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Política Entrevista ao O Presente

Micheletto busca ser vice na chapa de Ratinho: “O Oeste precisa ter uma liderança”

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Marcel Micheletto: "Faz cerca de 30 anos que a região não tem um nome numa chapa que teve êxito, a última vez de um oestino eleito vice-governador foi o Mário Pereira lá em 1990, depois disso nunca mais" (Foto: Divulgação)

Prefeito reeleito de Assis Chateaubriand em 2016 com 17.336 votos, Marcel Micheletto tomou duas grandes decisões há pouco mais de uma semana: saiu do PSDB para se filiar ao PR e renunciou ao mandato no Executivo, assim como a presidência da Associação dos Municípios do Paraná (AMP). O objetivo foi um só: viabilizar uma pré-candidatura a deputado estadual, com a possibilidade de ser apresentado como postulante a vice na chapa do pré-candidato ao Governo do Paraná Ratinho Júnior (PSD).

Em entrevista ao O Presente, Micheletto afirmou que migrou ao Partido da República por entender que nesta legenda há mais probabilidade de sucesso no pleito eleitoral de outubro. Ele enalteceu ainda o trabalho realizado para atrair a Assis a maior obra frigorífica da América Latina, o que, segundo ele, demonstra condição de administrar o Estado e a região. “Pretendo aplicar essa capacidade de gestão que a gente instituiu como prefeito do município de Assis em outro cargo”, declarou. Confira.

 

O Presente (OP): O senhor mudou de partido, saindo do PSDB e se filiando ao PR, e renunciou ao cargo de prefeito de Assis Chateaubriand, no fim do período da janela partidária. Tais decisões foram estratégicas visando viabilizar uma pré-candidatura a vice-governador na chapa do pré-candidato Ratinho Júnior (PSD) ao Governo do Estado?

Marcel Micheletto (MM): Isso tudo foi uma questão de estratégia política do grupo pensando em ter um pré-candidato da região Oeste. O Ratinho Júnior é um grande parceiro, jovem e eu acredito que ele pode fazer uma grande transformação através de novas ideias, uma gestão inovadora, então fui convocado até por ele. Eu dizia a todos sempre visualizar que o Ratinho Júnior era o pré-candidato com mais potencial, pois atuou como secretário na Sedu e isso tudo foi nos aproximando, tanto que somos amigos há um bom tempo e bato nessa tecla de que poderia ser um candidato em potencial. Ele pediu para que eu pudesse participar desse pleito em 2018 até colocando a questão na coligação como pré-candidato a deputado estadual, federal e possivelmente pela força da região Oeste, devido ao agronegócio e às cooperativas, de ser pré-candidato a vice na sua chapa. Sinto-me bastante honrado de saber que tenho essa possibilidade, por isso precisei tomar a decisão de sair do PSDB, até porque hoje esse partido está coligado na pré-candidatura da governadora Cida Borghetti e também porque sempre disse que iria apoiar o pré-candidato Ratinho Júnior. Tratamos com o presidente estadual do PR, deputado federal Fernando Giacobo, e fiquei muito honrado em ser convidado.

 

OP: O senhor pesou outros aspectos (além de buscar uma candidatura a vice) na hora de tomar decisões dessa envergadura? Achou que este era o seu momento de buscar uma ascensão política?

MM: Deixei isso tudo bem claro. Como estava no segundo mandato de prefeito em Assis Chateaubriand, na primeira vez com a maior votação do município, fui presidente da Amop (Associação dos Municípios do Oeste do Paraná), fui à reeleição e tive candidatura única, o maior município do Paraná com candidatura única, e fiz mais votos do que na primeira vez, chegando a índice invejável de aprovação, então ampliei ainda mais o número de eleitores aprovando a gestão. Assis Chateaubriand está passando por uma grande transformação agora com a industrialização, atraindo a maior obra do Paraná ao município. Eu consegui mostrar para o município, microrregião e Oeste do Paraná ser capaz, consequentemente consegui duas vezes seguidas ser presidente da Associação dos Municípios do Paraná (AMP), o que significa uma responsabilidade muito grande liderar os 399 prefeitos por envolver diretamente a política em todo o Estado. Foram encontros com todos os prefeitos, compromissos no Brasil e em outros países, o que abriu muitas portas para mim no cenário estadual. Fiz esta escolha com a alma leve sabendo o que estava fazendo e com muita tranquilidade. O Oeste do Paraná precisa ter uma liderança, pois não pode mais ficar sem alguém; necessita de um nome disposto a participar de uma majoritária. Temos a responsabilidade de apresentar um projeto bom, inovador, porque a população anseia mudanças no cenário político, então ofereço meu nome.

 

OP: Não vai se arrepender mais tarde por ter deixado um mandato praticamente inteiro de prefeito para trás?

