma candidatura a deputado estadual pelo Partido dos Trabalhadores (PT) em 2002, quando fez quase sete mil votos, mas não foi eleito. Ele também já se candidatou ao Legislativo cascavelense pelo PT e, ultimamente, pelo PSOL, mas não obteve êxito nas urnas.

Questionado sobre o que o motiva a, mais uma vez, colocar seu nome à disposição, Matias destaca que esta não é uma eleição normal no Brasil. “Nosso ambiente democrático está muito conturbado. Resolvi assumir essa pré-candidatura porque entendo que o Brasil precisa voltar para o eixo. Uma das tarefas dessa candidatura é contribuir com a derrota desse governo”, enaltece.

A convenção do Psol acontece neste sábado (30), quando a candidatura de Matias deve ser oficializada.

Tributação e dívida pública

Entre as bandeiras defendidas pelo pré-candidato ao Senado está a tributação de grandes fortunas, que, por sinal, é historicamente umas das bandeiras do Psol. “O modelo tributário brasileiro é muito injusto, porque privilegia a riqueza das classes mais abastadas, em que tudo é isento ou tem pouco imposto. O tributo incide sobre o consumo. A proposta é desonerar o consumo e onerar a riqueza, o que vai aquecer a economia e melhorar a condição de vida da classe trabalhadora, que vive com menos recurso”, ressalta.

Outra proposta de Matias é uma auditoria da dívida pública brasileira que, segundo ele, não diminui no ritmo em que é paga. “Países que fizeram auditoria identificaram problemas, os corrigiram e a dívida começou a decair. Não queremos que o país não honre com seus compromissos, mas supomos que, na composição dessa dívida, há corrupção. Isso tem que ser afastado para pagar só o que devemos e para que sobre dinheiro para investir no projeto de desenvolvimento da nação”, expõe.

Transformação agrícola

A terceira bandeira defendida pelo cascavelense é a transformação da agricultura paranaense. O Paraná já é um celeiro agrícola, reconhece Matias, mas pode tornar a atividade ainda mais lucrativa localmente, ao invés de produzir riqueza para conglomerados industriais. “Quero desafiar o Paraná a pensar em um novo modelo agrícola para o Estado, transição que já está sendo feita na Europa. A ideia é uma agricultura sem veneno e adubo químico, que preserve a qualidade do solo e os mananciais de água, ao mesmo tempo que produz alimentos saudáveis para a população. O mundo está seguindo essa tendência e quanto antes interrompermos esse ciclo no Paraná antes vamos nos inserir nesse novo mercado global”, ressalta.

O ponto de virada para esta transição, na opinião do pré-candidato, precisa partir do governo, de modo que haja mais incentivo ao agricultor que preserva. “Tem tecnologia para mudar e existe orçamento. O que não tem é um programa governamental que estimule a migração desse sistema destruidor para esse sistema de preservação”, diz.

Ao O Presente, ele afirma que Marechal Rondon está à frente do Estado no que se refere a esse novo olhar para a agricultura. “Marechal Rondon é um modelo para o Paraná e o Brasil, porque é um município onde toda a merenda escolar é comprada da agricultura familiar, com alimentos orgânicos. Além disso, a cidade conta com o Capa (Centro de Apoio e Promoção da Agroecologia), que é um sistema de assessoramento da sociedade civil. A iniciativa é louvável, mas entendo que esse esforço precisa ser do governo. Também a Unioeste é um forte braço nessa luta, com trabalhos voltados à agricultura amiga do meio ambiente”, enaltece o pré-candidato, que visitou essas instituições.

Adversários no Senado

Matias diz não se intimidar na disputa de espaço com os quais define como barões da política paranaense. “O Alvaro Dias, por exemplo, está há 32 anos no Senado e esse não é cargo vitalício. Ele ganha todas as eleições e não acolhe as demandas do povo do Paraná. Esse não é mandato que interessa ao paranaense, mas, sim, a um grupo político”, considera.

Sergio Moro também é alvo do cascavelense. “Ele foi flagrado combinando com uma parte para se beneficiar a troco de um ministério. Depois, se lançou como pré-candidato a presidente da República, mas desistiu. Mudou para São Paulo, tentando ser senador lá, mas foi ‘devolvido’ para o Paraná, onde agora quer ser candidato. É uma figura que não tem em mente nenhum projeto de interesse coletivo e social, somente interesse pessoal”, opina.

Pré-candidato ao Senado, Laerson Vidal Matias: “Vamos utilizar dos meios de comunicação para levar nossa ideia à população. Temos a pretensão de eleger dois deputados federais e três estaduais pela primeira vez” (Foto: Raquel Ratajczyk/OP)

Federação PSOL/Rede

No pleito deste ano, a federação PSOL/Rede vai lançar chapa completa, sendo 55 pré-candidatos a deputado estadual e 31 pré-candidatos a deputado federal. “Vamos utilizar dos meios de comunicação para levar nossa ideia à população. Temos a pretensão de eleger dois deputados federais e três estaduais pela primeira vez, porque PSOL e Rede separados nunca conseguiram. Unidos, temos chapa completa e vamos nos esforçar para eleger os nossos primeiros parlamentares no Estado do Paraná”, pontua.

Em nível de Brasil, a federação apoia a candidatura de Lula e Alckmin. “Pela primeira vez o PSOL não vai ter candidato a presidente da República. Vamos apoiar o Lula, porque o ambiente político está muito instável, sofrendo ataques. Em nível estadual, a professora Angela Machado é pré-candidata ao Governo do Estado. Ela é de Curitiba e está elaborando um projeto que mostra alternativas ao Paraná, para não ficar na mesmice do governo Ratinho Junior”, salienta.

O Presente

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