MM: Jamais, até porque a população de Assis entende e sabe o trabalho e a gestão que a gente fez. Nós estamos finalizando um ciclo e iniciando uma nova etapa, nos colocando à disposição para representar Assis, a microrregião, o Oeste e o Estado do Paraná na Assembleia Legislativa. Estou fazendo isso por acreditar que a história do meu pai (Moacir Micheletto) está muito viva nas pessoas da região, por isso não posso esperar mais quatro anos para galgar um cargo maior. Várias lideranças pediram para que colocasse meu nome à disposição, o pré-candidato a governador também fez esse apelo, de modo que não estou fazendo nada para me arrepender. Sei da responsabilidade que estou tomando e graças a Deus a população da cidade e da região está entendendo ser bom para todo o Oeste do Paraná colocar o meu nome à disposição no pleito.

 

OP: Alguns partidos estão sinalizando a vontade de indicar um vice na chapa de Ratinho, como o PRB e o MDB. No caso do PR, seu partido, há alguma negociação concreta para emplacar o seu nome a vice? Já há algo pré-definido?

MM: Não há algo pré-definido. Existe, sim, a tratativa do PR com o pré-candidato a governador Ratinho Júnior a garantia da vaga na majoritária, pode ser o vice como o primeiro ou o segundo candidato a senador. Nós, do partido PR, entendemos que a candidatura a vice seria a que temos mais disposição e nome para apresentar ao nosso pré-candidato. O PRB também tem vontade de colocar algum integrante do seu partido na majoritária, existe toda legalidade para isso, assim como PSB, PSC e PV, que estão na nossa base. O MDB ainda não formalizou nenhuma indicação que viria com o nosso pré-candidato, até porque não acredito que virá conosco. Eu não gostaria que viesse na nossa chapa, porque aí tem alguém que atrapalha, o ex-governador e atual senador (Roberto) Requião. Eu não vejo no Ratinho Júnior essa vontade de ter o MDB, mas PR e PRB têm colocado nomes à disposição, PSB, PSC, PV e outros partidos da base.

 

OP: Por que o Micheletto seria um bom nome para vice-governador?

MM: Porque sou de uma região que tem mostrado o tamanho da sua contribuição ao Estado do Paraná, uma região com agronegócio muito forte, industrialização muito grande, a maior e melhor organizada associação municipalista, que é a Amop, e os empresários. Não é o Marcel quem deseja isso, é o Oeste do Paraná que oferece um novo pré-candidato à região. Eu sou o único do Oeste até este momento que se colocou à disposição do partido para fazer esse apoio intransigente em relação ao Ratinho Júnior. Tenho ligação muito próxima com os prefeitos do Paraná, fui presidente da AMP até poucos dias, presidente da Amop, sou próximo das maiores cooperativas do Brasil, que aliás estão na nossa região, tenho um nome ilibado devido à história do meu pai e da minha família, porque também sou produtor rural. É um nome que está sendo colocado e que não tem nada que possa abalar na história política que estou encaminhando. Faz cerca de 30 anos que a região não tem um nome numa chapa que teve êxito, a última vez de um oestino eleito vice-governador foi o Mário Pereira lá em 1990, depois disso nunca mais. Não é o Marcel quem quer, é a região que está oferecendo um nome em potencial.

 

OP: Nos bastidores políticos rondonense, diante da situação do pré-candidato à reeleição Ademir Bier, que migrou para o PSD, partido que é da base do prefeito Marcio Rauber, o qual deve apoiar a pré-candidatura à reeleição de Elio Rusch, o seu nome surge como uma terceira força política. Pretende aproveitar essa situação para canalizar votos, no caso de uma possível pré-candidatura a deputado estadual?

MM: Para mim é motivo de honra todos os eleitores de Marechal Rondon que estiverem com vontade e disponibilidade de me apoiar. Fico feliz de poder fazer parte daqueles que consideram meu nome saudável em uma candidatura a deputado estadual. O meu pai teve uma história nas últimas eleições, quando fez quase cinco mil votos, então o nome Micheletto é muito forte e a cidade com a minha pessoa. Não tenho intenção nenhuma de atrapalhar a política municipal, não é minha pretensão com os votos que poderei receber em atrapalhar A ou B; o prefeito Marcio é meu amigo, a gente conversou há poucos dias, ele tem sua base e seu candidato. Eu também tenho grande amizade com o Ademir Bier, que fez muitas dobradinhas com o meu pai, como o Elio Rusch também fez. Agora estou abrindo o meu espaço, mostrando a minha cara, a minha história e não quero me envolver neste momento em questão nenhuma das eleições municipais que serão em 2020. Agora é hora de a gente fazer um trabalho no Oeste do Paraná, defender as causas municipalistas, cooperativistas e questões estratégicas. Fico feliz em saber que muita gente vê com bons olhos a minha pré-candidatura.

 

Confira a entrevista completa na edição impressa de O Presente

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